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Dá para impor limites na liberdade de expressão?

Por Rodrigo Bethlem*

Nós acompanhamos hoje no Brasil uma enorme polêmica sobre a liberdade de expressão.

O STF, através do ministro Alexandre de Morais, abriu um inquérito para investigar fake news que, supostamente, atentem contra às instituições e à democracia .

Eu sou um liberal convicto. Defendo que o maior idiota que conheço tenha o direito de falar as suas bobagens onde ele bem entender. Se ele partir para ofensas ou calúnias, aplica-se o Código Penal e o processa nas instâncias judiciais cabíveis.

Eu mesmo já processei alguns, mas nunca defendi que eles fossem calados. Cobrei retratação.

Qual o problema deste tipo de censura permanente, inclusive com a detenção dos mais exaltados? Quem se escala para censor será mesmo uma pessoa isenta ?

Vejo hoje a grande mídia comemorando a detenção e expurgo das redes sociais de “Bolsonaristas” mais exaltados.

Certa vez, ouvi uma frase interessante que dizia o seguinte: “nunca perdermos a liberdade de uma vez , mas em fatias como um salame”.

Busco nunca fulanizar a discussão, mas me ater às teses.

Fico pensando, sempre, quando vejo alguém, por decisão judicial ou por decisão da própria rede social, banir alguém “porque não se encaixa na política de divulgação da mesma”. Penso sempre que posso ser o próximo, dependendo do censor da vez.

Recentemente,  um jogador de vôlei foi execrado em praça pública, pelos meios de comunicação, por não concordar com uma postagem que criava um “Superman gay”.

É a opinião dele! Não concorda, deixe de seguir, até critique, mas o sujeito ser cancelado?

Podem fazer caricaturas de símbolos religiosos, mas não podem criticar um super-herói da infância de muitos sendo descaracterizado do seu esteriótipo?

Fica o meu alerta a todos que batem palmas aos censores de hoje.

Hoje, são retirados os que não concordamos. Amanhã, poderemos ser nós, dependendo do censor do momento.

Nunca devemos brincar com a liberdade.

*Ex-deputado e consultor político

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