Rodrigo Bethlem | Vices: nem sempre decorativos

Por: Rodrigo Bethlem*

Os principais candidatos aos governos federal e estadual começam a procurar seus candidatos a vice como forma de aumentar o seu cacife político. Cada um com objetivos variados.

Alguns buscam vice que possa trazer outros partidos, aumentar o tempo de televisão, aumentar o número de candidatos apoiando, enfim, nomes que possam dar mais musculatura à campanha. 

Outros buscam vices que possam atenuar certas fragilidades, como a falta de experiência administrativa ou em busca de uma inserção num campo ideológico diferente. Tudo isso dentro de uma composição da chapa.

É recorrente deixarmos o aspecto do vice (seja ele presidente, governador ou prefeito) em segundo plano. Mas, nos últimos anos, com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma e do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o papel do vice acabou ganhan- do mais relevância.

Com isso, vai ser importante o eleitor olhar quem serão os vices porque, se há pouco tempo eram considerados figuras meramente decorativas, agora passaram a ter uma relevância grande.

Os rumos da política recente do nosso país e do nosso estado despertaram um novo olhar nos eleitores.

Definitivamente, foram fatos marcantes para a história brasileira, pois não é o esperado. O esperado é que os mandatários eleitos concluam seus mandatos.

Porém, é preciso lembrar que o vice, de acordo com a Constituição, tem um cargo, um gabinete, rotina, responsabilidades e, principalmente, assume o poder sempre que necessário. A urna eletrônica mostra isso. Todo material de campanha, por lei, agrega o nome do vice.

É muito comum no eleitor não lembrar em quem votou na última eleição, ainda mais quem eram os vices de seus candidatos, mas a verdade é que a possibilidade de um vice assumir o governo passou a ser real na cabeça do eleitor . Certamente, o vice entrará como um dos fatores de decisão do voto.

*Ex-deputado e consultor político