Ativistas colam mãos em Da Vinci e cobrem quadros durante protesto em Londres

Em protesto contra novas licenças de petróleo e gás do governo britânico, ativistas do grupo Just Stop Oil colaram as mãos em uma réplica do quadro "A Última Ceia", de Leonardo Da Vinci, em exposição na Royal Academy em Londres nesta terça-feira (5). Abaixo do quadro, os manifestantes picharam a frase "No New Oil", ou sem óleo novo, e alarmaram sobre os riscos das novas licenças para o futuro do mundo.

"Quando eu era professor, trouxe estudantes aqui. Parece injusto esperar que eles respeitem nossa cultura quando o governo está determinado a destruir seu futuro com novos projetos de petróleo e gás", afirmou a ativista Lucy Porter.

Os manifestantes ainda ressaltaram como nenhuma obra daquela galeria seria tão valiosa quanto as vidas em jogo devido aos problemas ambientais.​

Na segunda (4), membros do mesmo grupo foram a outro museu londrino, a National Gallery, e cobriram a obra "A Carroça de Feno", de John Constable, feita no século 19, com uma versão atualizada que, do mesmo ângulo da pintura original, troca o cenário bucólico por uma "visão apocalíptica do futuro", como definiu a dupla de manifestantes, onde o campo é destruído pelo progresso desenfreado.

Hannah Hunt afirmou que, com as novas licenças, o governo do Reino Unido se torna "cúmplice em empurrar o mundo para um clima inabitável e na morte de bilhões de pessoas nas próximas décadas".

O Just Stop Oil tem feito uma série de protestos semelhantes com obras também em Manchester e Glasgow -incluindo a obra "Pessegueiro Rosa em Flor", de Van Gogh-, além de terem interrompido o Grande Prêmio da Grã-Bretanha de Fórmula 1, em Silverstone, sentando na pista. Dizem ainda que só vão parar quando o governo britânico trouxer uma resposta adequada para o assunto.

Recentemente, um manifestante também chamou a atenção para as questões ambientais ao atingir a "Mona Lisa", também de Da Vinci, no Museu do Louvre, com uma torta. O homem de 36 anos foi preso e posto na ala psiquiátrica.