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As inovadoras do jornalismo carioca

Por Aristóteles Drummond*

Chocado com o termo “putaria” usado por uma jornalista paulista, presente na mídia nacional com grandes espaços, fiquei pensando que a falta de classe, de respeito, de educação, chegou a tal ponto em nosso país, que inclui as mulheres, um último reduto de delicadeza e sensibilidade. Ódio ideológico, despreparo para aceitar a democracia.

Nestas quase seis décadas de jornalismo, assisti a importância da presença feminina crescente no jornalismo, começando pelo econômico, com as dedicadas Teca, do JB, Ramona, de O Globo, e Rosa Cass, no O Jornal e na Tribuna da Imprensa, entre outras. Os consagrados textos de Marina Colassanti, Rachel de Queiroz, Elsie Lessa, Adalgisa Nery, Clarice Lispector e Danuza Leão, com grande categoria.

O colunismo dito social, mas que era de variedades e da animação de uma cidade alegre, elegante, cosmopolita como foi o Rio até os anos noventa, , inovou e conquistou o público através de talentos como Nina Chaves, Hildegard Angel, Angela do Rego Monteiro, Anna Maria Ramalho, Márcia Peltier, Lu Lacerda, Lilinae Rodriguez e outras que foram responsáveis por muitas notícias importantes na politica e na economia dadas em primeira mão, como se dizia na época. Todas fizeram carreira na literatura, na TV e, hoje, nas lives, com público fiel. E, por meio delas, se sabia onde se comia bem, onde se dançava, onde a moda era atual. E com incursões para orientar os que procuravam as grandes capitais. Um tempo bom, um Rio bom, que não pode, nem deve, ser esquecido e onde se pode buscar inspiração.

Isso sem falar nos grandes jornais daqueles anos, com mulheres de personalidade em seu comando como Niomar Moniz Sodré, Condessa Pereira Carneiro e Ondina Ribeiro Dantas, no Correio da Manhã, JB e Diário de Notícias.

Tempos em que não se usava apertar os olhos para transmitir ódio como faz uma jornalista de Brasília na TV, ou uma carioca que o tempo deformou pelo preconceito, muito menos este uso de palavras de baixo calão, que as mulheres no passado só usavam nas zonas de meretrício.

Respeito ao público seria bem-vindo.

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