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Alexandre Garcia estreia coluna no ‘Correio’

Por  Cláudio Magnavita e Marcelo Perillier

Com passagens por grandes veículos de comunicação, como “Jornal do Brasil”, TV Manchete, TV Globo e GloboNews, o jornalista Alexandre Garcia é o mais novo colunista do CORREIO DA MANHÃ, que passa a publicar em sua página 3 as informações mais relevantes da política brasileira e seus bastidores.

Gaúcho de Cachoeira do Sul, a 196 km de Porto Alegre, Alexandre Eggers Garcia deu os primeiros passos no mundo da comunicação como ator infantil na rádio em que seu pai, Oscar Chaves Garcia, era radialista.

Valendo-se de sua desenvoltura com as palavras, aos 15 anos ingressou na equipe de locutores da Rádio Independente de Lajedo. Estudou Comunicação Social na PUC-RS e logo começou como estagiário na surcusal de Porto Alegre do “Jornal do Brasil”.

Nos dez anos em que ficou no periódico, Alexandre Garcia acompanhou de perto as crises políticas no Uruguai e na Argentina e participou da cobertura da visita do então presidente Ernesto Geisel ao Japão, em 1976.

Quando João Baptista Figueiredo assumiu a presidência do Brasil, em 1979, foi convidado para ser o secretário de Imprensa do governo, cargo que ocupou até 1983, Além da função administrativa, atuou como porta-voz da Presidência da República.

Com a troca de governo - quando o civil José Sarney tornou-se presidente após a morte de Tancredo Neves -, foi para a surcusal da TV Manchete na capital federal.

No fim da década de 1980, iniciou sua carreira no Grupo Globo, empresa onde atuou em várias frentes ao longo de 30 anos. Foi comentarista político do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, apresentou e foi o editor-chefe do telejornal local DFTV - 1ª Edição. Também atuou na cobertura especial das eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010. É autor do livro “Nos bastidores da notícia” (Editora Globo, 1990). Além disso, assina artigos para jornais do país e faz comentários políticos para 80 emissoras de rádio.

Ao sair da emissora carioca Alexandre criou um canal no YouTube, no qual posta comentários sobre o Brasil e o mundo.

‘Muito cedo para falar em reeleição’

Como jornalista, a que você atribui a capacidade do presidente Jair Bolsonaro de comunicar-se diretamente com o povo? Getúlio tinha este mesmo dom?

- Eram outros tempos. Nos tempos de Getúlio, os políticos eram muito discursivos. Basta ouvir alguma fala de Vargas, ou de Juscelino. Soava pomposo, não coloquial. Bolsonaro é povão por temperamento. Pega o bandejão, vai à cozinha, conversa com seguranças fazendo piadas; para ele, o pomposo, cerimonial, é difícil. Todos os dias, desce do carro para conversar com as pessoas e jornalistas que o esperam no portão do Alvorada; para a comitiva na estrada se vê um grupo à sua espera; caminha na praia e vai parando. Isso é um problema para a segurança. E ainda tem as redes sociais, que o aproximam e que o elegeram.

Qual o seu diagnóstico sobre os atuais líderes dos Três Poderes? Já tivemos uma equação parecida na história da política brasileira?

- Mudou muito pela posição do chefe do executivo, de levar ao pé da letra a fórmula de Montesquieu que está na Constituição, de autonomia e harmonia de Três Poderes. Isso formou uma equação diferente da habitual. O presidente não se mete no Legislativo - e isso deu maior protagonismo aos presidentes da Câmara e do Senado. Por sua vez, o Supremo ganhou as luzes e cobertura da TV Justiça, e isso também elevou o protagonismo de cada um dos 11 juízes, antes cobertos apenas pela toga.

Depois do “Jornal do Brasil” da Condessa Pereira Carneiro, o CORREIO DA MANHÃ de Niomar Bittencourt... Como você avalia o retorno de um jornal com este papel histórico de contraponto ao restante da mídia?

- Fazia falta esse retorno. O “JB” foi uma escola de jornalismo. O CORREIO, uma escola de jornalismo combativo. Ambos com duas mulheres guerreiras à frente. Jornalismo é pluralidade, na busca da verdade. Diversidade de opinião, de multiplicidade de verdades, para que o leitor julgue e decida. Desejo um bom retorno ao CORREIO DA MANHÃ, nesses tempos em que é preciso distinguir fatos de factoides.

O presidente Bolsonaro errou em falar em reeleição já no seu primeiro ano?

- Muito cedo para falar em reeleição ou eleição. Talvez porque o assunto veio forçado pelos negacionistas, que se acalmam transferindo a dor da última eleição na esperança da próxima. Só que ainda faltam três anos. No mundo digital de hoje, com mudanças quase diárias, nem se consegue imaginar como será a próxima campanha presidencial.

O governador Wilson Witzel renegou suas origens e traiu Bolsonaro já nos primeiros meses do mandato. Qual o futuro a história reserva para ele?

- Ele tem andado atrapalhado consigo mesmo. 

Qual será a perspectiva da história sobre o atual período da vida brasileira?

- Difícil prever, porque há os que registram a história segundo sua própria visão, deformando os fatos de acordo com suas preferências ideológicas ou segundo os dados de que dispõem. Do testemunho de 80 anos, não raro leio na história contemporânea do Brasil o relato de episódios de modo oposto àquilo que vivi.

Qual a sua avaliação da conduta dos grandes jornais brasileiros (e das TVs), principalmente no eixo Rio-SP-Brasília?

- Pelo que ouço em elogios e críticas de leitores e telespectadores, prefiro guardar para orientar meu trabalho. Não me sinto maduro para um julgamento.

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