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O futuro deve ser conquistado

Por Cássio Nogueira de Castro*

É curioso o antagonismo do tratamento dispensado à religião islâmica no mundo. Estamos assistindo à violenta e covarde opressão no Afeganistão, que está ocupando o país por forças fanáticas, coagindo milhares de pessoas a praticar os costumes do islamismo, forçando-os sob pena de morte. Apesar disso, com os esforços de organizações e de outros países, muitas pessoas estão sendo salvas deste destino.

Por outro lado, na França, estamos observando o outro polo, que está coibindo o uso da niqab e da hijab, que são conhecidos como, respectivamente, a burca e o véu. O argumento para a descoberta da face flutua na identificação dos indivíduos, que é uma questão de segurança pública.

Em pleno estado pandêmico, com o uso obrigatório de máscaras como medida de enfrentamento ao vírus da covid-19, a população tem o sentimento de que todos são niqabis.

Mesmo se considerando um país laico, a França foi pioneira na aplicação de multas às mulheres que circulavam usando as vestimentas que caracterizam sua religião. A liberdade religiosa é necessária, pois a expressão e a prática da religião de um indivíduo não afeta a do outro.

Em tempos de pandemia, onde o uso de máscaras é obrigatório, a proibição do véu facial é um tanto quanto arbitrária.

Nesses tempos em que direitos individuais de manifestação são perseguidos e flexibilizados pelos órgãos estatais, que deveriam assegurar e garantir a livre manifestação. Todo e qualquer movimento no sentido de fortalecer esses direitos conquistados, com muita luta e sangue, merece destaque.

Na próxima terça-feira, dia 7 de setembro, comemoramos mais um aniversário da independência do Brasil, o ato de insurgência que mudou o destino do nosso país. Devemos lembrar da coragem do príncipe Pedro, que disponibilizou para nossos filhos um futuro no qual pudessem expressar quem são.

*Advogado e Adesguiano

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