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Enfiando na urna

Por Jolivaldo Freitas*

Quando se vê Bolsonaro e os seus acólitos dizendo que sem comprovante de voto Lula vai ganhar as próximas eleições, fica-se com a impressão que o presidente e os seus auxiliares já deram com os burros n´água e entregaram os pontos, que estão com mais medo que general brasileiro em CPI. A sensação é que Bozo está enxergando maus momentos em novembro do próximo ano e busca de pronto e antecedendo a inglória, ou disglóiria como diria o coronel Ponciano Azeredo, ele lá com seu lobisomem, a derrota. Seria uma crônica de uma ruína anunciada? Como se diz na Bahia “quem tem jacu tem medo”.

Essa história de querer que as urnas eletrônicas emitam um recibo é o que se chama de retrocesso. O Brasil sempre se orgulhou de ter inventado a urna eletrônica que já foi exportada para diversos países sem nenhuma queixa de fraude. Pelo contrário, o que se vê é o elogio por seu sistema antifraude, vez que nem hacker pode com ela, pois nos votos não transitam, via internet, tendo um quilate próprio.

A iniciativa do presidente de querer desclassificar a urna eletrônica só pode ser por má intenção, por não entender e não procurar entender do riscado ou mesmo do seu ímpeto negacionista que se espraia por todas as áreas.

Fica faltando dentro do retrocesso para priscas eras, pedir a volta do voto escrito e que somente poderá votar quem tiver fazendas, escravos e gados. Ou querer que os coronéis (do sertão é claro) ressuscitem os votos de cabresto ou o velho hábito de dar um pé de sapato para o eleitor e, que no caso de o candidato do coronel ser eleitor então recebia o outro pé. Ou uma dentadura. Ou o atendimento médico, as telhas, a areia, o tijolo ou uma graninha por fora.

Essa atitude retrógrada terminará por exigir a volta dos bondes, das caravelas, do orelhão com suas fichas que eram engolidas justamente quando só tinha uma à mão; do forno a lenha, do lampião a querosene, do mertiolate que arde, do purgativo, da sangria ou mesmo do alho pendurado na porta para espantar lobisomem. Se bem, que ando com saudade da radiola Zilomag e da TV da marca Colorado RQ. Quem não é da geração Y ou Z sabe o que estou falando. Só falta Bolsonaro querer a volta do Repórter Esso na telinha preto e branco. Só para lembrar: as urnas atuam há mais de 25 anos sem problema e o resto é querer tumultuar.

*Escritor e jornalista

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