Pazuello e o Dia D do coronavirus

Por Sérgio Batalha Mendes*

Bolsonaro escolheu um general para ser Ministro da Saúde. Embora seja da área administrativa do Exército (Intendência), Pazuello não é médico, nem atuava na chefia de unidades de saúde da Força.

Pazuello anunciou que a vacinação se iniciará no dia “D” e hora “H”, fazendo referência a um código utilizado nas grandes operações militares. Nestas operações, de modo a evitar o vazamento do momento do ataque, nas comunicações eram utilizadas as expressões dia “D” e hora “H”, no lugar do dia e horário previstos.

Em uma campanha de vacinação até eu sei que, ao contrário das operações militares, é fundamental divulgar ao máximo as datas em que as pessoas serão vacinadas. O inimigo é o vírus e não a população.

O plano do general lembra o de Hitler no Dia “D” na Normandia. O seu melhor general, Rommel, formulou um plano de defesa que permitia o desembarque dos aliados em uma estreita faixa costeira, de modo a desfechar um violento contra-ataque quando ainda estivessem imobilizados nas praias.

Já o plano de Hitler, que tinha sido cabo na Primeira Guerra Mundial, era “esmagar” os aliados antes que atingissem as praias. Como a História conta, o plano do cabo prevaleceu, por motivos óbvios, sobre o do general. O resultado foi uma fragorosa derrota.

No Brasil atual, onde temos brilhantes médicos imunologistas e centros de excelência como a Fiocruz e o Butantã, o plano de vacinação está sendo concebido por um general que obedece a um capitão, sendo que nenhum deles é médico.

Prevaleceu o interesse político de combater Doria, deixando as forças do Coronavírus dizimarem nossa população até que chegue o dia “D” para um governo irresponsável, incompetente e criminoso.

*Advogado