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‘A gestão Castro está fortalecendo o interior’

‘A gestão Castro está fortalecendo o interior’

Prefeito André Português avalia o trabalho do governo do Rio e da detalhes do projeto da Rua Coberta

Por Cláudio Magnavita

Nosso entrevistado é André Português, um prefeito que está fazendo uma revolução na cidade de Miguel Pereira, transformando-a num novo polo de turismo no estado. Várias personalidades políticas, como o senador Flávio Bolsonaro, o secretário Coronel Leandro Monteiro e o ex-deputado e consultor político Rodrigo Bethlem ficaram encantados com a mudança no município. Neste bate-papo, André vai explicar os efeitos dessa transformação em Miguel Pereira e seus planos políticos futuros.

Claudio Magnavita: Você foi reeleito com 83% dos votos, uma votação surpreendente. Qual o segredo de emplacar uma segunda gestão e ser citado como referência de gestão pública no estado do Rio de Janeiro?

André Português: Primeiramente, gostaria de agradecer o convite e o carinho. Sou seu fã e do Correio da Manhã, que tem uma credibilidade muito importante no estado. Para mim, é uma honra estar aqui. Gostaria de iniciar parabenizando e agradecendo você por dar esta oportunidade de estar num meio de comunicação tão respeitado no estado, que traz informações de primeira mão, com conteúdo e com verdade. Eu já fui vereador em Miguel Pereira e em 2016 me candidatei a prefeito e fui eleito. Agora, em 2020, fui reeleito. Tenho que deixar registrado a gratidão à minha população, porque, no momento difícil, enfrentei uma das maiores crises de saúde pública do mundo, que é a covid-19, que estamos enfrentando ainda. Assim que assumi, peguei aquilo que minha cidade tem de vocação, que é o turismo. Não adianta, geograficamente eu perco qualquer disputa de levar grandes fábricas, gerar grandes empregos, porque a minha cidade está afastada da Dutra, que é o eixo Rio-São Paulo, 45km. Então, peguei uma cidade que 365 dias por ano não tem um assalto, e tem o terceiro melhor clima do mundo. O melhor do Brasil e o terceiro do mundo. Pegamos isso e começamos a trabalhar para transformar Miguel Pereira na Gramado Carioca. Mas por que Gramado Carioca? Porque Gramado, no Sul, é a segunda cidade do Brasil que mais recebe turismo.

CM: Qual a população de Miguel Pereira?

AP: Quase 30 mil habitantes.

CM: Muito semelhante à Gramado, que tem 35 mil.

AP: Gramado está 117 km de distância do Aeroporto Internacional de Porto Alegre e a gente está a 105 km do Aeroporto Internacional do Galeão. Então, eu comecei a fazer trocadilhos. E estamos em um dos estados mais importantes do Brasil.

CM: Sem falar do clima, por ser início da Região Serrana. Qual a altitude?
AP: É linda de beleza natural, são 607 metros acima do nível do mar. É uma cidade que tem um clima que faz bem à saúde, então eu fui trabalhar em cima disso. E com grande parceria. Quero deixar registrada a parceria que eu tenho com o governo do estado, na pessoa de Cláudio Castro.

CM: Eu gostaria de falar sobre o evento para o qual você convidou os prefeitos de todo o estado, e 58 foram inaugurar a Casa do Agricultor, colocando Miguel Pereira no epicentro da política do estado. Comenta como foi ser anfitrião de 58 prefeitos durante dois dias.

AP: Foi muito bacana, e quero deixar registrado meus agradecimentos aos meus colegas e amigos prefeitos lutadores. Aprendi que a grande virtude de um político é saber ouvir e buscar ideias que deram certo em algumas cidades e, com isso, eu fui criando muitos relacionamentos com prefeitos. Respeito todos e acredito que hoje o Rio de Janeiro está tendo uma safra de prefeitos excelentes, pessoas bem intencionadas e determinadas a mudar a vida das pessoas da sua cidade. É o que eu sempre falo, as pessoas não moram em um estado, elas moram na s cidades, então, com isso a gente tem um grande relacionamento e com a ida do governador à Miguel Pereira, fizemos grandes inaugurações, um dos maiores equipamentos de combate à violência da mulher, eu inaugurei a Casa do Direito da Mulher Daniella Perez, onde nossa amiga Glória Perez aceitou que colocássemos o nome da filha dela, remetendo àquele assassinato, mas que sirva de exemplo para as mulheres que estão sofrendo agressões. E eu gostaria de deixar registrado que esse projeto eu fiz com o deputado, na época, secretário, Bruno Dauaire. É uma ideia que nasceu dele juntamente com a prefeitura de Miguel Pereira e hoje é uma grande realidade. Inauguramos o Espaço do Agricultor. O governador gostou tanto do projeto juntamente com o nosso querido secretário de Cultura, Marcelo Queiroz, uma pessoa brilhante, que agora vai replicar para mais de 60 cidades.

CM: Pegando o modelo da sua gestão, comenta um pouco sobre a Casa do Agricultor.

AP: Identificamos que o agricultor da ponta, aquele que planta, fica no sol, na chuva com a família, é o que menos ganha. Ele está no sol, na chuva, tem o gasto dele, e ele vende por centavos. Vamos pegar o exemplo da alface. Ele vende por centavos, para um atravessador. Esse atravessador vende para o supermercado que diretamente vende para o cliente final. Há um superfaturamento do produto, e aquele que realmente trabalhou, deu suor, é o menos favorecido. Então, eu abri o espaço do agricultor, um espaço para 92 concessões, e eu peguei esse agricultor para ele vender para o cliente final e acabar com essa história do atravessador. Com isso a família dele prospera, a cidade é quem ganha e é um case de sucesso que vai ser replicado no estado do Rio de Janeiro inteiro.

CM: Eu gostaria de falar da sua vida, da sua história. É André Português porque seus pais são portugueses?

AP: O meu pai. Na verdade, a gente é do Rio de Janeiro. Nasci no Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, tenho 46 anos, desde os 10 frequento Miguel Pereira. Meu pai começou como veranista, e, de repente, teve um problema de saúde. E ele decidiu, junto com a minha mãe e as minhas duas irmãs, que viríamos morar na cidade de Miguel Pereira. Foi um dos maiores presentes que meu pai me deu. Depois do caráter que ele formou.

CM: Ele é português de Braga?

AP: Isso. Então, eu fui morar em Miguel Pereira com 10 anos de idade, foi uma grata surpresa. Fui convidado para ser vereador na cidade, fui eleito o vereador mais jovem da cidade mesmo sendo de fora. E também fui eleito o prefeito mais jovem da cidade de Miguel Pereira. E quando fui eleito foi com a maior votação da história política, com quase o dobro do tabu que eu já havia quebrado na votação. Eu tenho uma gratidão pela população de Miguel Pereira, por inicialmente acreditar nas palavras. Na reeleição, foi resultado de um bom trabalho.

CM: Você encontrou uma cidade que precisava ser consertada em tudo, certo?

AP: Todas as áreas! Uma cidade sem credibilidade, uma cidade que o povo estava com uma autoestima muito baixa, não acreditava mais nos políticos e hoje eu posso falar que, se minha vida política se encerrasse neste momento, só a alegria de fazer o miguelense voltar a ter orgulho de onde ele andar pelo estado do Rio ou país, de falar que mora na cidade de Miguel Pereira.

CM: Qual a relação que você tem hoje com a vizinha Paty de Alferes? São que nem Gramado e Canela, com sinergia?
AP: Com certeza, eu tenho um carinho muito especial com a cidade de Paty de Alferes. Já tive a oportunidade de ter sido Secretário de Saúde do município.

CM: Qual é a sua formação profissional?

AP: Gestão Pública. E eu tive uma grande oportunidade em Paty. A cidade tem 5 quilômetros e para você ter uma noção, Paty do Alferes não tem uma delegacia. É a delegacia 96ª DP de Miguel Pereira que cobre o município. Também não tem hospital, as quase 30 mil vidas do município são atendidas no hospital municipal de Miguel Pereira, no nosso querido hospital municipal “Luiz Gonzaga”, então toda a Paty do Alferes faz muito a vida em nosso município.

CM: Na década de 40 e 50, o eixo Miguel Pereira e Paty de Alferes fez sucesso turístico com cassinos. Por que isso se diluiu? Por que isso se perdeu?

AP: Eu acredito que talvez tivemos alguns gestores, eu quero aqui deixar registrados que eu respeito todos os prefeitos, para Miguel Pereira chegar como chegou hoje é porque fizeram a sua parte, mas eu acho que alguns deixaram a desejar na questão do turismo, daquilo que a gente tem de melhor vocação. Países e cidades do mundo inteiro que vivem do clima, Miguel Pereira tem essa marca internacional.

CM: Outro dia eu li a biografia de Abraham Medina, que é o patriarca da família Medina, fez o centenário há alguns anos, foi secretário de turismo de Miguel Pereira. Ele foi uma pessoa que, literalmente, colocou o município no mapa. Ele foi quem concebeu essa história do terceiro melhor clima. Qual a importância que ele tem para Miguel Pereira?

AP: Hoje, todos nós da cidade de Miguel Pereira, temos muito orgulho pela história que ele construiu. O Pórtico da Cidade tem o nome dele, foi ele quem construiu o Mirante da Serra, fez o clube da cidade. Ele tem história e hoje todos os miguelenses tem orgulho de falar que a família Medina passou grande parte da vida deles em nosso município.

CM: Miguel Pereira é também a cidade das rosas, certo? Conte essa história.

AP: Abraham Medina era apaixonado pela cidade e carregava Miguel Pereira no coração. Então, tudo que ele pôde fazer para explorar e fazer o mundo conhecer o município, ele fez. A gente está falando de 1976, não tinha essa tecnologia de hoje. E da semente que ele plantou até hoje a gente colhe o sucesso.

CM: Teve um prefeito que pisou na bola na história de Abraham Medina...

AP: É verdade! Teve algumas infelicidades, algumas colocações, que fez com que o nosso Medina ter uma mágoa com a cidade. O Roberto Filho. Mas eu mesmo, pessoalmente, ele me recebeu com todo o carinho e todo o respeito, falei que a cidade amava a família Medina e na mesma hora ele nos recebeu e eu quero aqui já deixar registrado a minha admiração pelo Medina. Uma pessoa que hoje é um orgulho.

CM: Agora vamos voltar a falar da gestão pública. Eu tive a honra de ser secretário de Turismo do Estado em 2014, o primeiro ano de Pezão como governador. Ele e Maria Lúcia são pessoas maravilhosas e eu tenho muito orgulho de ter trabalhado com o Pezão, como secretário. E com isso, eu percebi que o interior era desassistido. Eu confidencio aqui a você que eu, como secretário, toda quinta-feira, fazia uma imersão ao interior. As vezes, até o fim de semana. Eu tive a chance de pernoitar em 48 cidades e sentia que, muitas das vezes, era a primeira vez que um secretário do Estado pernoitava na cidade. Eu visitei tanto a Miguel Pereira quando Paty e percebi que as pessoas desconhecem o potencial. O Rio de Janeiro absorve muito a imagem, as energias e as imagens, energias e a atenções políticas. Fala um pouco dessa miopia de alguns gestores, que focam mais a capital que o interior.

AP: A gente encontra isso com a atual gestão de Cláudio Castro, essa visão de fortalecimento do interior. Por isso que na abertura aqui eu fiz questão de registrar o meu agradecimento e a nossa gratidão pelo querido nosso governador e também quero estender a todo o seu corpo técnico de secretários que também estão com essa sensibilidade de olhar o interior com um olhar diferente.

CM: O interior está abraçando o governador, pois as manifestações de carinho que ele recebe, há um tempo não vejo isso para um dirigente estadual...

AP: Na verdade é uma troca, a gente sente assistido e é natural que a gente abrace aquele que tem um olhar diferenciado para o interior. A gente vê, o número de eleitores de nossa cidade é uma rua de Nova Iguaçu. Estão, se os grandes políticos olhassem as cidades do interior simplesmente pelo voto, eles nem olhariam e não investiriam. O Cláudio Castro tem mostrado esse diferencial, ele não quer saber de tem uma vida ou 1 milhão, a sensibilidade dele, a onde tem uma vida tem o mesmo valor, que seja na capital.

CM: Qual foi sua grande frustração do primeiro mandato?

AP: Poxa, parece até um pouco de demagogia, eu já consegui realizar mais que do que eu prometi nesses 45 dias que coloquei nos comícios. Eu costumo brincar que eu fui o presidente que fiz mais do que eu prometi. Se eu falasse alguma coisa que eu me frustrei aqui, eu talvez seria leviano, e não faz parte assim...

CM: Como é que você formou a sua equipe?

AP: Acho que um dos maiores problemas políticos do nosso país, não é a corrupção, pois ela está em qualquer segmento do nosso país, está no ser humano. Então não é da instituição política. O maior problema da política do nosso país, é que muitos se preparam para querer ganha a eleição e pouco se preparam para governar, e esse foi o meu diferencial. Eu entendi e entendo que uma prefeitura é uma empresa e uma empresa ela tem que dar resultados. Eu respeito todos os acordos políticos, isso faz parte de uma política mundial, mas um gestor tem que saber dividir o que é política e o que é administração. Então, hoje eu tenho 100% do meu secretariado técnico.

CM: Você é um prefeito que saber dizer não.

AP: Sei dizer não!

CM: E você acha que isso é importante para um gestor?

AP: Muito importante, porque o maior problema da política e do político é que tudo ele diz que pode e no fim não faz nada. A credibilidade vai pro chão. Então assim, eu, na minha cidade, sou conhecido como um homem positivo. Se eu falar o sim eu cumpro, mas também se eu falar não, não tem jeito. Não adianta, costumo dizer que naquele primeiro momento você pode até ficar triste, mas lá na frente vai falar que o único que falou a verdade foi o André. Então a gente leva aquilo ali muito sério, a prefeitura não é uma máquina de fazer politicagem, a prefeitura é para fazer gestão e, melhor do que uma empresa privada, a gente só administra despesa, pois a receita já está certa. Acho que a política tem que acordar os gestores, acordar que é possível sim. Para você ter noção, eu tenho um dos menores orçamentos do estado do Rio de Janeiro.

CM: Como é que o governo federal lida com o turismo de Miguel Pereira? Ou é a hora do governo acordar para o potencial dessa “Gramado Fluminense”?

AP: Chegou o momento de buscarmos um estreitamento maior com o Ministério do Turismo. O governo federal tem sido muito parceiro da cidade de Miguel Pereira, transformando sonhos em realidade. O senador Flavio Bolsonaro tem sido um amigo da cidade me ajudou nas questões da medicina, transformando a cidade em uma cidade universitária, então eu estou tendo uma grande parceria. Quero ainda dizer que estamos fazendo para transformar Miguel Pereira no maior polo de tilápia do Brasil e eu estive presente com o governador Cláudio Castro e o presidente Jair Bolsonaro, que colocou toda a equipe a disposição, então estamos tendo uma grande parceria federal. Mas no quesito turismo chegou o momento da gente se aproximar mais. Preciso mais do Ministério do Turismo dentro da cidade de Miguel Pereira.

CM: Como está essa questão da mão de obra qualificada em Miguel Pereira, para o desenvolvimento do turismo?

AP: Esse é um problema crônico. A gente precisa qualificar a nossa mão de obra e não é por culpa do profissional. Devido à crise, as pessoas precisam sobreviver, então de dia eles têm uma função e de noite outra, exatamente por essa questão de sobrevivência. Estamos buscando algumas parcerias, aliás quero agradecer a Fecomércio e o presidente (Antonio Florencio) Queiroz. Uma pessoa incrível com uma sensibilidade incrível. Ele está me ajudando fizemos grandes parcerias com a Fecomércio junto com a cidade de Miguel Pereira. Agora mesmo vou inaugurar o primeiro trem turístico de uma cidade no Rio de Janeiro. Os 16 milhões de habitantes do estado não precisaram sair do Rio de Janeiro para andar em uma Maria Fumaça a vapor. Miguel Pereira vai inaugurar em janeiro em um trecho de 4,5km. No total sendo 9km de ida e volta em um passeio de 1h, vai ser um passeio incrível.

CM: Sávio Neves está ajudando?

AP: Está sim. Sávio Neves é um grande incentivador da cidade de Miguel Pereira e para mim é um dos maiores empresários que nós temos. Ele está no Parque dos Dinossauros em uma grande parceria com o Márcio Clari, é um consórcio, assim vamos inaugurar em janeiro o maior Parque dos Dinossauros do Mundo.

CM: Explica o que é o parque.

AP: O parque tem quase um 1400.000 m², então vai ser o maior parque dos dinossauros, não só do Brasil, mas do mundo. Entretenimento para toda a família, com tirolesa, arborismo, é um projeto incrível que vamos inaugurar em janeiro. O parque vai levar 1 milhão de pessoas que nunca foram para Miguel Pereira, mas irão agora para conhecer.

CM: O importante do turismo é o pernoite. Como está rede de hoteleira?

AP: Temos atualmente uma rede hoteleira com quase 3 mil leitos contando com Paty do Alferes. Mas temos uma missão de chegar a 20 mil leitos. Para assim conseguir abraçar toda a população turística que estará chegando na nossa cidade.

CM: A Serra Gaúcha hoje está em torno de quase 50 mil leitos somando todas as cidades. Você tem valorizado os hotéis temáticos?

AP: Temos, inclusive, o dinossauro vai ter um hotel temático dentro do parque. Agora estamos negociando para trazer para a cidade de Miguel Pereira o hotel eleito como o melhor Hotel do Mundo. Ele fica no Brasil e na cidade de Gramado, o Colline de France. Um hotel incrível, eu já tive algumas reuniões com o proprietário e estamos trazendo uma versão dele para a cidade de Miguel Pereira. Dando certo, a cidade terá o melhor hotel do mundo.

CM: Nós estamos falando em um previsão de 10 anos, na sua visão como estará a cidade na questão de leitos?
André: Preciso chegar a 20 mil leitos.

CM: Gramado tem o Natal de Gramado que é uma referência. O Bernardo Rossi, quando prefeito de Petrópolis, fez uma grande iniciativa com o Natal Imperial. Como você está pensando em transformar Miguel Pereira no Natal?

AP: Na verdade íamos fazer uma ação de natal em 2019, mas com a pandemia precisamos adiar. Este ano, embora estejamos na retomada da economia, vamos fazer esse Natal. Costumo falar que Natal Luz só existe um no Brasil que é o de Gramado. Toda vez que você faz um projeto de Natal Luz, ele é um projeto que não vai prosperar. Em Miguel Pereira vamos lançar o Natal Inesquecível. A gente quer chegar ao patamar de Gramado, a gente tem potencial para isso e nesse ano a gente vai fazer o lançamento do natal inesquecível. Vai ser lindo, vai ser no lago onde vamos montar uma arvore de Natal gigante. Vai ser um ensaio para a população do estado entender o que vai ser o natal na cidade de Miguel Pereira.

CM: No calendário você tem na cidade vizinha Paty do Alferes o Festival do Tomate. Como você se posiciona nisso?

AP: A gente tem vários calendários. Já por dois anos consecutivos que ganhamos o terceiro ano da etapa do mundial de vôlei de praia do Brasil na cidade. As pessoas perguntam como, se Miguel Pereira não tem praia e nem areia, mas a gente levou e foi classificado pelos atletas mundiais como uma das melhores etapas. Então ele já faz parte do calendário. Para se ter uma noção, o evento passar para 120 países ao vivo. Dando uma publicidade para Miguel Pereira e para o estado do Rio incrível. Mas uma coisa que me preocupa é virar uma cidade de datas. Miguel Pereira tem que viver os 365 dias do ano. Estou fazendo uma cidade, um governo, uma gestão e um investimento para que todos possam vir a Miguel Pereira em qualquer época do ano ou do mês que sempre vai ter prosperidade e o que fazer.

CM: Você está fazendo um restaurante temático no Lago de Javary. Fala sobre isso e eu quero entrar um pouco nessa questão da gastronomia. Mas primeiro eu quero fazer um registro histórico aqui. A primeira pessoa que me falou de Miguel Pereira como um destino turístico foi a Belisa Ribeiro, que depois instalou uma pousada, um projeto pessoal dela, que foi morar lá. Você esta dando algum incentivo no setor gastronômico?

AP: Só até janeiro vamos inaugurar 16 restaurantes. A cidade de Gramado tem 250 restaurantes e é um sucesso. Temos Gramado como exemplo, então, precisamos chegar nesse patamar. Vamos fazer três restaurantes temáticos no Lago dde Javaryi. Um deles a gente esta pegando a ideia do Cara de Mau, que é uma pizzaria temática na cidade de Gramado, que hoje é um dos maiores sucessos juntamente com a temática do Harry Potter, que é um sucesso. Vamos inaugurar a primeira pizzaria temática do estado do Rio de Janeiro, no Lago de Javary, um restaurante de 2 mil m².

CM: Quais incentivos você está dando à gastronomia?

AP: Nós estamos dando a concessão da área e tudo mais que for necessário para que o empresário possa se instalar em Miguel Pereira.

CM: Você tem um Pedro Paulo também, assim como o Eduardo Paes tem aqui no Rio...

AP: Eu costumo dizer que Miguel Pereira tem dois prefeitos. Eu estou aqui, nesta entrevista, e ele está lá trabalhando pela cidade. O vice não foi feito para ficar em casa. Se ele foi eleito e recebe salário, tem que trabalhar. Tanto que quando perguntei se ele queria quer meu vice, ele perguntou se era para trabalhar.

CM: Comenta um pouco a importância do trabalho do Gustavo Tutuca, já que para ele ir para Piraí, precisa passar por Miguel Pereira.

AP: O Tutuca tem feito um trabalho bacana para o estado e tenho cobrado muito a presença dele em Miguel Pereira. Recentemente, ele pediu para ver o projeto que vou inaugurar em breve, do maior espaço de artesanato do estado do Rio. Serão mais de 160 artesãos expondo seus projetos de segunda a segunda.

CM: Quem tinha um espaço do artesão muito bom era Maria Lúcia, em Piraí. Queria contar uma particularidade. Eu, quando estava na Secretaria, visitando Miguel Pereira e Paty, fui em um quiosque em formato de tomate, que é o produto mais famoso do município, o qual vendia tudo que podia com tomate. Fiquei encantado com aquilo, tanto que citei esse quiosque como um espírito empreendedor com o produto. Depois da visita, essa senhora agradeceu os elogios, pois a prefeitura a queria tirar de lá, porque a estrutura era feia. Pegando por essa história, como você pode garantir que esse boom do turismo de Miguel Pereira vá além de sua gestão?

AP: Nós temos uma preocupação de não fazer nada provisório. As obras que estamos fazendo e o conceito que estamos colocando na cidade, ninguém mais vai ter como tirar, já que são projetos sólidos e que mudaram as vidas das pessoas. Tanto que um segmento esquecido pelo estado é o artesanato, importante setor da economia para gerar empregos e distribuir renda. Eu fiz um negócio bacana. Enviei para a Câmara um projeto chamado “Bônus Cartão”, no qual os meus 1.500 funcionários concursados só podem gastar comprando produtos com artesãos ou com agricultores. Esse cartão está abastecido com uma carga de R$ 50, ou seja, R$ 25 para cada segmento. Assim, eu já faço um projeto com aumento da clientela e da distribuição de renda. Com isso, eu levo as pessoas para dentro do empreendimento, fazendo com que elas possam gastar mais do que os R$ 25. O projeto tem sido um sucesso, pois tanto os agricultores, quanto os artesãos e os funcionários estão felizes.

CM: O Sabrae tem fornecido alguma ajuda em relação aos artesãos?

AP: Muito importante você falar isso. Nós tínhamos uma feira mensal de artesanato antes da covid, e eu prometia que faria um espaço fixo para o setor. E eu tive um cuidado, também, em montar a comissão, até para dar essas 160 concessões aos futuros artesãos que vão ocupar o espaço, onde eu visito o produto in loco. Eu não vou querer que o visitante compre produto do Paraguai, e sim aquele no qual o artesão colocou a mão na massa, fez de forma genuína.

CM: Isso pode até ser modelo para a área federal fomentar o artesanato, que está meio adormecido nacionalmente. Na semana passada, o nosso colega Ancelmo Góis, na coluna dele, publicada aos sábados no jornal O Globo, falou que Gramado é aqui e que teríamos uma rua coberta de gramado. Comenta um pouco sobre esse projeto.
AP: Queria registrar aqui o meu agradecimento ao Ancelmo, uma pessoa que também tem o meu carinho e o meu respeito, pela divulgação, pois foi matéria no Brasil inteiro. Para você ter uma ideia, blogs e jornais do Sul replicaram a nota, dizendo que Miguel Pereira e Rio de Janeiro estavam fazendo uma Gramado. É muito legal você ser comparado com case que deu certo, pois quando a gente fala em Gramado, lembra qualidade, prosperidade, uma cidade que recebe 6,5 milhões de visitantes por ano. Só perdendo para o Rio de Janeiro no Brasil. Ou seja, se você tirar Carnaval e Réveillon do Rio, Gramado fica em primeiro lugar.

CM: Como será a Rua Coberta?
AP: Será um polo gastronômico, e, costumo dizer que será mais bonita que a de Gramado, com todo o carinho e respeito, pois ele foi feita agora. Serão dez restaurantes, sendo dois panorâmicos, e duas salas de cinema. E tomei cuidado, já que vamos inaugurar por agora a Maria Fumaça, do passeio dela acabar dentro da Rua Coberta. As famílias, assim que acabarem o passeio, vão sair dando de cara para restaurantes e cafeterias. Será incrível o momento que o turista vai viver em Miguel Pereira. A Rua Coberta é uma réplica da que há em Gramado, que é um dos pontos mais visitados, e tive o privilégio de estar copiando esse case de sucesso da cidade do Rio Grande do Sul.

CM: Comenta-se que você está ficando pequeno para Miguel Pereira. Uns falam que você fará chapa com Cláudio Castro, outros que vai crescer na questão legislativa, ou seja, como você se vê no futuro?

AP: Vejo meu futuro como um homem trabalhador, honesto, que busca seus sonhos, pois tenho muita fé. Acredito que tudo vai dar certo. Aprendi, com um amigo meu, chamado Vitor, que a vida só é ruim para quem não sabe esperar. Ou seja, precisamos saber esperar o nosso momento. Posso confidenciar que tenho sonhos, como todos, mas eu também sei respeitar o meu momento. Hoje, estou focado na continuidade do governo de Cláudio Castro. Ele pegou o estado em um dos piores momentos. Então, o futuro a Deus pertence.

CM: Mas você acha que as coincidências ligadas ao Castro, desde o aspecto místico, religioso, por ele ser cantor gospel, da área católica, não estavam um pouco programadas?

AP: Muito. O Cláudio trouxe algo de muita importância: a credibilidade do Rio de Janeiro voltou. Os empresários estão acreditando para investir no estado do Rio de Janeiro, e a gente não pode perder esse momento. E o Cláudio está fazendo isso com maestria esse resgate da credibilidade, não só do carioca, do fluminense, mas também chamando atenção de outros estados para investir no Rio de Janeiro.

CM: Como é que você tem visto do aspecto do interior o Pacto RJ?

AP: Olha, estamos olhando com muito bons olhos. E tem os dois secretários incríveis do governador Cláudio Castro, que são o Zamith e o nosso querido Nicola, da Casa Civil. São duas pessoas que têm me ajudado muito, de uma sensibilidade muito grande sobre o interior do estado. E eu vejo esse pacto como algo que vai salvar o Rio de Janeiro. O governador está sabendo distribuir as necessidades do estado.

CM: E ele está atendendo os 92 municípios?

AP: E o mais bacana é que ele está esquecendo cor partidária, não tá vendo quem votou em A ou B. Ele está preocupado em dar governabilidade e em mudar a vida do povo do Rio.

CM: O PL acaba de incorporar mais um prefeito. Eu acho que vai chegar a uns 50 prefeitos até o fim do ano. Como é que você vê esse crescimento do PL?

AP: Isso é bacana. O PL não está inchando, ele está crescendo. E o Altineu é um cara que tem todo o meu carinho, o meu respeito, é um grande político do Rio de Janeiro, um cara de muita sensibilidade. E está fazendo o crescimento do PL com muita responsabilidade. Ele não vai pegar qualquer um, ele não quer fazer número.

CM: E o primeiro passo dele foi o Nilton Caldeira, fundador do partido, carteirinha 005 do PL...

AP: O Nilton é uma referência pra nós, é uma pessoa incrível que está ajudando muito o Altineu a construir o novo PL no estado do Rio de Janeiro.

CM: Eu queria que você falasse da representação legislativa. Como é que você vê a bancada federal do estado e a nossa Alerj?

AP: A Alerj está fazendo um papel muito fundamental. Eu costumo dizer que se não tiver a união do poder Legislativo com o Executivo, quem paga essa conta é a população. E o presidente André Ceciliano, que tem uma sensibilidade, uma capacidade incrível.

CM: O Flávio Bolsonaro diz que ele nem parece que é do PT

AP: É verdade. Então eu tive o prazer de receber o presidente André Ceciliano, que está me ajudando.

CM: Ele é da região?

AP: Ele é de Paracambi? Fica muito na cidade de Mendes, então o André tem um olhar muito diferenciado para as 92 cidades. Ele não está preocupado só com o Legislativo, ele está fazendo um trabalho amplo, que está mudando e ajudando o governador Cláudio Castro a governar. Porque se brigarem os poderes, é a população que vai pagar.

CM: Estamos chegando na parte final da entrevista, então, queria falar um pouco da questão legislativa municipal, principalmente no que envolve o turismo. Como está o intercâmbio, vamos dizer, da Câmara Municipal de Miguel Pereira com a Câmara de Gramado, Canela... Como é que vocês estão desenvolvendo isso?

AP: Os vereadores de Miguel Pereira estão muito antenados no crescimento da cidade. E eles estão me ajudando muito a governar porque eles estão buscando também relacionamentos novos, ideias e com isso essa união do Legislativo com o Executivo de Miguel pereira é o que está fazendo a diferença. Os vereadores estão antenados com a questão do crescimento e do investimento do turismo.

CM: Ao assumiu Miguel Pereira, quem foi o prefeito que o inspirou no estado do Rio de Janeiro?
AP: Não há um prefeito em quem eu tenha me inspirado diretamente. Como disse, comecei a olhar a característica de vários prefeitos, várias pessoas que governaram no estado do Rio de Janeiro. Com isso a gente foi criando uma musculatura de como governar e transformar a cidade de Miguel Pereira. Mas tivemos grandes prefeitos aqui, tenho um carinho muito grande, acho um grande gestor, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, é um cara incrível. Tivemos também próximo à minha cidade um prefeito que é meu amigo, e também foi um grande gestor, o Vinicius Farah, na cidade de Três Rios. Tenho dezenas de exemplos no estado do Rio, mas fico meio assim de falar e esquecer alguém.

CM: E deputados estaduais?

AP: Ah, tem vários... O próprio André Ceciliano faz um trabalho muito bacana. Foi prefeito. A importância é essa de ter sido prefeito. Também é um grande referencial no Legislativo que nos inspira a fazer um bom serviço.

CM: Chegamos ao fim desta entrevista e eu queria parabenizá-lo por, primeiro, fazer o dever de casa, e depois provocar, criar a demanda para as pessoas visitarem Miguel Pereira. Foi uma atitude muito madura de sua parte. Esperar a cidade ficar pronta para depois divulgar.
AP: Eu tive essa preocupação porque a primeira impressão é a única coisa na vida que você só tem uma chance. Não posso provocar algo se eu não tenho o que oferecer, então eu estou preparando Miguel Pereira para quando as pessoas visitarem ou retornarem com suas visitas. Já vê realmente o slogan que a gente tem, que é uma nova cidade. Para você ter uma noção, conseguimos levar grandes marcas pra cidade. Sou praticamente a única cidade que recebeu o Bobs. Tem um ano. Agora inauguramos a Casa & Vídeo, agora está em obra a Lojas Americanos e daqui a 40 dias estamos inaugurando a Lojas 100, que tem 300 lojas no Brasil. Então assim, eu consegui trazer marcas nacionais que eram distantes da realidade de Miguel Pereira. E essa é uma prova de que Miguel Pereira está no caminho certo para se tornar um polo econômico e também no polo turístico, transformando a cidade na maior referência do estado.

CM: André, muito obrigado. Estamos encerrando a nossa entrevista. Esse é o primeiro capítulo da nossa série com prefeitos, o Correio da Manhã vai estrear o Correio Fluminense, para acompanhar notícias do estado, que é justamente para abrir o diálogo com o que existe de potencial no interior do estado, mostrar a riqueza do Rio não está somente na capital, mas que temos 92 municípios que merecem o carinho e o espaço que estamos dando a Miguel pereira com o André Português. Muito obrigado, André.

AP: Eu que agradeço mais uma vez o seu tempo. Quero deixar registrada a sua credibilidade como jornalista no estado do Rio. Hoje, com certeza, sua coluna é uma das mais lidas no Rio e em outros estados. Eu quero parabenizar sem demagogia nenhuma. A gente não pode botar a nossa credibilidade à frente de coisas que não tenham resultado. Quero agradecer esse espaço que você está começando agora com os prefeitos do Rio de Janeiro e agradecer a todos que estão nos acompanhando. E deixar aqui já o convite para convidar vocês a conhecerem Miguel Pereira, vocês ficarão encantados, vão se apaixonar por grandes projetos aí no forno, que vão mudar o estado do Rio. Mas como eu sou um homem que gosto de surpreender e não decepcionar, eu gosto de falar do que já está acontecendo. Então tudo isso que a gente falou aqui, qualquer um que for na minha cidade poderá ver. Então obrigado mais uma vez.
CM: Chegamos ao fim desse bate papo mostrando esse lado bonito, sobretudo promissor do estado do Rio de Janeiro.

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