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Um abraço na solidariedade

Se em meio ao isolamento social, causado pelo enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, os abraços foram temporariamente suspensos, no quesito solidariedade está liberado abraçar uma grande causa. O Programa Territórios Sociais e a Obra Social Abrace o Rio, coordenada pela primeira-dama do município, Sylvia Jane Crivella, uniram forças para entregar 755 cestas básicas de alimentação para as famílias mais vulneráveis dos maiores complexos de favelas da cidade. A ação beneficiou famílias que se encontram nos grupos de risco, ou seja, que contenham integrantes idosos, acamados ou com problemas respiratórios. As entregas foram realizadas nas Clínicas da Família dos complexos do Alemão, Penha, Jacarezinho, Chapadão, Pedreira, Jacaré, Vila Kennedy e Lins.

Foto: Cadu Silva

As doações foram levantadas através de voluntários, colaboradores e parceiros da iniciativa particular e privada da Obra Social Abrace o Rio. Cerca de 600 cestas básicas foram doadas pela comunidade chinesa do Rio de Janeiro e recolhidas pela Câmara de Intercâmbio Cultural Brasil/China, entre empresários e profissionais liberais do grupo. Márcia Wu, diretora de mulheres da instituição destaca o trabalho da primeira-dama Sylvia Crivella na cidade do Rio de Janeiro. “Pedi apoio aos membros da comunidade chinesa, que aceitaram prestar solidariedade a uma causa tão nobre”, declarou.

A Obra Social Abrace o Rio, em três anos de existência, trabalha incansavelmente para minimizar o sofrimento dos menos favorecidos. Já entregou mais de 2.200 filtros de barro paro o Programa Territórios Sociais, destinados à população que vive abaixo da linha da pobreza. “Nossa preocupação hoje são as pessoas que não conseguem levar alimento para casa. E tem sido gratificante contar com a ajuda de todos”, esclarece Sylvia Crivella.

Foto: Cadu Silva

Moradora da rua Darcy Vargas, no Jacarezinho, Maria de Madalena afirmou que a cesta veio em boa hora. “Eu agradeço muito a equipe de Territórios Sociais, que foram na minha casa, ficaram sabendo do que eu precisava e me selecionaram para essa oportunidade”. Miriam Ferreira, moradora do Morro do Caracol, no Complexo da Penha, também afirma que a cesta será de grande ajuda para a sua família. “Na minha casa, nós somos seis e todos estão desempregados. Só eu que estou fazendo bico mas a situação está muito difícil”, afirmou. O Programa Territórios Sociais, uma iniciativa da Prefeitura do Rio com o apoio do ONU-Habitat, trabalha nos 10 maiores complexos de favela da cidade, identificando as famílias mais vulneráveis, ou seja, aquelas que possuem o menor índice de desenvolvimento social.

Foto: Cadu Silva

Os agentes de campo contratados pelo programa visitam todas as casas dos territórios aplicando um questionário criado de acordo com o Índice de Pobreza Multidimensional da ONU, que aponta as famílias que sofrem privações graves nas áreas de Saúde, Educação e Padrão de Vida. “É como olhar através de uma lupa para encontrar as famílias mais vulneráveis da cidade. Uma vez identificadas, nós as direcionamos ao atendimento da rede de proteção do município”, explica Andrea Pulici, coordenadora de projetos especiais do Instituto Pereira Passos e integrante do comitê gestor do Programa.

Foto: Cadu Silva

Atualmente, por conta do isolamento social decretado como medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus, as visitas presenciais do programa foram interrompidas. Contudo, os agentes estão realizando ligações para as famílias que já foram entrevistadas pelo programa para acompanhar as que possuem integrantes no grupo de risco de e repassar informações de prevenção. “O foco do programa são as famílias mais vulneráveis, que muitas vezes possuem trabalhos informais e, em um momento como esse, estão vendo sua renda diminuir. Nós agradecemos a todo o esforço da Obra Social Abrace o Rio, que nos procurou com o intuito de fazer essa entrega para as famílias”, comenta Andrea.

Um dos beneficiados com a cesta foi o senhor Jorge, morador do Jacarezinho, que afirmou que a entrega da cesta iria fazer diferença na vida dele. “Eu não tinha nada na minha casa, nem pão duro. Quando as meninas de Territórios Sociais foram na minha casa fazer a entrevista, eu nem acreditava muito. Depois eu recebi a ligação, perguntando como eu estava nesse momento, se estava me cuidando, se havia tomado a vacina da gripe. Agora, me proporcionaram receber essa cesta. Vocês estão fazendo a diferença na vida de muita gente”, afirmou.

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