O que segura o Rio

Aristóteles Drummond

No mundo inteiro, os acessos rodoviários, ferroviários, aquaviários ou aéreos determinam a estação de empresas, hoje muitas fora dos grandes centos, mas alcançáveis em pouco tempo. No caso do Rio de Janeiro, vivemos uma situação curiosa.

Todos os acessos rodoviários (modal mais usado) à capital estão com graves problemas. A chegada pela BR-040, proveniente do Nordeste, Minas Gerais e Centro-Oeste está com as obras da nova subida paradas há mais de três anos. E a subida atual é projeto com 80 anos, provocando acidentes diários, porque interditam a estrada, com os transtornos decorrentes.

Na Via Dutra, é a descida, também com 80 anos, que rouba tempo e segurança no acesso à capital. E é a mais importante estrada do país, por onde transita boa parte do PIB nacional.

A obra estaria dependendo de uma autorização ambiental, aparentemente sem problemas, uma vez que a nova pista seria ao lado da atual subida, mais moderna.
No Arco Metropolitano, são bilhões – repito: bilhões – de reais abandonados no trecho entre Itaboraí e Guapimirim. Um crime chocante para quem por ali transita.

O Rio não tem ligação ferroviária de passageiros para o interior e para Minas e São Paulo, com mercado garantido. Não se trata de obras caras para um trem de alta velocidade, pois a situação do país não comporta. Mas melhorar o traçado que serviu por décadas para os trens noturnos Santa Cruz e Vera Cruz, ligando o Rio a BH e a SP.

Nada está programado. Aumentar o uso de barcas, direção São Gonçalo e fundo da baía também não é sequer cogitado. Inacreditável!!!

Um gargalo dessa dimensão torna difícil todo e qualquer esforço para recuperar a importância da economia fluminense, ultrapassada este ano por Minas, cortando-se o petróleo extraído da costa.

Registre-se, no entanto, que todos esses problemas dependem da União e não do governo do Estado. E hoje com a harmonia entre Estado e União pode ser resolvido.
Algo tem de ser feito!