Mãos na taça e dinheiro no bolso

Por Gabriel Moses e Pedro Sobreiro

Ganhar um título inédito é sempre marcante para a história e a manutenção de um clube. Ainda mais quando se trata da conquista da Copa do Brasil com os moldes financeiros atuais. Pela primeira vez na história, um clube do Paraná venceu o torneio. Com autoridade, o Athletico-PR ganhou os dois jogos contra o Internacional, que buscava o bicampeonato.

Além de levantar pela primeira vez uma copa nacional, o Rubro-negro da Baixada recebeu R$ 52 milhões pela conquista do título. Até chegar à final, o clube já havia conquistado R$ 12,35 milhões por premiações. O clube também já assegura sua vaga para a Libertadores da América 2020.

Desde 2018, a CBF tem investido bastante nas finanças da Copa do Brasil, tornando-a o torneio mais caro – e lucrativo – da América do Sul.
Comandado pelo técnico Tiago Nunes, de apenas 39 anos, o Furacão tem acumulado títulos de expressão em pouco mais de um ano. Em 2018, veio o primeiro título internacional de sua história: a Copa Sul-Americana. Nesta temporada, o elenco marcou outro capítulo vitorioso para sua sala de troféus ao vencer a Levain Cup, antiga Copa Suruga, no Japão.

O início para a glória

O caminho até à final não foi nada tranquilo. Nas oitavas de final, os paranaenses derrotaram o Fortaleza com um gol no último minuto. Já nas quartas, em duelos parelhos, o time bateu o Flamengo nos pênaltis, em pleno Maracanã lotado. Na semifinal, talvez a maior prova de fogo: Perdeu para o Grêmio por 2 a 0 em Porto Alegre, jogando um futebol irreconhecível. Na Baixada, uma vitória heroica. O Rubro-Negro devolveu os 2 a 0 e eliminou novamente o adversário nos pênaltis. Pela segunda vez na história, o Athletico chegava a uma final da Copa do Brasil.

Tiago Nunes é o segundo técnico mais jovem a ser campeão da Copa do Brasil.

Na grande final, jogo de ida foi em Curitiba. Cirúrgica, a equipe bateu o colorado por 1 a 0. Com a volta no Beira-Rio, o Athletico abriu o marcador em jogada linda de contra-ataque. O Internacional empatou. Os jovens resilientes de Tiago Nunes mostraram obediência tática e, após o cansaço do Inter já no fim da partida, deram o bote fatal e colocaram números finais na partida: Furacão 2 a 1.

A Copa do Brasil ganhou destaque nos últimos anos por reunir vários fatores que as torcidas brasileiras queriam: é um torneio de peso nacional disputado no formato do Mata-Mata. Além disso, a bonificação astronômica passa diretamente por não depender das Cotas de TV. Enquanto a CBF negocia diretamente com os patrocinadores na Copa do Brasil, a premiação do Brasileirão é realizada pela Rede Globo.

O campeão fatura R$ 33 milhões, cerca de 19 milhões a menos que o vencedor da Copa do Brasil. A principal consequência disso são os clubes priorizarem a Copa e deixarem o nível técnico do Brasileirão mais baixo. É um “problema” a ser resolvido nos próximos anos.