O que faz com que as pessoas invistam no Rio, se interessem pela cidade? Difícil responder... Mas, sem dúvida, SONHO E CORAGEM fazem parte desse universo de ousadia... Falando nisso, esta semana, a coluna conversou com o chef Didier Labbé em seu restaurante no Jardim Botânico.
Didier, fala um pouquinho de você... Como você descobriu a culinária?
Quando comecei tinha 15 anos, na França, numa escola de culinária, e depois entrei neste mundo. Trabalhei por cinco anos em Paris, aprendi em um restaurante estrelado. Depois, morei 12 anos nos EUA, dois em Los Angeles, depois fui chef em Nova York. Voltei para a Califórnia, nove anos. Eu tinha um restaurante também, chama-se Clementine e fiz muito sucesso lá.
E por que você veio para o Brasil?
Eu vim para o Brasil, porque eu estava casado com uma brasileira e tinha duas crianças.
Ainda está?
Separamos. Ela se mudou para o Brasil, veio com as crianças para cá e eu decidi mudar de vida. Vendi meu negócio em São Francisco e depois, quando eu cheguei, mandei e-mail para cada chef aqui no Brasil. Claude Troisgros me respondeu positivamente e trabalhei com ele como chef executivo por dez anos.
E o restaurante (o Didier, no Jardim Botânico), como surgiu?
É um desafio, porque abrimos há um ano e meio, com esta crise muito brava.
Com coragem...
Tem que ter muita coragem. Foi um restaurante que Claude me passou e transformou em bistrô e funciona muito bem, somos muito felizes aqui. O trabalho faz uma culinária franco-brasileiro de bistrô.
Qual o prato principal?
O linguado e o magret de pato, que dois pratos que saem muito.
O que você acha que é o mais interessante de unir entre a cozinha brasileira e a francesa?
O produto brasileiro com a técnica francesa. Trabalhamos muito com o produto brasileiro tipo baroa, maxixe, quiabo... Eu uso produtos que tem aqui, são muito interessantes.
Você está otimista para 2020?
Sim, estou. Tem que ser (risos)
Verdade. Você disse aqui que, quando chegou ao Brasil, mandou um e-mail para alguns chefs aqui no Brasil, entre eles o Claude Troisgros, e ele te recebeu. Quer dizer, você sempre foi desprendido e procurou. Não esperou que te procurassem. Que conselho você daria para esta nova geração de chefs que está surgindo, enfim, por que vocês hoje se tornaram celebridades?
Tem muita gente que quer entrar neste mundo do restaurante, quer como glamour, quer se achar celebridade. Mas, antes de tudo isso, tem que ter perseverança, amor por cozinhar, disponibilidade... É todo este pacote que faz com que você fique muitos anos...
Fala de um sonho.
Paz e Amor.
Manda um beijo para alguém.
Um beijo para a minha mulher
