Exames podem identificar riscos de doenças em vacinas contra a covid-19

Diante do aumento do número de casos de trombose ligados às vacinas AstraZeneca (Oxford) e Janssen (da Johnson & Johnson), somado às divulgações sobre uma baixa eficácia da Coronavac, diversos países vêm enfrentando dificuldades para avançar na vacinação em massa.

Especialistas, porém, garantem que os casos são efeitos raros e que os benefícios da vacinação em massa são maiores. Além disso, estudos mostram que os riscos de trombose são maiores com a própria infecção do covid do que com qualquer vacina disponível. Para aqueles que temem uma reação, mesmo diante de dados que comprovam as vantagens de se vacinar, a boa notícia é que já existem exames para avaliar os riscos e para monitorar as reações e eficácia da vacina.

De acordo com os dados recentes, seis casos de trombose são registrados a cada 1 milhão de vacinados, contra 1,5 mil mortes por covid a cada 1 milhão de habitantes. Nos EUA, por exemplo, depois que a imunização atingiu pouco mais de 40% da população, o número de casos diários caiu de 250 mil para 61 mil e de mortes despencou de 4 mil por dia para menos de 800.

“O Brasil não tem muitas opções de imunizantes no momento e, além disso, os eventos são raros. Portanto, não há motivo para suspender a vacinação por aqui. Por isso, quem tem receio, não deve se privar da vacinação. Os riscos devem ser avaliados de forma individual e isso é possível por exames de sangue, que devem ser feitos antes e depois da aplicação da vacina”, explica Bárbara Pereira, especialista em Imuno hematologia pela UFRJ e responsável pelo setor de análises clínicas do laboratório Lach.

No perfil de exames para avaliar a segurança na administração da vacina, estão alguns testes genéticos usados no diagnóstico da trombofilia, além da avaliação da dosagem de D-dímero, uma proteína envolvida com a formação do coágulo que, quando em alta concentração, indica a possibilidade de trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar.