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Pedro Castillo enfrentará novo pedido de vacância Peru

Por: Sylvia Colombo

Com pouco mais de sete meses de governo, o presidente do Peru, Pedro Castillo, enfrentará uma segunda moção de vacância –um afastamento pelo Congresso, mas diferente do impeachment, que é outro mecanismo jurídico– e pode perder o cargo.

Ele já se livrou de uma moção do tipo em dezembro, conseguindo os votos para permanecer no poder. Desta vez, a iniciativa vem de um grupo de partidos de direita liderados pelo Avança País. Até aqui, ela já reuniu 50 assinaturas –para ser aceita são necessários 52 apoios, e os opositores confiam em consegui-los no dia do debate no plenário.

Ainda não há, porém, data definida para essa discussão no Parlamento.

O pedido de vacância atual lista 20 itens, entre os quais uma declaração recente da lobista Karelim López à Procuradoria, acusando Castillo de lavagem de dinheiro. Sobre ele recaem ainda acusações de que teria tido encontros fora da agenda oficial com empresários interessados em obter vantagens em obras públicas.

Castillo deu respostas contraditórias à Procuradoria sobre esses encontros, depois admitindo-os em entrevistas à televisão peruana, ressaltando que elas tinham cunho pessoal.

Outras denúncias apontam que o presidente mantém uma espécie de "gabinete paralelo", que o assessora com relação a medidas políticas e econômicas.

Essa espécie de ministério extraoficial seria comandado pelo líder do Perú Libre, Vladimir Cerrón. O político do partido do presidente foi impedido de ser candidato por ter condenações por corrupção, e nessa configuração operaria como mandatário informal.

Enfrentando grande instabilidade política desde que assumiu, Castillo já teve que trocar o gabinete oficial ao menos quatro vezes. Ele também enfrentou pedidos de impugnação do pleito, a renúncia do chefe das Forças Armadas pouco antes da posse e demissões pontuais de auxiliares –por declarações polêmicas, denúncias de irregularidades e pela realização de uma festa em meio a restrições impostas pelo governo para conter a pandemia.

Em uma de suas declarações antes de deixar o governo, a ex-primeira-ministra Mirtha Vázquez afirmou que "o que deveria mudar era o entorno do presidente, não os ministros".

O Parlamento deve começar a discutir o voto de confiança ao novo gabinete, nomeado há um mês, na noite desta terça (8).

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