Detran-RJ investiga possível fraude interna

Por Gabriel Moses

A Corregedoria do Detran do Rio está investigando a relação de que servidores estariam passando informações de motoristas para empresas que buscam solucionar multas em carteiras de habilitação.

De acordo com reportagem do portal G1, pessoas com camisas de empresas não identificadas estavam na entrada do posto, no Centro do Rio, prometendo resolver os problemas da
carteira de habilitação.

Um dos indivíduos que oferece o serviço afirmou que pessoas de dentro do Detran estariam participando do suposto esquema ilegal.

Essa mesma pessoa, que não foi identificada, explicou ao portal G1, do Globo.com, como o esquema funciona.

Segundo ele, o banco de dados é feito em São Paulo e posteriormente vendido para essas empresas, também não identificadas.

Entre as informações armazenadas, constam dados da CNH e CPF. Desse modo, bastaria a empresa colocar neste sistema os dados da pessoa, e viriam à tona o nome do pai, da mãe,
local de trabalho, inclusive o número do celular.

De acordo com a Corregedoria, um servidor foi penalizado e está afastado do cargo. O mesmo foi identificado com 16 processos de despachantes, e foi conduzido à delegacia.

Segundo o presidente do Detran-RJ, Marcelo Bertolucci, a abordagem na porta da instituição é indevida. 

No entanto, ele diz que é inviável descer e “sair prendendo todo mundo”. Bertolucci afirmou que já adotou as medidas cabíveis e que entrou em contato 14 vezes com a Ordem dos Advogados do Brasil.

Com o intuito de eliminar as abordagens, o órgão de trânsito estuda instalar uma grade de segurança na calçada, como uma medida preventiva aos aliciadores.

Muitos motoristas e taxistas têm sofrido assédios de funcionários dessas empresas, que oferecem o serviço de assistência jurídica para eliminar os pontos da CNH. A mesma conduta infracionária pode ocrrer também via celular, onde é trazido o número do processo do indivíduo. Um taxista disse que recebeu algumas multas, mas o próprio Detran não entrou em
contato. Quem entrou foi uma suposta assessoria jurídica, que resolveria o problema em menos de 15 dias.