‘Nos dias de hoje não tenho o diálogo que gostaria com Flávio Bolsonaro’

Por: Cláudio Magnavita

O carioca Alexandre Gomes Knoploch dos Santos, marinheiro de primeira viagem na Alerj, conquistou 103,6 mil votos de eleitores com um discurso alinhado ao conservadorismo. Nesta entrevista ao Correio da Manhã, Knoploch fala um pouco sobre a carreira como empresário no ramo da tecnologia de informação, suas propostas polítcas e dá uma explicação para o episódio do tiro de Brasília.

Deputado, estou fazendo uma série de matérias com os novos deputados sobre essa renovação da Alerj. Já conversei com o Chicão e o Ferreirinha, e gostaria de começar pelo seu perfil profissional.

Bem, Cláudio, primeiro gostaria de agradecer a oportunidade de estar conversando com você e com o Luiz. Não sou de linhagem política, meu pai vem da área de tecnologia, assim eu segui seus passos. Comecei aos 15 anos nessa área, sendo estagiário de analista de suporte, depois me especializar na área de segurança da informação. E acabei montando minha primeira empresa de tecnologia aos 20 anos. Por inexperiência, levei a firma à falência, assim como uma outra que montei depois, aos 23 anos. E aí, aos 26, fiz a Cloud Technology, que acabou o prosperando com as lições aprendidas. Foi quando me firmei no mercado de tecnologia e me tornei um especialista na área de segurança da informação e internet das coisas em big data. Então Alexandre é um cara que vem do mercado, que acredita o que o estado pode fazer muito pela área de desenvolvimento econômico e, principalmente, com pessoas que tenham suas ideias, posições e acreditem que a burocracia só engessa o estado brasileiro.

Queria que você falasse sobre seu perfil pessoal, sua idade, sua formação educacional.

Tenho 34 anos, minha formação é na área de tecnologia, tecnólogo em tecnologia da informação, depois, como eu disse, fiz aperfeiçoamento na área de segurança da informação. Sou pai de duas meninas, casado, temente a Deus e um conservador de raiz.

O que o motivou a concorrer um cargo eletivo?

Sempre gostei muito de política. Aliás me lembro de, bem pequeno, ver o horário eleitoral gratuito. Até pensei em cursar ciências políticas, mas nunca imaginei em ingressar de fato na política. Até imaginei algum dia fazer, sim, essas políticas mas nunca ingressar na política. No ano de 2017, eu e minha esposa conversávamos muito em casa, debatíamos se sairíamos do Brasil ou não, devido ao cenário que temos aqui no Rio, devido ao cenário brasileiro. Tive oportunidade de ir para o exterior por causa da minha profissão, e esse debate foi se aprofundando até que eu senti algumas resistências também para minha família. Ao mesmo tempo, também me sentia incomodado de estar inerte perante tudo que estava acontecendo. Então, sozinho, fundei uma associação de moradores da Tijuca. Eu e mais cinco pessoas. Através de diálogo com o setor privado, conseguimos reformar as viaturas do 6º Batalhão, reformar a UPP do comando do Borel e do Salgueiro, obtivemos doações da Petrobras, Sistema S, enfim, e revitalizamos um pouco da segurança da Tijuca. A partir daquele momento, percebi que eu tinha capacidade de buscar uma interlocução e resolvi ser candidato. Eu iniciei em 2016 no PSDB, por ser o partido antagonista do governo Dilma, mas assim que Jair Bolsonaro se colocou como candidato, migrei para o PSL e ali comecei a minha caminhada.

Essa onda do Bolsonaro, você acredita que acabou pegando a direita, as pessoas mais conservadoras que estavam sem uma bandeira depois do governo do PT?

Na verdade, Bolsonaro acabou trazendo para sua campanha todos aqueles que estavam órfãos ou indignados com o que estava acontecendo. Então você tinha aqueles que eram apoiadores da Lava Jato, você tinha os antipetistas, você tinha os de direita de raiz, você tinha monarquista, você tinha de tudo. Eram todos aqueles que, de alguma forma, se sentiam excluídos do debate político do Brasil. E também os conservadores, que viram uma onda do socialismo crescer de forma muito grande e não se sentiam representados. Então o Bolsonaro foi uma figura que juntou todos esses entes em um só e conseguiu aproximar esses eleitores. Às vezes, havia eleitores com muitas convergências de ideias. Por exemplo, os monarquistas e outros que pediram intervenção militar, todos eles estavam convencidos de que o que estava acontecendo não poderia continuar. Então foi assim que surgiu essa onda Bolsonaro, a meu ver.

Qual é sua avaliação hoje de Bolsonaro como presidente? Falamos de Bolsonaro candidato.

Eu acho que o Bolsonaro está entregando tudo que ele prometeu na sua campanha. O Bolsonaro é um cara autêntico, é um cara verdadeiro, simples, e ele quebra esse conceito de que o político tem que ser politicamente correto, um cara que seja polido. As pessoas querem a verdade, e a verdade dói, mas liberta. Bolsonaron conseguiu juntar em seu ministério com bons nomes, por exemplo o ministro Tarcísio, o ministro Paulo Guedes, que, mesmo com algumas dificuldades tem feito um bom trabalho. Temos aí o ministro general Ramos, o ministro Braga Neto, que foi inclusive usado como interventor no governo Temer, mostrando que Bolsonaro não rejeitava os competentes, mesmo que fossem de outros governos. A meu ver, houve uma avaliação bem injusta em relação à covid, que foi uma situação óbvia. A gente sabe que todo gestor precisa de alguns parâmetros para tomar alguma decisão. Isso não existia na covid. Como a covid era um mal para todo mundo, não existia caso de sucesso, só de fracasso. Ele também não dispunha de informações. Se pegarmos as informações do início até aqui, elas mudaram de forma considerável. Então por que as críticas de forma tão veemente em cima de uma pessoa que não tinha informações e aí colocava a posição que ele achava ser certa, e que se mostrou, até o momento, a mais certa. A crise econômica que se instalou no Brasil se instalaria de qualquer jeito, mas ficou tão profunda por perdermos timings de reabrir nossos mercados. Seria inevitável. O governo dele está entregando o que prometeu em sua campanha, que era liberdade econômica, fazendo mudanças estruturais importantes, principalmente o conservadorismo. Já disse anteriormente, a liberdade econômica, mas também os valores tradicionais da família brasileira, seguindo as doutrinas Judaica e cristãs.

Passando do cenário nacional para o cenário estadual: Wilson Witzel foi eleito nessa onda conservadora na política, uma figura de voz ativa que também havia sido juiz. Como você avalia o colapso político do afastamento de Witzel?

O PSL, naquele momento, em 2018, tinha uma grande oportunidade de fazer o governador. Aliás, qualquer um de nós se tivesse sido candidato pelo PSL estaria hoje no Palácio Guanabara. Se eu quisesse ser governador e nosso senador Flávio Bolsonaro aceitasse naquele momento, hoje eu estava no Palácio Guanabara. O governador afastado Wilson Witzel navegava nessa onda e digo até que não foi com sucesso e grande brilhantismo, não. Ele era até atabalhoado na campanha, não conseguia se colocar bem em público e tudo mais, ele tinha aquela aura de juiz que às vezes afastava as pessoas, mas conseguiu navegar nessa onda. Na verdade, nessa onda quem se colocou como oponente foi aquele André, o rapaz do BOPE. O André acaba ele perdendo o fôlego, o Wilson é um cara persistente e acaba conseguindo quebrar esse apoio velado do Flávio e também um apoio de todos aqueles que estavam nesse grupo. Depois de assumir, tirando aquelas coisas cinematográficas como o helicóptero, enfim, que não faz sentido algum para o governante, ele fez um bom governo nessa área de segurança pública.

E na área de turismo também.

E na área de turismo também, era isso que eu ia falar. Eu presido a frente parlamentar de internacionalização do Rio de Janeiro, e muitas vezes eu colocava situações que o Rio de Janeiro perdia oportunidades, mas é inegável que ele fez um bom trabalho nessas duas áreas. Porém, acredito que o CPF Wilson Witzel ficou acima do CNPJ Governo do Estado. Quando ele coloca o CPF acima ele coloca os seus anseios, suas lições acima do CNPJ, isso atrapalha muito.

Relação presencial que ele acha que já poderia tomar conta do palácio do Planalto...

Ele na verdade nem tinha passado ainda nos testes probatórios de governador e já estava se colocando acima. E isso afasta setores que o apoiaram, setor Bolsonarista, afasta o militarismo, ele fica apenas com setor do pessoal de segurança pública, e perde também um setor que eu considero que foi importante para ele naquele momento que foi o pessoal que era anticorrupção e a favor da Lava Jato. O Sérgio Moro se coloca ao lado do Bolsonaro naquele momento, então Witzel perde todos os alicerces para dar continuidade a legitimidade eleitoral junto ao cidadão. Aí vem a pandemia e é só desgraça mesmo.

Isso na pandemia, mas antes de entrar na pandemia, que era um capítulo à parte, tem que colocar a questão daquela primeira reforma setorial que ele começa a negociar com os partidos, os pedidos de compromissos de 2022, já pensando na eleição presidencial. Você acha que ele perde a base na Alerj quando foca em negociações partidárias na composição do secretariado, já pensando no Planalto e não na realidade do Rio de Janeiro?

Eu tenho uma filosofia. Não gosto de julgar decisões tomadas em cadeiras que eu nunca sentei. Po que só quem senta em determinadas posições sabe qual a dificuldade. Todavia, algumas coisas que me chamavam atenção, a primeira, a forma de atender os partidos e os deputados. Veja, todos os deputados de alguma forma da base de governo eram atendidos, isso não tenho dúvida. Mas esses atendimentos nunca foram feitos pelo CNPJ Governo do Estado, e sim pelo CPF dos secretários. Então os deputados eram sempre gratos aos secretários. O segundo ponto é que todos esses secretários eram escolhidos de forma estranha. Por exemplo, nós tínhamos secretários, com todo respeito, secretários e deputados estaduais. Qual era a lógica, se deputado federal não vota na Alerj? Deputados federais que não tinham seu partido na mão, que não tinham deputados estaduais na mão. Então você via deputados federais sendo secretários ou indicando secretários para determinada pasta e, ao mesmo tempo, deputados estaduais tinham que ter outro espaço porque não eram atendidos naquela pasta. Não tinha nem pé nem cabeça. Mas o que eu acho que faz o governo se diluir de forma muito rápida é com os atritos que não faziam sentido algum. O primeiro é a PGE, que passa a ser um antagonista da Assembleia Legislativa, projetos aprovados, projetos passando por comissões permanentes que eram destinadas a julgar a forma e o mérito, eram sancionados, mas a PGE dizia que não podia cumprir pelo entendimento dela. Então a PGE se colocava como um poder à parte, deixando de ser um ente consultivo e liberativo. Isso criava um atrito muito grande com a Alerj. Por sua vez, havoa a manutenção de alguns secretários não tinham o preparo para estar em um cargo político, que exige diálogo com o parlamentar. O parlamentar seja ele de onde for. Independente se o deputado tem uma maior capacidade ou uma melhor qualificação ou não: ele é um representante popular e merece ser atendido de pronto pelo governo.Quando secretários às vezes se colocavam acima de um diálogo do governador com os deputados, criava-se um estresse muito grande.

A percepção do deputado em não respeitar o período das urnas pode ser considerado um erro.

Quando você está em uma cadeira eletiva, está em um governo. Ostentando um cargo político, você tem que ter a sensibilidade de entender as responsabilidades que esses cargos ocupam, você nunca pode colocar uma situação dessas ou um pensamento como esse e externá-lo; É um pensamento errado, generaliza qualquer tipo de situação que já tenha acontecido, você generaliza os parlamentares. Mais do que isso, você gera um desgaste totalmente desnecessário. Foi muito infeliz nessa declaração o ex-secretário. Isso aí encerra qualquer diálogo com o parlamento.

Eu só queria aproveitar, já que estamos dentro de uma discussão. Criou-se um mito entre você e o Rodrigo Amorim. Você pode explicar? O que você atribui dessa rotulação que a mídia colocou em cima de você e do Rodrigo Amorim?

Tem alguns fatores que eu atribuo a isso. Primeiro, a mídia, de modo geral, e isso não é uma crítica, é apenas um comentário, os cursos de humanas têm um viés ligados aos conceitos socialistas e que são ligados às ideologias de esquerda. Isso não é uma crítica, é apenas um fato. E o que acontece, algumas coisas que são vistas pelas pessoas de direita e conservadoras são refutadas pelas pessoas da esquerda. Vou dar um exemplo: armamento. Eu, por exemplo, sou a favor do armamento de todos aqueles que se acharem mais seguros com isso.
(Estar habilitado para passar).

Acho que eu tenho capacidade e quero estar habilitado para portar, não tem problema nenhum, essa é minha convicção. Agora outros pensam diferente e taxam outras pessoas que têm esse tipo de viés como agressivas.

(Você está falando sobre todos aqueles que são capazes de portar são favoráveis).

Exato, aí a gente tem um atrito de ideias. Para uns, armas matam, e, para outros, armas salvam. Esse debate sempre vai existir na sociedade. Então quando tem esse atrito, esse aqui acredita que o outro que diz que armas salvam é agressivo. Então a gente tem esse espectro e a gente também tem outro espectro de alguns casos que aconteceram, o que cria uma narrativa. Então, primeiro a gente tem o caso da Uerj. Vale lembrar que o caso da Uerj era uma sessão era, uma audiência pública, que não tinha autorização da Assembleia Legislativa para acontecer fora da casa, que foi feita de forma clandestina, clandestina entre aspas, por não ter pedido essa autorização na Uerj. Eu, como membro de três comissões que ali estavam, poderia participar dela tranquilamente. E ali fui sabendo que teria uma grande manifestação contrária e que o debate era sobre a questão das cotas. Foi uma audiência extremamente conturbada, muitos problemas. Nós víamos ali, por exemplo, deputados do PSOL incentivando a plateia a me chamar de fascista e de racista. Primeiro que chamar uma pessoa de origem judaica de fascista é um crime abominável. De fascista, de racista, de misógino. Tudo aquilo que já conhecemos. Ao término, um rapaz se aproximou, estava sendo muito hostilizado e aí, numa posição de sátira, comecei a fazer corações, O rapaz disse que o Hitler não fez o trabalho bem feito porque senão minha família não estaria aqui, que eu não estaria aqui, consecutivamente. Olha, eu convivi com a minha bisavó até hoje. Aos 26 anos ela teve sua família destruída em um campo de concentração. Uma das maiores preocupações da religião judaica é você não poder enterrar alguém, ser cremado como foi feito. Então aquilo foi uma situação bem ruim, na qual eu acabei externando de forma de responder aquela agressão. Teve esse caso, teve o caso do Museu do Índio, que a meu ver já foi debatido e já foi resolvido, em uma questão de acordo, tanto que existe no Museu de Botafogo, E ali o que podemos ver é uma espécie de pessoas que não querem chegar a entendimento. Eu não quero de maneira nenhuma especulação mobiliária até porque sou tijucano. Não acho normal no meio de uma grande metrópole, em um local valorizado, do lado do maior estádio do mundo ou pelo menos do estádio mais importante do mundo, você ter uma construção daquelas inacabadas e que ninguém define o que vai fazer. Então é importante dar um destino. Inclusive a minha proposta para o governador afastado Wilson Witzel era criar naquele local um grande centro de cultura indígena e de imigrantes, que você pudesse dar, por exemplo, para os índios, um restaurante gastronômico, que trouxéssemos os turistas, que tivéssemos ali lojas que pudessem vender artigos e artesanais. Que a gente desse vida àquilo. O que não pode é ficar da forma que está. Então a gente teve ali algumas narrativas, mas o que eu posso dizer é que eu sou um armamentista, eu sou uma atirador esportivo, eu tenho gosto pelas armas. E sou um cara extremamente tranquilo. Minha família, meus amigos, as pessoas que trabalham comigo sabem que eu prezo sempre chegar a um denominador comum, até porque quando eu vim para a política aprendi que as pessoas não são computadores. Quando eu trabalhava com computadores era fácil, simples. Eles não mentem, eles fazem o que a gente programa e eles não dormem. O ser humano dorme, tem sentimentos, tem doenças e eu assimilei muito bem isso, inclusive na associação de moradores.

E sobre o episódio de Brasília?

Simplificando sobre Brasília, eu estava em um jantar. Acabando o jantar, fui convidado por, um amigo que mora em Brasília para nos encontrarmos porque ele queria bater papo. Não sabia como estava bem a questão de pandemia em Brasília e ele me chamou para um restaurante, e esse restaurante parecia meio fechado, e ao chegar tinha uma campainha. Em um raciocínio lógico, apertei a campainha e abriram e o restaurante estava funcionando normalmente. Bom, sentamos ali, ele chegou posteriorment,e começamos a conversar, teve um desentendimento entre um outro grupo, esse colega tentou apartar esse outro grupo. E aí, ao apartar, ele tomou um soco. E, ao tomar um soco, o Jonatas, ele é muito grande, ele tem quase dois metros, ao levantar, ele tentou buscar a pessoa que tinha dado soco. Nós tentamos pacificar, no início. Eu saí do restaurante para procurar a pessoa que tinha dado o soco e para mandá-lo embora, Para evitar que continuasse aquele caso. Pois bem, outra pessoa que era conhecido do Jonatas perguntou ao garçom quem tinha batido nele. O garçom respondeu que foi o rapaz lá fora, que estava de óculos. E eu de costas e de óculos, do lado de fora do restaurante. O rapaz veio e me deu um soco na têmpora, eu pulei cerca de 5 metros. E aí, quando eu caí, consegui virar. Eu vi que esse rapaz era muito grande e estava vindo em minha direção. E eu no chão, machucado não tive outra opção a não ser a legítima defesa. Só que a arma deu um tiro no seu pé, de forma totalmente assertiva. Sou reconhecido pela destreza com a arma. Assim que o imobilizamos com esse tiro, procurei a autoridade policial para prestar os esclarecimentos e me colocar à disposição.

Você hoje como pai, chefe de família, você pensa duas vezes antes de entrar em uma briga? Porque nesses dois casos você foi provocado, em um caso pela questão familiar, e esse que você levou um soco sem saber de onde vinha. Você se se arrepende de alguma forma da reação ou pretende se policiar, ou pretende manter essa mesma postura?

Foram duas situações distintas. O da Uerj, de fato, hoje acho que eu poderia ter evitado. E isso não é nenhum demérito saber que a gente poderia ter evitado, mas eu estou aqui para aprender, aliás é isso que Cristo dizia, apóstolo Paulo dizia na carta que a gente tem que manter a logamilidade, a paciência e a humildade, tentando preservar a paciência. Agora, o caso de Brasília eu não me arrependo, porque não tinha outra ação a fazer.

Você tem toda uma afinidade partidária com o Bolsonaro. De certa forma havia o Flávio, o próprio Carlos, e o PSL lança seu candidato. Você não acha que está fazendo um contraponto, não você, mas o CNPJ, ao desejo do presidente em relação à eleição municipal?

A candidatura própria foi algo que foi sendo definida no último minuto. Se fosse qualquer candidato do Bolsonaro, da família Bolsonaro, fosse o Flávio, mesmo não podendo, mas fosse o Flávio, o Carlos, o Renan, não tenha dúvidas que eu não estaria na campanha do Luiz Lima. Estaria aí agora levantando bandeira para qualquer um desses, porque eu tive o prazer de, mesmo por pouco temp,o estar com eles e saber o caráter deles. Ou até mesmo alguém que fosse mais próximo do Bolsonaro. Crivella não é Bolsonaro, ele pode hoje parecer Bolsonaro. Mas a pessoa traz que foi ministro da Dilma, que fez carreata com Lula, que depois fez campanha para o Alckmin, que fez campanha da base do Alckmin em 2018, e, em determinado vira Bolsonaro, então ele não pode virar? Ele pode, a meu ver. Na política, parece fisiologismo. Não concordo com isso. E mais, a gestão dele foi horrível.

Você descarta PSL apoiar o Crivella no segundo turno?

Eu não descarto porque tem que ser conversado e entendido. Particularmente, acho até que ele vai para o segundo turno. E particularmente acho que a gestão dele foi muito ruim. Então se ele não tiver um bom argumento para justificar essa inoperância e incompetência na sua gestão, não posso dizer nem que sim nem que não. Até porque eu não respondo pelo partido, até porque o partido tem a sua nacional e sua estadual.

E sua relação com o Flávio Bolsonaro hoje em dia?

Infelizmente, nos dias de hoje não tenho o diálogo que eu gostaria de ter com o senador Flávio Bolsonaro. É uma pessoa que eu respeito muito, que eu admiro. Acho que a questão do que aconteceu com o Wilson Witzel levou a acabarem rotulando a gente como "ah, você ficou do lado do Wilson". Eu nunca fiquei do lado do Wilson. Na verdade eu sou um deputado estadual que, para levar o Tijuca presente, para levar o Recon para a Tijuca, que para levar as obras que conseguimos em Macuco, Cordeiro e Nova Friburgo, para conseguirmos diversas ações que foram feitas, instalações da Faetec, era importante eu ter o diálogo com o governo do Estado. Isso não vai ser feito à base da força ou não tendo um relacionamento e. E isso mostra como o Wilson não conseguia nada com o Governo Federal porque faltava o relacionamento. Então eu acho que foi a narrativa que criaram quando o Aliança iria sair, e eu falei, olha eu, como presidente do município, todos que pediram nesse diretório para se desfiliar do PSL para ir para o Aliança, eu nunca cobrei nada porque acho que as pessoas têm o direito de fazer o que querem. Agora aquilo me parecia pouco provável que aconteceria a tempo, tanto é que outros tiveram que ir para outras partidos republicanos, PSD ou até ficar no PSL. Lamento isso, mas acho que a política vai ter um momento oportuno para podermos conversar e colocar aí quais foram as linhas de raciocínio que cada um teve, tentar aparar essas arestas.

Finalize sua mensagem para Cláudio Castro que está aí para o governo do Estado mesmo que seja ainda interino.

Desejo a ele boa sorte, e, como uma pessoa temente a Deus, deve ver o que Deus coloca como mensagem. Acho que o governo Wilson mostrou o que não se pode fazer. Quero dizer que também como deputado eu farei o que o governador Wilson Witzel disse na sua defesa que é que temos que fiscalizar mais. Temos que abrir mais fiscalizações, inclusive, assim que acabarem essas eleições, vou reformular um gabinete que tem auditores de alguma big forna para podermos ter melhores auditorias no governo do Estado, para, sim, podemos contribuir com o governo e com a sociedade. Mas desejo ao Cláudio uma boa sorte. Nada lhe falta para ser um bom governador.