Máscara deixa de ser obrigatória em locais abertos de SP nesta quarta

Por: Carlo Petrocilo

A partir desta quarta (9), o uso de máscara não será mais obrigatório em espaços abertos no estado de São Paulo, inclusive nas escolas da rede pública e privada. A medida foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva nesta quarta-feira (9).

O uso continuará sendo exigido em ambientes fechados como transporte público, estações de metrô e trem, por exemplo. A liberação total do uso de máscara, inclusive nesses ambientes fechados, poderá ocorrer até o final de março, segundo o governador.

Nas escolas, o uso de máscara só poderá ser desobrigado em ambientes abertos como quadras esportivas e o pátio. O item deve ser utilizado nas salas de aulas, por exemplo.

A Folha de S.Paulo havia publicado na última sexta (4) que Doria optaria pela flexibilização em ambientes abertos, como ruas, praças, parques e estabelecimentos comerciais. Ao mesmo tempo, deveria manter a obrigação do equipamento em ambientes fechados como forma de prevenção ao coronavírus.

Outra medida, anunciada pelo governador nesta quarta, é a volta da capacidade total de público nas praças esportivas -o torcedor deve apresentar o comprovante de vacina. Até então, os estádios de futebol poderiam receber até 70% da sua capacidade de público.

A presença da torcida nos estádios chegou a ser proibida no início da pandemia, em março de 2020.

O uso de máscara é obrigatório desde maio de 2020 como forma de combate e prevenção ao coronavírus, sob pena de multa e inclusive prisão.

"É um novo momento na vida e no trabalho. Depois de dois anos e dois meses de pandemia e de perdas, nós podemos tomar uma medida com esta importância e dimensão", disse Doria, que durante o anúncio chegou a retirar a sua máscara no jardim do Palácio dos Bandeirantes.

A mudança é impulsionada por dois indicadores, o de queda de casos de infecção e óbitos e os dados de avanço da campanha de imunização.

Esta última será uma cartada de Doria, que é o pré-candidato do PSDB à eleição presidencial em outubro deste ano. Desde o começo da semana, os assessores do tucano têm se empenhado em fazer vídeos sobre o fim da necessidade de vestir máscara.

De acordo com Vacinômetro do governo, atualizados às 11h50 desta sexta, indicavam que 89,26% de toda a população acima de cinco anos está com o esquema vacinal completo.

"A decisão de hoje [quarta-feira] se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação. São Paulo é o estado que mais vacina no Brasil. A decisão está respaldada na ciência, na saúde e no respeito pela vida", afirmou Doria.

O ritmo da campanha de imunização entre crianças e adolescentes tem sido uma preocupação de Doria, que pelo menos desde fevereiro telefonado para os prefeitos e cobrado publicamente um avanço, como fez ao prefeito de Lorena, Sylvinho Ballerini (PSDB), no último dia 25 durante a inauguração de uma unidade do Poupatempo.

Na ocasião, Lorena (a 190 km da capital paulista) aplicou apenas 41% das doses recebidas para a população infantil, na ocasião.

Já o município de São Paulo informa em seu último boletim diário da Covid-19, publicado nesta terça (8), que 80,21% da população entre 5 a 11 anos recebeu a primeira dose da vacina, e 24,70% foram imunizados com a segunda dose. O total deste público é de 1.083.159 crianças de 5 a 11 anos, segundo a Prefeitura de São Paulo.

A expectativa do governo é que, nas próximas duas semanas, se reúna novamente com o comitê para adotar o fim da obrigatoriedade em definitivo do uso de máscara.

"Com a continuidade das melhorias dos nossos indicadores podemos ampliar a flexibilização nos ambientes fechados", disse João Gabbardo, coordenador-executivo do comitê científico.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), confirmou à Folha que, com o aval do estado, deverá liberar o uso de máscara nos ambientes abertos das escolas.

Entusiasta da flexibilização, Nunes enviou um Nunes (MDB), enviou na segunda (7) para Doria um relatório da Secretaria Municipal da Saúde no qual orienta que já é possível liberar o uso de máscaras em ambientes abertos na capital. O documento defende a manutenção do uso das proteções em locais fechados.