Coluna Magnavita: MMA decidiu manter sua agenda original e prejudicou o Presidente na sua própria base

Ministério disputa agenda com Bolsonaro e não unifica evento com o Turismo

Por Cláudio Magnavita*

O ministro Ricardo Salles rebateu a nota da coluna, que dizia que o MMA abduziu um evento do turismo. Ele foi o primeiro a marcar a abertura do Parque Nacional da Tijuca, que ocorre neste sábado, 15 de agosto. Ele está absolutamente certo. Quem errou foi o ICMBio, que não quis incluir a reabertura do parque na agenda de retorno de todos os outros equipamentos. A agenda individual foi mantida e houve recusas de incluir todas as reaberturas em uma só solenidade.

Quem perdeu foi o presidente Bolsonaro. A agenda foi apresentada à sua assessoria de forma parcial, sem dar a dimensão que todos os monumentos estariam de verde e amarelo em sua homenagem.

Experiente no jogo de cintura da burocracia palaciana, o ministro Salles tentou até a última hora confirmar o presidente na sua festa, não percebendo, ou não sendo avisado que os dois eventos dariam muito mais força.

Resultado: o presidente Bolsonaro não está em nenhuma das duas. Já o ministro do Meio Ambiente nesta sexta, 14, no Cristo Redentor, retornando 12 horas depois para uma agenda no mesmo local, e com o mesmo público.

Na sexta-feira à noite, 14, pilotado pelo ministro Marcelo Álvaro Antônio, um super evento foi realizado no Cristo Redentor, que ficou em verde amarelo, as mesmas cores do Pão de Açúcar e da Roda Gigante.

Não é de hoje que o MMA cruza os caminhos do turismo. Uma dobradinha entre Salles e o atual presidente da Embratur, Gilson Machado, vem de longa data. Foi criada para Gilson, no início do Governo, uma esdrúxula secretaria de Ecoturismo, no MMA. Aliás, com o ministro Ricardo Salles em uma eterna corda bamba, as apostas sucessórias apontam para Machado, que seria o sucessor natural na pasta que adora.

De concreto, é que tivemos duas solenidades com intervalo de poucas horas no Cristo Redentor e o presidente foi quem acabou sendo prejudicado pela inércia do MMA e do ICMBio de unificar as duas agendas.

Uma pena que a ideia de prestigiar o Presidente da República na sua base eleitoral tenha se dividido em duas.

O MMA pensou egoisticamente na sua própria agenda e não percebeu a alegria que Jair Bolsonaro teria assistindo todos os landmarks do turismo carioca iluminados de verde amarelo em
sua homenagem, exatamente no dia que a sua popularidade dispara.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã