Rio: o maior legado

Marco Antônio Cabral*

Passaram-se cinco anos desde que realizamos os Jogos Olímpicos, de forma impecável, no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Essa vitória, a conquista dos Jogos Olímpicos, teve impacto direto e positivo na vida da população do Estado do Rio, como nos mostra o livro “Avaliando os Impactos Locais das Olimpíadas do Rio“, do mestre Marcelo Neri, Professor de Políticas Sociais da FGV. O livro nos mostra que o Rio foi a sede que mais deixou legados concretos para a população em toda a história dos jogos olímpicos.

Acompanhei desde o início de 2007, com a preparação dos Jogos Pan Americanos, o sonho olímpico. Impulsionado pelo sonho do então presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, o ex-governador Sérgio Cabral acreditou desde o início que seria possível a realização da Olimpíada no Rio, apesar de todas as dificuldades. Cabral envolveu o COB, a Prefeitura, o governo do estado, e o governo federal numa luta. Rodou o mundo todo atrás dos votos necessários para a vitória. O Rio ganhou, com a maior diferença histórica, de três cidades desenvolvidas: Madrid, Tóquio e Chicago, cidade natal do então presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

O ceticismo da imprensa carioca era cruel, jogando parte da população contra a realização dos jogos, utilizando o discurso equivocado, de que os jogos estariam tirando dinheiro da saúde, educação e segurança, quando na verdade foi exatamente o contrário, como nos mostra o livro do professor Neri.

O Rio de Janeiro foi a cidade onde o legado olímpico mais impactou a vida dos mais pobres. A redução da desigualdade entre os anos de 2008 a 2016 foi muito grande.

Tínhamos então uma taxa de desemprego de 3,5%, na região metropolitana, éramos a Região Metropolitana que mais empregava no Brasil. Essa alta do emprego ocorreu porque o governo do estado teve a segurança pública como prioridade, valorizando os policiais, criando as UPPs, o que favoreceu o ambiente de negócios e a alta no turismo.

Além da segurança o Governo investiu pesado em mobilidade, com o Bilhete Único intermunicipal, que garantiu ao trabalhador da Baixada e Região Metropolitana competir de igual para igual com o da capital. O Metrô chegou até a Barra, passando pela Rocinha. Toda a frota s da Supervia foi trocada por trens com ar condicionado. O Arco Metropolitano, ligando as rodovias Rio Santos, Dutra e Washington Luis, saiu do papel. A Transolímpica, ligando a Barra à Avenida Brasil, foi inaugurada pela Prefeitura, e a recuperação do Centro do Rio, com a derrubada da Perimetral e o VLT, finalmente aconteceu.

A unidade entre os poderes é a chave para o sucesso do Estado do Rio de Janeiro, para a volta dos empregos, da geração de renda, e investimentos públicos e privados. Foi essa unidade, impulsionada pela vitória olímpica, que fez o Rio sediar grandes eventos, gerar recorde de emprego, e se tornar nesse período a vitrine do Brasil e do mundo.

 

*Ex-deputado e advogado