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Ibope e Datafolha, mais uma tentativa de manipulação em curso

Por Rodrigo Bethlem*

Uma pesquisa eleitoral honesta tem por objetivo fazer um recorte das preferências da população e mostrar como o eleitor tende a se comportar nas urnas. Para esse recorte ser o mais fiel possível à realidade, deve seguir critérios. É fundamental, entre os entrevistados, uma amostra de todos – estudantes, profissionais liberais, jovens, idosos, ricos e pobres, religiosos ou não.

Feito isso, quantas pessoas serão ouvidas de cada segmento? Depende do todo. A pesquisa é uma amostragem.

Todo esse cuidado com a escolha das pessoas entrevistadas não é por acaso, mas visa a garantir um retrato o mais fiel possível da diversidade da população. É simples: se for feita enquete em uma universidade sobre em quem os estudantes vão votar, com certeza absoluta registrará um resultado diferente de um levantamento entre religiosos, pessoas de mais idade, e por aí vai.

Portanto, pesquisa que não segue esses critérios não pode e nem deve ser levada a sério. Infelizmente, contudo, temos visto desse mau exemplo nos últimos anos. E para quê? Para manipular o eleitor.

Em 2018, o DataFolha revelou que, em caso de segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, o candidato petista levaria a eleição presidencial. Precisa comentar?

Pois é. E, agora, nas eleições municipais, repetem a mesma tática. O Ibope cometeu um erro grave. Como amostragem de evangélicos no Rio de Janeiro, usou 24%. A cidade tem uma população hoje quase 40% evangélica. Muda bastante o resultado da amostragem, certo?

Outro erro: Grau de instrução. O Ibope usou um número de entrevistados formados como se vivêssemos em Paris. Na pesquisa de 15/10, a amostragem levou em conta 37,5% com grau de instrução completo. Dados que não batem com os índices do IBGE. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística diz que 12% da população brasileira têm essa escolaridade.

Essa manipulação grotesca prejudica diretamente os candidatos que têm um perfil mais popular. A dona Maria, o seu João vão ver o resultado da pesquisa e vão pensar: “Poxa, o meu candidato não tem chance”.

É preciso combater essa fraude, que usa pesquisas para influenciar o eleitor a votar no candidato que um grupo manipulador quer – geralmente, um grupo mais elitizado. A manipulação interessa a grandes empresários e a determinados veículos de comunicação.

O jogo é sujo. Nós pedimos a impugnação dessa última pesquisa. Não queremos que esses institutos continuem manipulando a opinião pública de maneira covarde.

Vamos lutar para que o levantamento seja realmente fiel ao que o cidadão que mora no município do Rio de Janeiro queira para a sua cidade.

*Rodrigo Bethelem é consultor e um dos coordenadores da campanha de Marcelo Crivella

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