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Projetos de proteção animal se unem para resgatar cães que estavam se alimentando das próprias fezes

A denúncia de que sete cães estavam se alimentando das próprias fezes, sendo vítimas de maus-tratos, trancados e abandonados em uma casa desde de dezembro de 2020, chegou para a protetora Ana Paula Lopes, do projeto Focinho Feliz (@focinhofelizrj) na última semana. Após verificar que a denúncia era verdadeira, ela entrou em contato com mais dois projetos: Gatorros Em Apuros (@gatorrosemapuros) e Anjos de Quatro Patas (@anjos.de4patas), que na mesma hora se disponibilizaram a ajudar.

A partir daí uma grande corrente se formou e pelo menos vinte protetores estiveram no local, no bairro Engenho de Dentro, na última quarta-feira para realizar o resgate.

“Quando entramos na casa só tinha lixo, móveis destruídos e muitas fezes. A casa parecia mais um filme de terror. Jamais poderia ser conivente com aquela situação, e permitir que aqueles animais indefesos continuassem naquele local”, contou Paula.

Os “Anjos do Bem” como foram chamados pelos vizinhos receberam auxílio de policiais militares do batalhão do Méier. No momento em que os animais estavam sendo resgatados pelo grupo, uma mulher, se dizendo dona da casa, chegou ao local e acabou sendo levada pela polícia para a delegacia da Tijuca, sob alegação do crime de maus-tratos.

Os protetores pediram ajuda à Subsecretaria Estadual de Proteção Animal (RJPET). A Coordenadora de Resgate e Jornalista, Cristina Cruz, acompanhou toda ação de perto, e também prestou depoimento.

“Na delegacia relatei o que vi no local: animais em péssimo estado de saúde, todos com muita sarna e se alimentando das próprias fezes. Desde então a subsecretaria está responsável por esses animais.,” explicou Cristina.

O Secretário Estadual de Agricultura, Marcelo Queiroz, que responde pelas políticas públicas da Subsecretaria de Proteção aos Animais, está intensificando as ações conta maus-tratos.

“O Governador tem tomado ações enérgicas contra maus-tratos, como por exemplo a proibição de corridas de cachorros no estado. Além disso homologou a lei que não permite o uso de coleiras de choque em cães. Vamos ser implacáveis e tornar o Rio de Janeiro referência como localidade amiga dos animais,” explicou Marcelo Queiroz.
Uma vizinha que preferiu não se identificar, disse que viu o dia que os proprietários da casa foram embora.
“Eu os vi fechando a porta e nunca mais voltaram, se esses animais não morreram, foi porque os moradores da rua jogavam ração por cima do muro. Ela está mentindo, desde dezembro todos esses cachorros estão completamente abandonados.

Os cães foram retirados do local pelo Coordenador de Fiscalização da Secretaria Municipal de Proteção aos Animais (SMPDA) Jack Calderini.

“Nosso Secretário, Vinicius Cordeiro, não compactua com nenhuma situação que coloque a vida de qualquer animal em risco. Por isso atendemos diariamente o maior número de casos possíveis de maus-tratos com chegam até nós,” disse Jack.

Segundo a polícia civil em depoimento, à mulher disse que não morava na casa, mas que as vezes passava por lá para alimentar os animais. Ela foi autuada pelo crime de maus-tratos, e vai responder ao processo.

De acordo com delegado Marcelo Carregosa, a suspeita já não tem mais a guarda dos animais que foram apreendidos em depósito pelos protetores, que agora são os fiéis depositários.

“Os animais deverão ser encaminhados a um veterinário para que o laudo possa configurar a materialidade dos maus-tratos, e assim ela será investigada por esse crime”, explicou o delegado.

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