Momento ideal para uma solução definitiva para segurança turística

Por Cássio Nogueira de Castro*

Não há esforço promocional de um destino turístico que resista ao noticiário constante sobre desordem urbana em um destino e principalmente nas zonas de turismo.

O governo do estado, a quem a segurança, tem feito o seu dever de casa através dos braços especializados. A equipe da Delegacia de Atendimento ao Turista- Deat, comandada pela delegada Patrícia Alemany pela Polícia Civil e o BPTUR - Batalha de Policiamento Turístico, comandando pelo Tenente Coronel Robson Cardeal , pela Polícia Militar merecem todo o reconhecimento pela atuação conjunta, principalmente nos corredores. Atuam com louvor e merecem aplausos.

O que assistimos nos últimos fins de semana de sol e especialmente no Arpoador ultrapassa a capacidade humana de agir. O que é um efeito de 2 mil policiais contra uma massa de até 60 mil pessoas? É desproporcional e a estrutura do estado é finita. Essa massa porém não se move sozinha. Segurança pública é sobretudo inteligência aplicada. A primeira providência é no gerenciamento de acesso. O transporte público e o roteiro das linhas concessionadas deveriam sofre alteração no verão. Isso funcionou  no réveillon para conter multidões e pode ser aplicada de forma racional. Da mesma forma que o trânsito da orla muda no domingo, o mesmo pode ocorrer com o transporte coletivo.  Não é necessário que o próprio poder público, o mesmo que coíbe e a polícia, facilitem o acesso deste fluxo desordenado.

A pior sensação para quem trabalha com segurança é de estar enxugando gelo. Na primeira reunião do Conselho Municipal de Turismo, que sabiamente incluiu o BPTUR e a DEAT, já foi anunciado o programa da Secretaria Municipal de Turismo para evitar as excursões de bate e volta e o congestionamento da orla de Copacabana com centenas de ônibus de piqueniques. Este mesmo conselho elegeu como vice-presidente, o ex-secretário de turismo do estado em 2014, Cláudio Magnavita, que promoveu a primeira Conferência Nacional de Segurança Turística. Foi a única vez que titulares das delegacias especializadas de atendimento ao turista de vários estados e comandantes de batalhões turísticos sentaram juntos. O Conselho municipal poder sensibilizar a gestão das rotas de transporte coletivo para amenizar o problema dos arrastões enquanto as soluções de assistência social não entram em campo para uma solução definitiva.

Um outro drama é a atuação das diferentes quadrilhas no Galeão, no qual se discute eternamente uma questão de competência entre Segurança Estadual e Federal.

O verão só está começando e os secretários Alan Turnovsky (Polícia Civil) e o Coronel Luiz Henrique Marinho Pires (Polícia Militar) estão dispostos a buscar uma solução conjunta. Importante aproveitar este momento e deixar os nossos cartões postais mais seguros e sem estes arranhões de imagem que fogem da competência do estado.

*Advogado, Adesguiano, Assessor Especial da SEAP-RJ