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E a bolha mineira deve estourar outra vez...

Por Pedro Sobreiro

O futebol mineiro sofreu um duro golpe na última temporada com o rebaixamento inédito do Cruzeiro, maior campeão nacional de Minas, no Campeonato Brasileiro.

Após muitos debates e reportagens, a conclusão sobre o caso Cruzeiro foi de gestões temerárias, gastando valores absurdos, que o clube não poderia pagar, e até mesmo suspeitas de corrupção.

A gestão irresponsável financeiramente da diretoria cruzeirense vinha inflando uma bolha econômica desde 2013, quando a Raposa começou a enfileirar títulos com seus elencos milionários. Mas, como toda bolha, uma hora ela estourou e deixou a situação do clube insustentável, resultando no rebaixamento para a segunda divisão nacional em campo e ainda correndo risco de ser rebaixado para a série C nos tribunais por conta de dívidas milionárias com a Fifa.

Em vez de se espelhar no fracasso do rival e adotar uma política de austeridade, o Atlético parece seguir os mesmos passos do Cruzeiro rumo à insustentabilidade financeira.

Atualmente, o Galo é o clube com a segunda maior dívida com a União. São impressionantes R$ 356,7 milhões em débito, perdendo apenas para o Corinthians, que deve absurdos R$ 737,7 milhões.

Além disso, a diretoria atleticana traçou seu planejamento econômico para a temporada 2020 levando em conta que conquistaria até R$ 57.964.750,00 em premiações por classificações nos torneios que viria a disputar no ano e com arrecadação em bilheterias. Só que o início de ano do clube foi o pior possível.

Sob o comando do técnico venezuelano Rafael Dudamel, o time foi eliminado da Copa Sul-Americana ainda na primeira fase, para o Unión Santa Fé, além de ter caído nos pênaltis para o Afogados, de Pernambuco, na segunda fase da Copa do Brasil, competição com as maiores premiações da América do Sul.

Agora, resta ao Galo o Brasileirão. Para tentar chegar ao valor previsto no planejamento, a equipe teria que vencer a competição, mas ainda ficaria cerca de R$ 25 milhões abaixo do previsto.

Como se não fosse o bastante, a demissão de Dudamel, que ficou menos de dois meses no cargo, vai custar alguns bons milhões ao Atlético, que correu para anunciar Jorge Sampaoli como seu novo treinador. O Argentino chega a Minas recebendo pouco mais de R$ 1 milhão por mês.

Não se sabe o que está passando pela cabeça da diretoria atleticana. A conta atual já não fecha, mas ainda assim continuam se endividando. A situação deve ficar feia quando a bolha estourar.

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