O centenário de Moacyr Barbosa

Por Pedro Sobreiro

Eleito o terceiro maior goleiro do Brasil no século XX, Moacyr Barbosa foi um gênio. Idolatrado por seus 14 títulos conquistados junto ao Expresso da Vitória, um dos maiores esquadrões do Vasco e do futebol mundial, Barbosa foi campeão do Torneio Sul-americano de Campeões de 1948, defendendo um pênalti na final contra o River Plate de Di Stefano, a primeira final de competições continentais de clubes da história.

Tranquilo e dono de reflexos rápidos, Barbosa chegou a passar incríveis 150 jogos sem levar gol.

Suas atuações o credenciaram a ser titular da Seleção Brasileira, onde ganhou a Copa Roca de 1945 e a Copa América de 1949. Foi nela também que seu pesadelo começou. Ele levou os 2 gols contra o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, que terminou com o vice-campeonato em pleno Maracanã. Por motivos racistas, ele foi transformado em um vilão. Barbosa foi xingado e humilhado até seus últimos dias de vida, sendo culpado por um crime que não cometeu.

Ele faleceu em 2000, após 50 anos sendo injustamente taxado como monstro pela imprensa e pelos torcedores rivais.

Já no Vasco, ele encontrou refúgio com carinho e idolatria da torcida, e um auxílio-moradia para viver na terceira idade. Que neste centenário, Barbosa seja lembrado pelo que realmente foi: um herói sorridente, um dos homens mais vitoriosos, dedicados, profissionais e serenos que esse país já viu.