Coluna Magnavita: Os cinco candidatos a Procurador-Geral de Justiça do Rio são excelentes

A escolha do novo procurador-geral de Justiça do Rio é regida por uma cláusula pétrea: o escolhido é sempre o mais votado da lista tríplice.

O processo eleitoral tem início, agora, com a definição dos candidatos inscritos. Os cinco nomes trazem uma enorme tranquilidade para a sociedade: todos são excelentes e cada um possui um perfil complementar.

A posição de absoluta isenção do atual procurador-geral, Eduardo Gussem, garante um pleito tranquilo e sem manobras. Uma atitude que reflete a chancela de ter sido reeleito por aclamação. Foi um reconhecimento ao trabalho que realizou.

O equilíbrio das candidaturas reflete a ausência de um candidato que formaria um consenso: o ex-procurador-geral de justiça Marfan Vieira. Ele resolveu não concorrer, abrindo espaço para um ciclo de renovação.

O crescimento da presença feminina no Ministério Público poderá ter reflexo na votação de 2020. A única candidata mulher é a ex-subprocuradora-geral de Planejamento, Leila Machado Costa, com experiência na área criminal. É super discreta e o terror dos jornalistas. Em 2012, foi bem votada e participou da lista tríplice. É conceituada e não será votada apenas pelas mulheres.

Luciano Oliveira Mattos de Souza estreia na disputa, turbinado por ter presidido a Associação dos Procuradores. Sempre atuou na tutela coletiva e é o terror dos prefeitos da Região dos Lagos. Hoje, atua na área de meio ambiente, cuidando da região de Niterói e Maricá. É conciliador e defende a tese de firmar termos de ajustes de conduta no meio ambiente. Como presidente da Associação, conseguiu um bom trânsito em Brasília e junto à PGR. Tanto que foi reeleito.

Ertulei Laureano Matos é o veterano do grupo. Extremamente independente e cordial com os colegas, já foi subprocurador-geral. Ter o seu nome incluído na lista tríplice será a consagração de uma carreira baseada em muito estudo e aprimoramento jurídico.

Marcelo Rocha Monteiro surpreendeu os colegas ao concorrer pela primeira vez. É reconhecido como um dos grandes quadros docentes da UERJ. Sempre foi o defensor da tolerância zero e da tese de que bandido bom é bandido preso. A sua afinidade ideológica histórica encontrou eco na plataforma do candidato Jair Bolsonaro. As duas posições são alicerçadas por uma grande fundamentação acadêmica.

Virgilio Panagiotis Stavridis é injustamente rotulado de candidato da situação. Gussem jura, de pés juntos, que será isento. Por ser chefe de gabinete do procuradorgeral de Justiça, ele é o mais próximo da atual gestão. A tese é que a sua votação servirá para avaliar a aprovação ou não dos últimos quatro anos. Sempre atuou na área civil e é extremante cordial com os colegas.

Um elo comum entre os cinco candidatos: todos repudiam o vazamento das investigações. Elas atrapalham as investigações e promovem um julgamento midiático que afeta a presunção de inocência.

Mergulhado em um ciclo infindável de escândalos, o papel do Ministério Público Estadual é uma salvaguarda da sociedade. Esta renovação ocorre com o governador eleito sofrendo um processo de impeachment. Manter a tradição de escolher o mais votado é a melhor forma de garantir a isenção e evitar nuvens de suspeição em um dos instrumentos de proteção da sociedade.