China responde à Otan

A China fez duras críticas ontem à Otan, que, na véspera, havia aprovado um comunicado classificando o país asiático como um risco à segurança dos seus integrantes.

“A China pede que a Otan veja o seu desenvolvimento de uma maneira racional, pare de exagerar de qualquer forma a chamada ‘ameaça da China’ e pare de usar os interesses e direitos legítimos da China como desculpa para manipular a política do bloco, criar confronto e alimentar competição geopolítica”, afirmou a missão chinesa junto à União Europeia.

O texto afirma que os avanços militares do país, citados pela Otan como motivo de preocupação, são de natureza defensiva.

“Nós não vamos apresentar ‘desafios sistêmicos’ a ninguém”, disse o comunicado em referência ao termo usado pela aliança, “mas não vamos ficar sentados sem fazer nada se ‘desafios sistêmicos’ chegarem perto de nós”.

A inclusão da China no rol das ameaças à aliança atlântica foi inédita, ainda que em grau menor do que o reservado à Rússia – afinal, a Otan foi criada em 1949 justamente para conter a União Soviética, o estado antecessor do país de Vladimir Putin. O documento da Otan cita a China 10 vezes, quando na última reunião de cúpula, em 2019, houve apenas uma menção ao país. O presidente americano, Joe Biden, em visita à Europa, extraiu da reunião do G7 um comunicado conjunto no qual a China é duramente cobrada.