Secretário de Comunicação afirma que governo não escolhe sites em publicidade oficial

O secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, afirmou nesta quarta-feira (3) que o governo federal não define os sites, portais ou blogs onde são veiculadas as peças publicitárias de ações governamentais. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, convocada pelo secretário, para esclarecer um levantamento feito pela comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga as chamadas fake news. De acordo com o levantamento, durante a campanha pela reforma da Previdência, no ano passado, o governo teria feito 2 milhões de anúncios em sites e blogs que veiculam notícias falsas ou promovem jogos de azar.

"Na Secom [Secretaria de Comunicação Social] do presidente Bolsonaro, não há desvios, não há favorecimento de A, B ou Z. A Secom preza pela tecnicidade e a economicidade", disse o secretário. Segundo ele, durante a campanha pela reforma da previdência, o governo gastou R$ 72 milhões em publicidade, por meio da veiculação de quase 400 milhões de anúncios em diversos canais da internet.

Durante a coletiva, Wajngarten estava acompanhado de Glen Valente, que é o secretário de Publicidade da Secom e responsável direto pelos investimentos publicitários do governo federal. De acordo com Valente, o governo contrata uma agência de publicidade, que utiliza uma plataforma do Google para distribuir os anúncios com base em algoritmos definidos pela plataforma, a partir de critérios de perfil de público definidos pelo governo.

"A Secom contrata a agência de publicidade, que vai e utiliza a plataforma Google, no caso Google Adsense, baseado em critérios e alguns filtros, ela faz o investimento em nome do cliente. E o Google, com base em algoritmos, faz o investimento em alguns sites com base no perfil de investimento que a Secom definiu para atingir determinado público. Não há nem é possível direcionamento para qualquer site ou blog, a gente está atrás da audiência, ou seja, onde está o cliente", explicou. Segundo Valente, cada anúncio vale R$ 0,005. Considerando os 2 milhões de anúncios em sites "inadequados", de acordo com a CPMI, o valor final corresponderia a R$ 10 mil.

Fábio Wajngarten ainda destacou, durante coletiva, que o governo só paga uma publicidade quando ela é clicada pelo usuário na internet, e que sites de conteúdo "impróprio", como pornografia e ações ilegais, são excluídos pela plataforma Google. Além disso, ele minimizou o número de anúncios que, segundo o relatório da CPMI, teria sido veiculado em sites considerados "inadequados".

"Vocês verão que o total de anúncios servidos, ou seja, entregues, para a campanha da nova Previdência, foi de aproximadamente 400 milhões. Em se confirmando esse número de 2 milhões, estamos falando de uma assertividade de 99,5% da comunicação da Secom, mas a gente ainda não teve acesso a esse relatório que retratou 2 milhões de anúncios", afirmou.

Confira a íntegra da carta enviada pelo Google à Secretária Especial de Comunicação:

"Exmo. Sr.

Fabio Wajngarten

Secretário Especial de Comunicação Social

Secretaria de Governo da Presidência da República

Ref: Mensagem sobre a matéria no jornal O Globo em 03/06/2020

Antes de tudo, gostaríamos de agradecer pela sua parceria e de toda SECOM.

O Google tem ajudado parceiros do setor privado e do setor público a usar a publicidade digital para levar suas mensagens a milhões de brasileiros de modo eficiente, com escala e alcance.

Em seguida, gostaria de reforçar alguns pontos a sobre a reportagem, como segue abaixo.

Do ponto de vista técnico, o investimento total da campanha da “Nova Previdência”, e que vocês podem acessar a qualquer momento por meio do Google Ads, foi de R$ 5.141.948,29, com um total de 723.120.120 impressões.

Em relação aos sites, canais de YouTube e aplicativos mencionados na reportagem, no período especificamente citado (de 06 de junho a 13 de julho de 2019), eles representam R$ 584,18 (0,01%) do orçamento total da campanha.

Importante reforçar que o nosso modelo de cobrança nesta campanha foi por clique e abaixo você encontra uma análise mais detalhada sobre os sites e canais mencionados na reportagem:

Temos políticas para determinar os tipos de conteúdo nos quais exibimos anúncios. Se identificamos ou recebemos uma denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas, agimos imediatamente. Mesmo quando um site ou vídeo não viola nossas políticas, compreendemos que os anunciantes podem não querer sua publicidade atrelada a determinados conteúdos e, por conta disso, nossas plataformas permitem bloquear categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios sobre a exibição dos anúncios.

O Google colabora para viabilizar uma internet gratuita e aberta ajudando os editores a gerar receita com o conteúdo que produzem. Preservar a confiança no ambiente de publicidade digital é uma das nossas prioridades.

Trabalhamos diariamente para minimizar conteúdos que violam nossas políticas e impedir a ação de pessoas mal-intencionadas em nossa rede.

Temos o compromisso contínuo de oferecer treinamentos e consultorias aos nossos parceiros, tanto do setor público quanto do privado, para que possam aprimorar a gestão de seus anúncios. Cientes do dinamismo do ecossistema digital, também trabalhamos no aperfeiçoamento de nossas plataformas para oferecer os melhores resultados possíveis para nossos parceiros.

Somente em 2019, conforme nosso mais recente relatório de transparência, encerramos mais de 1,2 milhão de contas de publishers e retiramos anúncios de mais de 21 milhões de páginas, que faziam parte de nossa rede, por violação de políticas.

Gostaria ainda de reiterar que sempre trabalhamos para estimular a adoção de boas práticas na publicidade digital entre todos os agentes do ecossistema - empresas de tecnologia, agências, produtores de conteúdo e anunciantes. Temos um compromisso com nossos parceiros, incluindo o governo federal, para que possam, por meio de consultorias e treinamentos, aprimorar a gestão de seus anúncios e alcançar cada vez mais eficiência em nossas plataformas.

Por fim, gostaríamos de reforçar a conduta pioneira da Secom no desenvolvimento de seus planos de marketing digital, buscando eficiência e resultado na comunicação com os cidadãos brasileiros.

Cordiais saudações,

Fábio Coelho


Presidente Google Brasil"