Professores universitários, voltem para as salas de aula!

Por Rodrigo Bethlem*

Há um ano e sete meses, aproximadamente, começaram a surgir os primeiros casos de coronavírus no Brasil. De lá pra cá, talvez, a única atividade que ainda não tenha voltado a funcionar sejam as universidades, tanto as públicas, como a maioria das privadas.

Ratifico: suspensas desde março de 2020, as aulas presenciais permaneceram em regime remoto na maioria dos estados brasileiros até setembro de 2021. Isso é um verdadeiro absurdo num país que figura entre os piores em índices de Educação do mundo.

No dia 13 de agosto, pesquisadores da UFRJ divulgaram uma análise que leva em conta a tendência de aumento de casos de Covid por causa da variante delta, o que, segundo eles, inviabilizaria o retorno normal às atividades presenciais na universidade. A verdade é que ainda que a vacinação no Brasil esteja avançando, as instituições vão terminar o ano letivo com o modelo remoto, adiando o retorno presencial só em 2022.

Agora, pergunto: um professor tem menos ou mais risco de contrair Covid do que um motorista de BRT que transporta mais de 200 pessoas, por viagem?
Vou além: um professor tem mais risco de contrair Covid do que um atendente de supermercado , que nunca parou de trabalhar, em momento algum da pandemia?

Antes de pensar nas respostas, atente para essa informação: os professores foram uma das primeiras categorias a receber a vacina.

Dito isso, só dá para avaliar esse cenário como uma vergonha que não podemos mais admitir aqui no Brasil. Principalmente, nas universidades públicas, que custam muito dinheiro dos nossos impostos.

Saiba: as faculdades públicas situadas no Rio de Janeiro consomem, aproximadamente, sete bilhões de reais por ano. Esse é o orçamento das cidades de Niterói e Caxias somados.

Só nos resta apelar: Professores, voltem para as salas de aula!

*Ex-deputado e consultor político