Água limpa no dia 29. Será?

A crise no abastecimento de água na cidade chega á sua terceira semana longe de uma solução satisfatória para a população. A Companhia de Águas e Esgotos (Cedae) continua sem estipular uma data para que as pessoas possam perceber a melhoria na qualidade da água que segue abaixo da crítica. Questionado pela imprensa, num evento de segurança pública, em Bonsucesso, o governador Wilson Witzel adotou, na última quarta-feira (22), o mesmo silêncio de seus subordinados. Mas cobrado de forma incisiva por aposentada, disse que tudo estaria resolvido em uma semana, ou seja, nesta quarta-feira, dia 29. É esperar para ver.

O governador prometeu ainda marcar uma entrevista coletiva para falar sobre a questão e do modelo de concessão da Cedae.

Na última quinta-feira (23), a companhia iniciou a aplicação de carvão ativado no tratamento da água distribuída pelo reservatório do Guandu.

A Companhia de Águas e Esgotos (Cedae) não informou quando as pessoas vão perceber a diferença na qualidade da água nas torneiras. E etapa extra de filtragem é uma medida paliativa: estudos mostram que a geosmina, substância apontada como causadora do mau gosto e cheiro na água, não é o único problema da fonte de recurso hídrico do Estado.

A geosmina, como afirmam especialistas, não afeta a limpidez e o sabor da água e tampouco faz mal à saúde. E desde o início da crise hídrica houve um aumento na procura de hospitais e postos de saúde com casos de enjoo e e desinteria.

Conforme antecipou o CORREIO DA MANHÃ em sua edição de 9 a 16 de janeiro, a crise no abastecimento foi agravada com a demissão de funcionários qualificados que atuavam no setor de controle de qualidade água. A política de desmonte da empresa foi colocada em prática por seu presidente Hélio Cabral, um ex-conselheiro da Samarco, que foi nomeado na cota do Pastor Everaldo, presidente do PSC e eminência parda do governo Witzel.

Por trás dessa política de esvaziamento está a intenção de Witzel em privatizar a Cedae. Esquece, porém, o governador que os últimos acontecimentos envolvendo a empresa tendem a derrubar seu preço em caso de venda à iniciativa privada.

Outro aspecto turvo de todao esse caso é saber que todos esses problemas de contaminação na água jamais aconteriam caso o governo estadual tirasse do papel um projeto de desvio do esgoto que vem da Baixada Fluminense, mais especeificamente dos rios Poços, Ipiranga e Queimados que estão em confluência com o Guandu.

A realização desta obra de transposição livraria a Estação de Tratamento do Guandu - responsável pelo abastecimento de nove milhões de pessoas na capital - de 200 milhões de litros de esgoto por dia.

Engavetado há mais de 50 anos, conforme informou o CORREIO, o projeto está orçado em R$ 50 milhões. Só no ano passado, o luccro da Cedae chegou a R$ 800 milhões.