Rio com transparência de verdade

Por Aristóteles Drummond*

O Rio vive uma profunda crise na economia, alimentando os problemas sociais, a começar pelo emprego, a segurança pública e as vocações que não pode nem deve perder. Entre elas, o polo de turismo, de cultura, medicina, tecnologia e de esportes. Temos e precisamos manter esta relevância.

Para conter a situação de dependente do setor público, aposentados e pensionistas, herança ainda dos tempos de capital federal, temos de conhecer como são gastos os recursos disponíveis, para a defesa de sua aplicação compatível com a realidade. E, assim, evitar que o peso do setor público aprofunde a crise e dificulte a retomada do crescimento, dos investimentos.

Os poderes Legislativo e Judiciário aparentam ter grande despesa. Temos de saber quanto custa nosso Judiciário ao cidadão, o número de servidores e o salário médio. E cada deputado, agora que a Assembleia vai funcionar no edifício que foi sede do Banco do Estado, agora repaginado.

O Rio precisa gerar uma legislação clara e definida para a atração de investimentos, com segurança jurídica e política. O respeito aos contratos é fundamental. O atual prefeito, segundo consta, teria recebido o VLT a ponto de parar por falta de pagamento do município, no mesmo momento em que é relevante o alongamento das linhas, conforme anunciado. Antes, uma ruptura no contrato da Linha Amarela deixou sequelas para o país como um todo. Muitas concessões rodoviárias não despertaram interesse em investidores internacionais, chocados com o ocorrido na via expressa carioca.

A questão do jogo, bingos para começar, aproveitamento e apoio ao turfe, outra atividade que o Rio ainda lidera, precisa ser cobrado ao Congresso, onde estão prontos para serem pautados projetos na Câmara como no Senado. O anterior presidente da Câmara, um deputado do Rio, não colocou em votação inexplicavelmente.

Temos de apoiar o governo do estado, mobilizar a sociedade em todos os seus níveis, para cobrar a solução de problemas que se arrastam e são do interesse não apenas da capital e do estado, mas do país.

É o caso das rodovias de acesso, todas com problemas, e do destino definido do antigo Comperj, onde a Petrobras colocou bilhões e que a nova destinação anda muito devagar. O projeto pode gerar até 10% de aumento na arrecadação, além de favorecer uma área carente de empregos, que envolve munícipios de relevância como São Gonçalo e Itaboraí.

Não dá mais para empurrar com a barriga essas questões, sob risco de tornar irreversível o esvaziamento e suas consequências.