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Filas marcam 2º turno na Colômbia com insinuações de Petro sobre fraude eleitoral

Por: Sylvia Colombo 

Numa eleição em que o clima sempre influencia o comparecimento às urnas, o sol apareceu em Bogotá no meio da manhã deste domingo (19), ainda que tenha havido chuvas em boa parte da costa colombiana.

Como o voto não é obrigatório, as condições climáticas preocupam políticos, já que podem determinar a presença de eleitores para o segundo turno da eleição presidencial em certos redutos eleitorais. No meio da manhã, havia filas para votar nas principais cidades do país, como Bogotá, Barranquilla, Medellín e Cali.

Com as pesquisas indicando um empate técnico entre Gustavo Petro e Rodolfo Hernández, a campanha do esquerdista torcia para que não chovesse na costa e na capital, onde o ex-prefeito de Bogotá, em tese, leva vantagem. Já a do populista torcia por tempo bom na região leste do país.

Julia Robledo, 58, esperava em fila no espaço Corferias, um dos maiores locais de votação de Bogotá.

"É uma eleição muito importante para ficar em casa. Acordei cedo disposta a caminhar e a enfrentar chuva", disse ela. Outro eleitor, Carlos Ortizabal, 24, afirmou ter medo de confusão: "Só uma votação em massa e um resultado contundente dará legitimidade a essa eleição. Ou então pode ter bagunça, protestos".

A preocupação com um resultado apertado também preocupa órgãos internacionais. "A Colômbia tem um dos sistemas mais rápidos de contagem da região. Desta vez será importante esperar os resultados com calma e atenção. E isso pode tomar tempo", disse Juan Pappier, da ONG Human Rights Watch.

Nos dias anteriores à votação, Petro levantou dúvidas sobre o sistema eleitoral, insinuando que poderia haver fraude. "Não há neutralidade na Registraduría [autoridade eleitoral], eles têm uma clara afinidade com o outro candidato. Se houver um resultado transparente que mostre minha derrota, aceitarei. Mas tem de ser transparente. E, se ganho, também deve ser transparente", disse ele em entrevista a El País.

As dúvidas do candidato de esquerda foram alimentadas pelo vazamento, neste sábado, de um vídeo com imagens de uma simulação da contagem de votos pela Registraduría dando vitória a Hernández -o órgão afirmou que se tratava apenas de um teste. Na manhã deste domingo, no início da votação, Alexander Vega Rocha, responsável pelo órgão, afirmou que "a institucionalidade é mais forte que a desinformação". "A população deve votar normalmente, com a garantia de que o processo transcorrerá de modo normal."

Na mesma linha, o atual presidente, Iván Duque, ao sair para votar, disse que a Colômbia tem "uma das democracias mais sólidas do hemisfério". "Convido todos a sair para votar sem medo, sem intimidações e sem preconceitos para escolher o próximo presidente da República."

Hernández votou cedo em Bucaramanga, seu reduto eleitoral e onde sua campanha está instalada. Antes, gravou um vídeo com sua mãe, que disse: "Não queria que você se metesse nisso, mas, já que está, espero que ganhe".

O candidato não tem planos de ir à capital e afirmou que acompanhará o resultado em seu comitê, apelidado de Casa de Nariño, o nome do palácio presidencial colombiano.

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