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Música e grana: Festival gera R$ 1,7 bi para o Rio

Por Ive Ribeiro e João Victor Ferreira

20ª edição, oitava em solo brasileiro do Rock in Rio, encerrou com 700 mil visitantes ao longo dos sete dias de evento, numa Cidade do Rock com 385 mil metros quadrados – 60 mil metros a mais que em 2017. Foram 17 ambientes, incluindo a ocupação das três arenas olímpicas e nove palcos, com 300 horas de música.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o impacto econômico do festival para o Rio é de R$ 1,7 bilhão.

A rede hoteleira foi muito beneficiada. Segundo o Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município, no primeiro fim de semana, a média de ocupação foi de 78% - sendo os bairros de Ipanema e Leblon os preferidos dos turistas, com 87%, seguidos por Barra e São Conrado, com, 83%, e Copacabana e Leme, com 81% de ocupação.

Já na segunda semana, a média de leitos ocupados subiu para 84% - com Flamengo e Botafogo saindo na frente entre os bairros mais procurados (92%), Ipanema e Leblon no segundo lugar (85%), e Barra e São Conrado com 84%. A pesquisa mostrou, ainda, que a maioria das pessoas veio de outros estados, como São Paulo, Minas e Bahia. Já entre os estrangeiros, os norte-americanos, argentinos e franceses foram a maioria.

Dos cerca de 210 mil passageiros e turistas que desembarcaram na Rodoviária Novo Rio na época do evento, estima-se que de 40% a 50% tenham participado do festival. Já o Santos Dumont precisou reforçar equipes de segurança, limpeza e atendimento. Isso porque recebeu mais de 345 mil passageiros, cerca de 45 mil a mais que os 301.865 contabilizados durante o período da última edição.

O Metrô Rio funcionou com uma operação especial e manteve a estação Jardim Oceânico aberta 24 horas, recebendo 376 mil passageiros. O BRT apresentou um fluxo de 45 mil pessoas por dia, sendo 25 mil pagantes e 20 mil para o evento, totalizando 315 mil passageiros ao longo de todo o festival. A operação teve ônibus partindo dos terminais Jardim Oceânico, Alvorada e de Madureira para o terminal Olímpico, por uma via expressa.

METAL HISTÓRICO

Na sexta-feira o evento contou com diversas atrações que redimiram os fãs do “rock raiz” com apresentações de bandas antológicas dos anos 80 e 90, entre outras.

O dia começou no palco Sunset com a banda Nervosa, trio feminino e protagonista na cena do heavy metal. A representatividade foi muito relevante na discussão do machismo em um meio predominantemente masculino.

Abrindo o palco Mundo tivemos Sepultura, sacramentando a importância brasileira no cenário internacional. A banda marcou a sua presença como uma das grandes nacionais, além de dar a devida importância internacional para o gênero, sendo influência aqui e lá fora. E ainda homenagearam André Mattos, o maior nome do metal brasileiro, ex-vocalista da banda Angra, falecido este ano.

O Anthrax teve a sua estreia no Rock in Rio no palco Sunset, quando já havia escurecido. A banda de new metal fez uma bela apresentação, animando todos no pequeno palco e tocando diversos hinos dos fãs como Madhouse e, inclusive abrindo o show com o início do riff de Cowboys from Hell, da banda Pantera.

Logo em seguida, tivemos Helloween no palco Mundo. os alamães acabaram ficando em desvantagem, já que entraram aos 45 do segundo tempo, depois do cancelamento de Megadeth. Apesar dos problemas, o show teve uma boa pegada e a clássica animação do power metal.

Slayer fechou o palco Sunset e também as suas apresentações no Brasil, já que a banda anunciou que esta foi sua última turnê. Ao show não faltam elogios, com muitas rodas, sons pesados e clássicos que todos queriam ver como “Raining Blood”.

Mesmo não fechando o dia, o destaque da noite foi a grandiosa banda Iron Maiden, veteranos de longa data no Rock in Rio, mas que, mesmo assim, não deixaram de marcar seu lugar na história com um show antológico.

Mesmo depois de diversos problemas envolvendo a banda britânica de heavy metal, como um câncer na língua do cantor Bruce Dickinson há alguns anos, a noite não poderia ter sido melhor para os fãs.

A apresentação foi pirotécnica, poética e até escatológica: o show do Iron Maiden quase que contava uma história com o palco, enquanto a música rolava e os fãs gritavam. Músicas icônicas como “The Trooper”, “Number of the Beast” e “Fear of the Dark” deixaram o público insano.

A banda alegrou os fãs de longa data tocando músicas menos conhecidas, mas ainda assim incríveis como “The Clansman”. E se despediu com gosto de “quero mais”, deixando assim a promessa de volta para o Brasil.

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