Tóquio ainda é possível

Por Pedro Sobreiro

O sonho de conquistar a Copa do Mundo de Basquete terminou para a Seleção Brasileira Masculina com a derrota por 89 X 73 para os Estados Unidos, no dia 9 de setembro. Os brasileiros precisavam de uma vitória sobre os americanos e torcerem para a Grécia bater a República Tcheca.

A vitória grega veio, mas a missão dos convocados de Aleksander Petrovic não era fácil: bater a Seleção dos EUA, que, até então, não perdia há incríveis 48 jogos. Recorde que foi quebrado na partida seguinte, contra a França. Sua última derrota havia sido no Campeonato Mundial de Basquetebol, disputado no Japão, em 2006. Na ocasião, os americanos perderam para a Grécia por 101 X 95.

A eliminação traumática serviu de lição e desde então, a Seleção Americana acumulou três Ouros Olímpicos (2008, 2012 e 2016) e dois Mundiais. Apesar do time ser considerado reserva, os americanos eram os favoritos do torneio.

Por isso, os brasileiros sabiam que precisariam fazer um jogo quase perfeito para seguirem sonhando com a classificação. O primeiro tempo foi bastante disputado, com muita marcação brasileira e vontade no ataque. Mas o time de Petrovic, que foi expulso após cometer duas faltas técnicas, se perdeu no terceiro período, quando deixou os americanos abrirem 11 pontos de vantagem. Com a derrota, a Seleção Brasileira terminou na 13ª coloção e foi eliminada do torneio com a segunda pior campanha de sua história em mundiais, sendo melhor apenas que o desempenho de 2006, quando acabou em 19º.

Além da eliminação, os brasileiros também viram Estados Unidos e Argentina ocuparem as vagas americanas para as Olimpíadas de Tóquio 2020. Agora, para garantir uma vaga no maior evento esportivo do mundo, a única alternativa da Seleção Brasileira é vencer o Pré-Olímpico em 2020. Serão quatro torneios de seis equipes, cada. Os vencedores ganham as quatro vagas restantes e carimbam seus passaportes para Tóquio. O local e a data de disputa ainda serão definidos. 

A lição do Mundial

A derrota para os Estados Unidos não pode ser considerada um vexame. O time demonstrou muita vontade, disciplina e bastante técnica vinda de suas principais estrelas. Mas, como era de se esperar, a idade pesou e o time não conseguiu manter o ritmo intenso nos últimos períodos.

Isso escancara a necessidade da Seleção por uma verdadeira renovação. Apesar de terem feito bons jogos, com exceção talvez da derrota para a República Tcheca, os principais nomes dessa Seleção já estão em final de ciclo. Anderson Varejão, astro do Flamengo, segue rendendo bem, mas já está com 36 anos. Mesma idade de Marcelinho Huertas, que renasceu ao longo da competição. Já Leandrinho, outro grande destaque do Brasil no torneio, tem 37 anos.

Uma coisa é certa: renovar é preciso.