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América do Sul vive ano turbulento

Por Gustavo Barreto

Chile e Venezuela viram-se frente a frente com o caos social, enquanto as eleições na Argentina e Uruguai foram ditadas pelas crescentes diferenças socioeconômicas que se propagaram na região nos últimos anos.

Após ter elevado o preço da passagem do metrô para 30 pesos, o governo do presidente Sebastián Piñera enfrentou ondas de protestos que, não se contentando em ficar nas palavras, atacaram locais como pontos de ônibus e estações de metrô.

A facilidade de convocação proporcionada pelas redes sociais possibilitou a aglomeração de milhões de pessoas e, em resposta, o governo assinou o estado de emergência ao colocar militares nas ruas pela primeira vez desde 1990. Foram onze pessoas mortas e outras 1.462 presas, além de denúncias internacionais contra Piñera por violações dos direitos humanos.

A Venezuela enfrentou o segundo ano de crise. O que começou inicialmente como movimentos de insatisfação contra o governo de Nicolás Maduro, em 2019 tornou-se um movimento de divisão nacional. Ao passo que Maduro anunciava um novo mandato, o presidente da antiga Assembleia Nacional (dissolvida por Maduro), Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino e declarou o atual governo ilegítimo. Mesmo recebendo o reconhecimento oficial de diversos países, o fato de haver dois mandatários causou profundas rupturas no país.

Os protestos geraram choques entre as forças de segurança e população, resultando em mortos e feridos. As reclamações iam desde a crise econômica que assola o país até a defesa do ideal chavista defendido por Maduro. 

Já no Uruguai foi o inverso, a ascensão à presidência de Luis Lacalle Pou marcou o retorno de um partido de direita ao poder. Ainda assim, a apertada diferença de 37 mil votos entre os candidatos indica que Lacalle Pou não será figura incontestável.

A Bolívia também não escapou à sombra de 2019. O polêmico resultado das eleições garantiram um novo mandato a Evo Morales, porém membros do legislativo não reconheceram o resultado. Evo buscou asilo no México e depois Argentina. Com o vácuo de poder, a senadora Jeanine Añez assumiu o comando.

 

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