Natura vai estimular assinaturas para projeto de lei de proteção à Amazônia

Por: Joana Cunha 

Pela primeira vez na história da Natura, a companhia decidiu ajudar a coletar assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular em defesa da Amazônia.

A empresa vai estimular consumidores, funcionários e a rede de revendedoras a entrarem no esforço pelo projeto de lei chamado de Amazônia de Pé.

Serão todos incentivados pela Natura a buscar assinaturas, inclusive nas lojas da marca e em seus eventos.

O texto prevê a destinação de 57 milhões de hectares de florestas públicas na região para a sobrevivência do bioma e a segurança de povos originários, ribeirinhos, quilombolas, pequenos produtores extrativistas e da reforma agrária.

O movimento, que é liderado pela ONG Nossas com cientistas, especialistas e lideranças locais, pretende encaminhá-lo ao Congresso em 2023, após reunir 1,5 milhão de assinaturas físicas em cinco estados.

A medida, segundo a Natura, está em linha com seus mais de 20 anos de trabalhos na Amazônia. A empresa diz que seu modelo de negócio em parceria com as comunidades contribui para conservar 2 milhões de hectares de floresta e quer expandir para 3 milhões de hectares até 2030.

"É o começo de um processo que vamos mobilizar ao longo do ano. Vamos convocar as pessoas a assinarem fisicamente. Nós já apoiamos outros projetos de lei vinculados a sustentabilidade, e essa é a primeira vez que a empresa endossa um projeto de lei de iniciativa popular", diz Denise Hills, diretora de sustentabilidade de América Latina da Natura &Co, que reúne as marcas Natura, Avon, The Body Shop e Aesop.

Segundo a executiva, já existe o site do Amazônia de Pé, onde as pessoas podem imprimir o formulário para fazer a assinatura física e enviar à organização pelo Correio.

"Essa convocação é para todos. A gente já fez uma mobilização através das consultoras [revendedoras de produtos Natura] para que elas possam também fazer isso. A gente vê as consultoras como agentes de mobilização como qualquer pessoa. Nos somamos com as nossas consultoras e nossos colaboradores", afirma Hills.

A empresa ainda está definindo como será feita a abordagem nas lojas.

"Para assinar, é preciso ser físico. Tem que ter título de eleitor. Tem uma descrição do processo. Então, garantir que isso ocorra, a gente vai fazer essa mobilização em algumas iniciativas daqui até o fim do ano e garantir que a nossa rede de consultoras e lojas também possa se juntar a este movimento", diz.