Flávia Saraiva é campeã Pan-Americana de Ginástica no individual geral

Por Marcelo Perillier

Não teve Baile de Favela, mas a festa foi intensa na arquibancada. Em cada gueto da Arena Carioca 1 do Parque Olímpico da Barra, o grito "Brasil, Brasil" era entoado com força. Não por menos, esse combustível se refletiu no tablado. Comandadas por Flávia Saraiva e Rebeca Andrade, a equipe feminina de ginástica artística - que também tem Júlia Soares, Christal Bezerra e Carolyne Pedro - terminou o primeiro dia de competições do Pan-Americano da modalidade na frente das norte-americanas: 161,967 pontos a 160,466. Porém, no domingo (17) a Seleção precisa confirmar esse favoritismo para confirmar o ouro em casa. 

Campeã no individual geral, Flávia Saraiva mostrou estar bem recuperada da lesão no tornozelo. Mesmo não sendo seu principal aparelho, Flavinha foi bem nas assimétricas (13,533 pontos) e no salto (14,100). Já nas provas onde vai bem, mostrou o poder de recuperação: ouro na trave (14,433) e da prata no solo (13,333). Com a nota total de 55,399 pontos, deixou para trás as norte-americanas Lexi Zeiss (54,199) e Skye Blakely (52,933) e fez o hino nacional ser tocado e cantado no ginásio.

Flavinha fez uma prova segura na trave, garantindo o Brasil no primeiro lugar por equipes na classificatória

“Para ser sincera, eu não queria voltar a treinar, mas elas estavam lá comigo o tempo todo dando força e falando que iria doer, mas que conseguiria me superar”, disse Flavinha.

Além de Flávia, Rebeca Andrade, que está se poupando para o Mundial de Liverpool, e não competiu no solo para preservar o joelho, mostrou que também é uma atleta completa. Nas assimétricas, fez jus ao vice-campeonato mundial e foi ouro, com 14,967 pontos. No salto, onde é campeã olímpica e mundial, fez 14,500 pontos, mas não subiu ao pódio por não fazer uma segunda tentativa - a nota foi validade para a competição por equipes apenas. E na trave, ficou com a prata (14,067 pontos). 

“Foi uma decisão conjunta minha, com a equipe técnica e multi-disciplinar. Eu tenho que respeitar o meu corpo e não precisava fazer o segundo salto e o solo aqui”, afirmou Rebeca.

Rebeca mostrou que também é multidisciplinar, com a prata na trave

Além do Brasil e dos Estados Unidos, Canadá, Argentina e México também estão confirmados para o Mundial de Liverpool, em outubro. 

 

Fotos: Marcelo Perillier