Para evitar interdição do Allianz Parque, WTorre instala janelas acústicas em apartamentos vizinhos

Por: Guilherme Seto

A WTorre, empresa responsável pela gestão do Allianz Parque, está instalando janelas acústicas em apartamentos da região para diminuir o impacto do barulho gerado por shows e jogos de futebol realizados no estádio do Palmeiras.

A empresa providenciou a instalação de janelas do tipo em seis apartamentos do entorno do estádio em março.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, uma notificação para que o Allianz fosse interditado administrativamente após infringir pela terceira vez o limite de barulho da região (55 decibéis) foi o estopim para que a gestão Ricardo Nunes (MDB) elaborasse projeto de lei para aumentar o nível permitido para 85 decibéis.

A WTorre informou à Justiça da iniciativa da instalação das janelas acústicas no pedido liminar para que o estádio não fosse fechado, que foi aceito.

O projeto foi protocolado na Câmara Municipal na segunda-feira (26).

Em carta enviada aos vereadores, associações de moradores e empresários de bairros da região, como Perdizes, Sumaré, Pompeia e Barra Funda, pedem a rejeição do projeto de lei.

Eles dizem ser "inadmissível uma mudança na legislação que vai contra os preceitos da saúde coletiva, para atender a interesses privados e assegurar o lucro para poucos em detrimento da saúde da população."

O projeto abrange todas as chamadas Zonas de Ocupação Especial (ZOE) da cidade e estabelece o mesmo limite de 85 decibéis para locais como o complexo do Anhembi e a Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo).

No entanto, a preocupação central da base de vereadores da administração Nunes é com os estádios. Segundo eles, esses espaços, especialmente o Allianz Parque, costumam receber multas porque não há regulamentação específica que determine o limite de decibéis das Zonas de Ocupação Especial de que fazem parte.