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Operação prende policiais suspeitos de ajudar maior milícia do Rio

Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério Público prendeu nesta nesta sexta-feira (20) agentes de segurança pública suspeitos de ajudar a maior milícia do estado.
Até as 9h30 desta sexta, seis pessoas haviam sido presas. Ao todo, estão sendo cumpridos dez mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Entre os alvos estão três policiais militares e seis policiais penais. A ação mira ainda milicianos ligados ao grupo.

Segundo as investigações, os milicianos contavam com o apoio dos agentes, que repassavam informações privilegiadas para o bando em troca do pagamento de propina
Com a ajuda dos agentes, os criminosos sabiam detalhes de investigações em andamento e qual era o posicionamento de viaturas durante operações.

A milícia beneficiada pelo esquema é a comandada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. O grupo atua nos bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Zinho assumiu o controle da milícia após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko. Ele foi morto em 12 de junho do ano passado em uma operação que tinha como objetivo capturá-lo após quatro anos de fuga.

Ecko foi preso em Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro, sua principal área de atuação. Segundo a Polícia Civil, o miliciano foi baleado, socorrido de helicóptero, mas morreu no hospital. A milícia se tornou a maior do Rio de Janeiro após ampliar o seu território com a absorção de outros grupos menores. Ecko intensificou essa expansão a partir de "franquias" do grupo criminoso na Baixada Fluminense.

Assim como outras milícias, o grupo obriga moradores de lugares pobres a contratarem serviços urbanos. Em 2015, a Polícia Civil estimava o lucro do grupo em R$ 1 milhão por mês com a exploração de serviços como segurança e ligações clandestinas de internet e TV a cabo em 12 bairros.

A quadrilha também invadiu conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, controlando quem ocupa os apartamentos. Além disso, segundo as investigações, o grupo de Ecko mantinha uma aliança com traficantes da facção TCP (Terceiro Comando Puro). Os milicianos deixam os traficantes atuarem na favela, com a venda livre de drogas, mas exigem parte do lucro.

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