Pessoas veem mais filmes em casa do que no cinema, diz diretor da Universal

Jeff Shell, CEO da NBCUniversal, abordou a reação das redes de cinema dos Estados Unidos à sua declaração de que o estúdio Universal Pictures poderia lançar filmes simultaneamente nos cinemas e no streaming mesmo após a amenização da pandemia do novo coronavírus.

A AMC e a Regal Cinemas, as duas maiores redes cinematográficas do país, disseram que não exibirão mais filmes da Universal enquanto o estúdio não voltar atrás na decisão. Para Shell, no entanto, "não é realista" pedir para os estúdios ignorarem que as pessoas consomem mais longas em casa do que no cinema.

De acordo com o site The Hollywood Reporter, a resposta de Shell veio durante uma videoconferência com acionistas do estúdio e membros da imprensa. O CEO frisou que "a distribuição tradicional nos cinemas sem dúvidas voltará a ser a peça central das operações" após a pandemia.

No entanto, a disponibilização de filmes nos sites de streaming, seja plataformas como a Netflix ou serviços on demand (as "locadoras virtuais"), também precisa ser considerada.
"É assim que as pessoas fazem seus filmes, e assim que as pessoas esperam receber seus filmes hoje em dia", constatou Shell, citando que muitos cineastas realizam suas obras já pensando em uma "tela menor" do que a do cinema tradicional.

O CEO da NBCUniversal elogiou a equipe que decidiu lançar a animação "Trolls 2" diretamente para streaming nos EUA (no Brasil, o longa chegará aos cinemas em outubro). A mudança no filme animado foi o estopim para o conflito entre o estúdio e os distribuidores.

"Os números que conseguimos foram muito interessantes. O filme estava pronto, e a gente investiu muito dinheiro nele. Além disso, o público estava precisando de uma opção infantil em casa", argumentou.

"Eu acho que os consumidores voltarão aos cinemas quando puderem, mas o streaming será parte do esquema de distribuição, querendo ou não. Mesmo que seja como uma oferta complementar", finalizou ele.