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Barcas para Caxias e São Gonçalo

Por Aristóteles Drummond*

Há muitos anos, Alexandre Cardoso, então prefeito de Duque de Caxias, levantou a ideia de uso da baia para o transporte de massa. A rota seria mais ou menos aquela feita no século XIX pelo Imperador em seu deslocamento para Petrópolis. Muitos pensavam que o embarque era no Rio, na estação da Leopoldina. Mas não, a viagem começava de barco, ia até Mauá e, dali, seguia de trem pela subida da Serra.

Restabelecer o uso das águas, com algum investimento na dragagem, é claro, permitiria abrir três ou quatro pontos de desembarque, descongestionando as vias Vermelha, Brasil e Washington Luís, com conforto e segurança para os usuários.

Em outra direção, uma rota para São Gonçalo, que fica muito próximo à Ilha de Paquetá, já servida por barcas desde sempre.

Hoje, dispõe-se de embarcações modernas, tipo aerobarco, rápidas, convivendo bem com a poluição e até com o baixo calado nos acessos. Retirar da Ponte Rio-Niterói mais de mil ônibus e alguns milhares de automóveis por dia seria uma grande melhoria para a região metropolitana.

O fato de ter sediado o Império e a República fez o carioca mais voltado para o Brasil do que para sua região. Nosso entusiasmo pela Transamazônica, a alegria com o fim do atoleiro em 50 quilômetros críticos, logo no primeiro ano deste governo, nos levou a esquecer a retomada do Arco Metropolitano, com bilhões investidos e em deterioração, assim como o abandono da nova subida da serra de Petrópolis e da descida da serra das Araras, na Via Dutra. Inacreditável, e tendo presidente e dois de seus filhos políticos locais.

O Rio tem tudo agora, inclusive pelo despertar de seu empresariado, para reagir enquanto o quadro trágico é reversível. É necessário apenas criatividade, vontade política e proteção.
O governador Claudio Castro precisa de algo para marcar sua gestão e, como decorrência, pavimentar seu futuro político. É um político muito jovem e o destino lhe proporcionou uma oportunidade rara e singular. Precisa, pois, escolher uma ou duas referências e tocar para frente.

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