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Vasco vive impasse sobre permanência de Pássaro após fracasso do dirigente na Série B

O Vasco entrou na Série B do Campeonato Brasileiro como um dos favoritos, mas fracassou em seu projeto de voltar à elite. Agora, o departamento de futebol do clube, responsável pela aposta em jogadores "rodados", contratos por produtividade e a maior folha salarial da competição, se tornou motivo de impasse na gestão do presidente Jorge Salgado.

Do organograma da pasta apresentado durante a eleição presidencial, pouco, ou quase nada, foi visto na prática. O diretor-executivo Alexandre Pássaro se tornou o homem de confiança do mandatário e tem sido o principal alvo de questionamentos, com a continuidade em xeque para a próxima temporada.

Sem um vice de futebol desde que assumiu a presidência, Salgado apostou todas as fichas no profissional ex-São Paulo, visto pelo dirigente como um profissional capacitado na gestão de contratos, negociações e montagem de elenco.

Este último ponto, porém, é o principal tópico das críticas, pois muitos avaliam que a maioria das contratações não vingou. Há quem acredite, inclusive, que a manutenção do dirigente poderá "rachar" o grupo que serviu de base política do presidente.

As ausências de Salgado, de Carlos Roberto Osório, vice-presidente geral do Vasco, e de outros integrantes da cúpula na entrevista coletiva após a goleada sofrida para p Botafogo no domingo (7) também geraram muitas críticas dos cruzmaltinos.

Nesta mesma entrevista, Pássaro, com vínculo contratual até dezembro de 2022, admitiu falhas, mas também defendeu seu trabalho no clube. "Houve muitos erros, assim como acertos também. Quando se analisa a montagem do elenco, temos que falar nomes. Mas aqui eu não vou expor absolutamente ninguém."

"O trabalho que eu fiz aqui esse ano é o mesmo de um ano atrás, quando o São Paulo, onde eu estava, liderava o campeonato com dez pontos à frente e estava na semifinal da Copa do Brasil. É o mesmo trabalho que liderou o Brasileiro em 2018 [também pelo clube paulista]. Esse trabalho é o que eu sei fazer, é o que me trouxe até aqui", disse o dirigente.

"Caso eu entenda, daqui até o dia 31 de dezembro, que essa minha forma de trabalhar é uma parte do problema do Vasco e não da solução, o problema está solucionado. Eu sei errar e aprender. Hoje, com esse fracasso do Vasco de não conseguir subir para a primeira divisão, eu sou um profissional muito melhor do que era um ano atrás. Tenho a tranquilidade e a certeza de que a gente vai andar para a frente", emendou.

Além das críticas de torcedores, Salgado e Pássaro também são alvo hoje de pressão interna. O grupo "Sempre Vasco", encabeçado por Julio Brant, que chegou a ter bom diálogo e se aliar em questões judiciais no último pleito à "Mais Vasco", chapa do atual presidente vascaíno, pede agora a renúncia do mandatário e a demissão do dirigente.

"O vascaíno foi vítima de um estelionato eleitoral em que as promessas não foram cumpridas por falta de projeto e liderança. [...] Jorge Salgado e Alexandre Pássaro são responsáveis por imensos prejuízos ao clube que vão desde de imagem até financeiros. Todos graves", disse o grupo, que tem 10% do Conselho Deliberativo, em comunicado da última sexta (5).

Apesar dos questionamentos e de estar sofrendo uma forte pressão, Salgado ainda não tem uma definição sobre o futuro do departamento de futebol.

Enquanto isso, Pássaro já começa a planejar a próxima temporada, a começar com conversas sobre a continuidade ou não do atacante Germán Cano, que terá seu atual contrato encerrado ao fim do ano. "Levarei esse assunto ao presidente. Gostaria eu de sempre trabalhar com jogadores como ele", disse.

Até o fim da Série B, o Vasco tem ainda mais quatro jogos. O próximo deles será às 21h30 desta quarta-feira (10), em São Januário, diante do Vitória, que é o vice-lanterna, com 34 pontos, e briga para não cair. Os vascaínos somam 47.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (10)
Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN)
VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (RN)
Transmissão: TV Globo, SporTV e Premiere

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