Por Pablo Kling*
Quando em 2020 Organização Mundial do Turismo (OMT) instituiu o ano como o ano Internacional do Agroturismo e Turismo Rural, provavelmente não poderia imaginar que justamente nesse período o mundo viveria uma pandemia, e este segmento turístico, que já era o que mais crescia no mundo, viria a crescer ainda mais.
O Turismo Rural surge como um dos setores mais essenciais no contexto do pós-pandemia, pois é o segmento turístico cuja as características são as preferidas dos consumidores, como viagens de curta distância e atividades ao ar livre.
Na outra ponta deste mercado estão os produtores rurais, principalmente da agricultura familiar, que é a principal característica da agricultura em nosso estado.
Aliás, segundo o IBGE, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros, e é a renda de 40% da população economicamente ativa no país. Isto mostra que o turismo rural tem um campo enorme para crescimento.
Não existe um consenso mundial sobre a definição do que é turismo rural. O conceito desta atividade varia um pouco em cada país. Aqui no Brasil, o Ministério do Turismo tem entendido este setor como o “conjunto das atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”. Logo, o artesanato, aquela geleia caseira, a cachaça artesanal... tudo isso são produtos rurais, que quando o local de produção é aberto à visitação, deixa de ser apenas um produto para comercialização, e passa a ser também uma oportunidade de vivência, de experiência. Eis aí o turismo rural!
Entre os benefícios do turismo rural podemos citar: diversificação da economia local e regional, diversificação e interiorização do turismo, diminuição do êxodo rural, conservação dos recursos naturais, resgate da auto estima do campesino, e melhora da qualidade de vida da população.
Para estimular esse segmento que pode colaborar muito no desenvolvimento econômico e social do interior do Rio, ações de identificação e promoção do turismo rural nos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro estão na agenda do secretário de Estado de Turismo, Gustavo Tutuca, e do governador Claudio Castro. Esse trabalho já vinha sendo desenvolvido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, do secretário Marcelo Queiroz, sob orientação de seu chefe de gabinete, Nilo Sergio Felix, ex-secretário de turismo do estado, e foram potencializadas na gestão do secretário Tutuca.
A Setur, TurisRio e Seappa vão lançar o guia Turismo Rural RJ, um catálogo de propriedades nas 12 regiões turísticas do Rio. Mais de 400 atrativos já foram identificados, e até o fim deste ano 66 cidades, de Varre-Sai a Paraty, serão atendidas por esta ação do Governo do Estado.
*diretor de Marketing da TurisRio, e especialista em Desenvolvimento e Turismo Rural
