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Fiocruz pede instalação de unidades de tratamento de rios (UTRs) e mudança de local de captação da Cedae

Por Emanuel Alencar, especial para o Correio da Manhã 

A pesquisadora Adriana Sotero Martins, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), participou da elaboração de documento com dez recomendações à Cedae para minimizar o problema da má qualidade da água distribuída na Região Metropolitana do Rio. Entre os pontos listados, estão à instalação de unidades de tratamento de rios (UTRs) em cursos hídricos que desembocam na captação da Estação Guandu, em Nova Iguaçu, e a mudança do local de captação da água bruta nos rios que trazem esgoto in natura para dentro da estação de tratamento de água. A recomendação será entregue ao Ministério Público estadual (MPE).

“As unidades de tratamento de rios são de fato extremamente polêmicas quando pensamos na despoluição da Baía de Guanabara. Mas, neste caso específico, a instalação dessas UTRs seria estratégica a curto prazo, antes que se faça o saneamento das bacias”, destacou a pesquisadora. O saneamento das bacias dos rios Poços, Queimados e Ipiranga está orçado em R$ 1,4 bilhão.

Ainda entre as recomendações estão a divulgação contínua de todos os dados do monitoramento da qualidade da água para a sociedade - o que até hoje não é feito – e o uso da técnica de peroxidação da água bruta de captação. Esse processo, explica Adriana Sotero, reduz a floração de cianobactérias e oxidar parcialmente a matéria orgânica, portanto reduz os agentes patogênicos na água captada. Outra medida defendida é a utilização de barcas de aeração/oxigenação da água em pontos estratégicos ao longo dos cursos de rios antes da captação, método auxiliará no fornecimento de oxigênio dissolvido na água, minimizando o processo de eutrofização do corpo hídrico.

A Cedae informou que iniciou, nesta quinta-feira, a aplicação do carvão ativado nas águas que são captadas pela ETA Guandu. “Importante lembrar que a eliminação das alterações causadas pela geosmina em cada imóvel depende da renovação da água nos reservatórios internos”, destacou a companhia no Twitter

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