Tóquio preparada para os Jogos

Por Vicente Dattoli, especial para o Correio da Manhã

Manhã do dia 6 de março no Rio de Janeiro. Os japoneses anunciam, orgulhosamente, que todas as instalações permanentes para as Olimpíadas estão concluídas. Faltando quatro meses e meio para o início das competições, todas as instalações estão prontinhas para uso, incluindo- -se na relação as oito novas permanentes, as 25 que já existiam e foram reformadas, e as dez temporárias que estarão à disposição nos jogos deste ano. E o anúncio poderia ter sido feito até antes, porque a última instalação concluída, o Centro Aquático de Tóquio, ficou pronto em fevereiro. Quando nós, cariocas, pensamos o que enfrentamos em relação aos Jogos da Rio 2016... Para que o leitor tenha uma ideia de como as coisas funcionaram em Tóquio, cabe um rápido relato sobre os prazos de entrega das instalações que foram construídas para os Jogos Olímpicos de 2020.

Em março de 2017 ficou pronto o Musashiro Forest Sport Plaza. Neste ginásio, com capacidade para 10 mil pessoas, serão realizadas as provas de badminton e esgrima, da Olimpíada; e o basquete em cadeira de rodas, da Paraolimpíada. A obra levou três anos e meio, custou US$ 300 milhões e, após os Jogos, ficará à disposição da população. O ano de 2019 marcou a entrega de seis novas instalações permanentes.

Em fevereiro foi a vez do Yumenoshima Park Archery Field. Com capacidade para 5.600 espectadores, o local irá receber as competições de tiro com arco das Olimpíadas e Paralimpíadas. Em maio, duas novas instalações: o Sea Forest Waterway e o Kasai Canoe Slalom Centre. O Sea Forest receberá as provas de remo e canoagem de velocidade, com dois mil lugares fixos e arquibancadas móveis para abrigar outros 14 mil espectadores, apenas nos Jogos de Tóquio 2020.

O Kasai, sediará as competições de canoagem slalom. Como no Rio, o percurso foi criado. Nas arquibancadas teremos espaço para até 7.500 espectadores e, após as Olimpíadas, o espaço será entregue ao povo para atividades esportivas e de lazer – como era intenção fazer com o Complexo de Deodoro. Junho trouxe a conclusão das obras do Oi Hockey Stadium, para ser utilizado somente nas competições de hóquei. Sua capacidade é de 15 mil espectadores e a promessa é que seja transformado num espaço esportivo multiuso após os Jogos.

Única instalação definitiva que não ficará entregue à administração da cidade de Tóquio, o Estádio Olímpico teve suas obras encerradas em novembro de 2019. Sua administração ficará com o Conselho de Esportes do Japão, o que por si só demonstra a importância que foi dada àquela obra. O Estádio Olímpico, como de hábito, servirá para as cerimônias de abertura e encerramento, além de provas de corrida e campo. As obras começaram em 2016 e ficaram prontas como o previsto. No entanto, a previsão era que ele fosse entregue para o Mundial de rugby de 2019, mas como isso sairia mais caro, seguiram um novo projeto.

A Ariake Arena ficou pronta em dezembro de 19. Lá serão realizadas as provas de vôlei olímpico e do basquete paralímpico. A capacidade do ginásio é de 12 mil espectadores e seu custo ficou em torno de US$ 320 milhões.

Finalmente, em fevereiro deste ano (com anúncio em março), terminaram as obras no Centro Aquático. Considerada uma das joias dos Jogos 2020 (como foi o Cubo, em Pequim 2008), o Centro Aquático terá capacidade para 15 mil espectadores durante os Jogos de Tóquio. Este total, porém, será reduzido após as Olimpíadas para cinco mil pessoas, com utilização para competições nacionais e eventos internacionais posteriores.

Natação, saltos ornamentais e nado artístico - o conhecido nado sincronizado - serão os esportes que terão suas provas realizadas no moderníssimo Centro Aquático - ou Tokyo Aquatics Centre. Os custos ultrapassaram os US$ 520 milhões e, há tempos, não há qualquer ingresso disponível para as competições que serão realizadas ali.