Por:

Colômbia: caos até 2022

O conquistador Cristóvão Colombo foi uma das vítimas das comemorações dos dois meses de protestos na Colômbia. Ou ao menos uma representação dele. Na cidade costeira de Barranquilla, na segunda-feira (28), centenas de pessoas assistiram à derrubada da estátua, no centro da cidade, e ao trajeto pelo qual sua cabeça foi arrastada por cordas até a porta da prefeitura.

Em outras cidades do país, manifestantes também saíram às ruas, embora com menos agressividade e em menor número do que no início do movimento, em 28 de abril. No começo, protestava-se contra uma reforma tributária proposta pelo presidente de centro-direita Iván Duque, parte de um pacote de ajustes que serviria, parcialmente, para aliviar os gastos durante a pandemia de coronavírus.

A recepção do projeto foi tão ruim que Duque recuou da ideia, e, embora ele tenha realizado diversos encontros com o comitê de greve, que representa parte dos manifestantes, não conseguiu acabar com os atos. Por um lado, a maioria dos bloqueios montados em ruas e estradas foi retirada, mas em muitas cidades a tensão continua, e os protestos são constantes.

“Esse clima de tensão deve continuar até as eleições [marcadas para maio de 2022]. Duque está frágil e isolado. E a ideia de que está negociando não quer dizer nada. Os sindicatos são uma minoria”, diz o historiador Jorge Orlando Melo, autor de “Historia Minima de Colombia”, entre outros títulos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.