Especial Kobe Bryant: Washington Post volta atrás e traz jornalista de volta

por: Guilherme Cosenza

Após a suspensão da réporter política Felicia Sonmez por seu tuíte onde trazia como assunto a acusação de estupro contra o astro da NBA, Kobe Bryant, o jornal americano Whashington Post voltou atrás e trouxe a jornalista de volta para a redação. A ação de um dos maiores jornais do mundo trouxe grande repercussão no meio jornalistico.

"Depois de realizar uma avaliação interna, determinamos que, embora consideremos os tuítes de Felicia inoportunos, ela não violou clara e diretamente nossa política de mídias sociais", afirmou Tracy Grant, diretora da publicação. Grant também afirmou que o jornal foi precipitado em tornar público a suspensão de Felicia. Contudo ela afirmou que o jornal não apoia o tipo de publicação, mas que a jornalista não feriu nenhuma norma da empresa: "depois de realizar uma avaliação interna, determinamos que, embora consideremos os tuítes de Felicia inoportunos, ela não violou clara e diretamente nossa política de mídias sociais". Outro ponto exposto pela diretora é a importância de preservar a reputação da empresa: "os repórteres nas mídias sociais representam o Washington Post, e nossa política afirma: devemos estar sempre atentos a preservar a reputação do Washington Post por excelência jornalística, imparcialidade e independência".

Após o tuíte, a jornalista recebeu mais de 10 mil mensagens, a grande maioria negativa, com direito até a ameaça de morte e resposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: "vocês, repórteres do Washington Post, não conseguem realmente se aguentar, não é mesmo?", tuitou o presidente. Após publicar a polêmica, a direção do jornal afirmou que Felicia estava "minando o trabalho dos colegas" ao publicar algo fora de sua área de cobertura e decidiu afastá-la temporariamente. Mas logo na sequencia, mais de 300 jornalistas do Washington Post assinaram uma carta, via associação de funcionários, expressando "alarme e desânimo" com a decisão de suspender a colega. Os jornalistas afirmaram que a medida abriu um precedente ruim ao endossar as críticas recebidas por Felicia nas redes sociais e que a empresa não ofereceu a proteção necessária à ela: "Felicia recebeu uma rajada de mensagens violentas, incluindo ameaças que continham seu endereço residencial, a reboque de um tuíte a respeito de Kobe Bryant. Em vez de proteger e apoiar sua repórter diante do abuso, o Post a colocou em suspensão administrativa enquanto os chefes da Redação avaliavam se ela tinha violado a política de redes sociais [da empresa]. Felicia teve de deixar sua casa com medo por sua segurança e recebeu orientação insuficiente do Post a respeito de como se proteger", diz a carta assinada endereçada aos editores-chefes da publicação.

O caso de estupro

Em 2003, uma recepcionista de 19 anos de um hotel no estado americano de Colorado relatou à polícia local ter sido estuprada por Bryant, mas desistiu de depor à Justiça, e o caso foi encerrado com um acordo extrajudicial. O atleta insistia que a relação entre os dois havia sido consensual, mas chegou a dar uma declaração dizendo reconhecer que a mulher "não viu nem vê o incidente da mesma forma" que ele.