ENTREVISTA | "A cada 30 anos, o país passa por uma grande transformação"

Por Cláudio Magnavita

O Correio da Manhã recebeu em seus estúdios a família Amorim: o vereador Rogério, que é médico, e o deputado estadual Rodrigo, que é advogado. Os dois, que são do PSL, falaram como está a política na cidade e no estado do Rio, mas, principalmente, como anda o cenário nacional com a polaridade entre direita e esquerda. Além disso, eles comentaram seus projetos na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal e suas relações com o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes, bem como com deputado André Ceciliano e o vereador Carlo Caiado.

Cláudio Magnavita: Uma entrevista dupla, nos estúdios do Correio da Manhã com os irmãos Amorim. O primeiro deles, Rodrigo, foi eleito deputado estadual com 140 mil votos e foi candidato a vice-prefeito na chapa de Flávio Bolsonaro. Além dele, Rogério, o caçula da família, que é médico e estreia na política como vereador. Vamos começar a entrevista com o mais novo. Rogério, como é que foi seguir os passos de um irmão vitorioso na política?

Rogério: É sempre uma honra. Na verdade, sou médico, neurocirurgião, nunca antes tinha exercido cargo político nenhum e resolvi entrar na política, obviamente, seguindo os passos do Rodrigo. Eu me envolvi bastante desde a campanha dele e no mandato dele, foi quando vi que eu deveria dar a minha contribuição para a cidade do Rio de Janeiro. Eu acho que durante muito tempo a política ficou desacreditada e o que aconteceu nas Eleições de 2018 foi muito marcante, um claro recado da sociedade do desejo de se fazer uma nova política, um jeito diferente se de fazer a política. Portanto, motivo por isso tudo, eu aceitei esse desafio, me lancei e graças a Deus fui vitorioso nessa missão.

CM: E a sua responsabilidade Rodrigo, com um mandato conquistado, lançar o irmão na política?

Rodrigo: Rogério é um cara que sempre foi muito disciplinado, continua conjugando essa vida de médico e de um grande vereador do Rio. A gente brinca que ele não dorme, ele opera as vezes a noite, passa a visitar os pacientes pela manhã bem cedo e no caminho para o hospital, ele já está perturbando a nossa equipe. Fizemos um gabinete integrado na Alerj e na Câmara Municipal, ele já está ali dando os comandos. A grande verdade é que a gente tem somado as nossas características, nos complementamos totalmente.

CM: Concorda com isso, Rogério?

Rogério: Concordo plenamente! Até em temperamento, postura, é muito interessante essa união.

CM: Outro dia clonaram o telefone do Rogério, você recebeu alguma mensagem e percebeu na hora que era trote?

Rodrigo: Eu percebi logo que era trote, habitualmente, ao longo da nossa vida, desde pequenos, sou eu que vou lá pedir dinheiro ao Rogério, mexer no que ele está guardando, ele sempre foi um cara muito controlado, centrado e racional.

CM: Agora, quem vê vocês dois na política, tem uma percepção exatamente da figura truculenta (Rodrigo) e o cara mais manso, que hoje tem um relacionamento extraordinário na Câmara (Rogério). O que as pessoas não sabem é que existe uma ciência política por trás disso, você (Rodrigo) se preparou para o seu mandato, é advogado, seguiu a carreira dos seus pais, e estudou muito a questão partidária, das alianças, dos partidos. Construiu, ao longo desse período, uma ciência, por trás dessa mecânica de legenda partidária, ocupou posições como secretários municipais dentro deste contexto de alianças, até chegar a ser vice do Flávio Bolsonaro e depois um deputado com 140 mil votos. Eu queria que você falasse sobre esse processo científico por trás desse advogado que resolveu compreender o mecanismo da política.

Rodrigo: Sem dúvida nenhuma, na realidade essa minha questão na política nasce no âmbito do Mercosul. O Brasil foi o único país, até agora, que não fez eleição direta para o parlamento da organização. Na minha vida privada eu tive uma passagem por lá, ocupei alguns assentos... na secretária de fundações, fiz uma pós-graduação no Uruguai, e ali eu pude viver um pouco do parlamento. Diferente da comunidade europeia, em que o parlamentar da comunidade é eleito, tem uma força muito grande, um mandato, nós não fizemos eleições diretas. Foi em um momento conturbado do Mercosul, o Brasil não tinha membros diretamente representados, a representação é indireta, como é até hoje. Também foi o momento de ingresso da Venezuela, na contramão de qualquer processo, naquela força da Venezuela completamente à esquerda. Fui um crítico veemente disso e volto para o Brasil com o intuito de ingressar na política. Começo a conhecer um pouco do universo partidário, sobretudo o partido como cartório, pequenos partidos ali funcionando sem nenhum viés ideológico definido, funcionando como aluguel à disposição de uma eleição naquele momento.

Então, eu participei ativamente do processo de montagem partidária, em 2010 e 2012, e através desse processo de montagem eu me cacifei com base também na minha experiência pessoal, como advogado, para participar do secretariado da Baixa Fluminense. A partir daí, assumo a gestão de um partido em 2016 e tenho a honra de ter concorrido a eleição de 2016 ao lado do senador Flávio Bolsonaro para a Prefeitura do Rio. Naquele momento eu tinha construído um partido, já fazendo uma lógica diferente da tradicional, montando uma chapa de vereadores para a cidade absolutamente heterogênea e seria uma eleição, como foi, competitiva. Sobretudo nesse espectro centro-direita, tivemos muitos candidatos concorrendo e ali eu já sabia que seria muito competitiva, o prefeito Crivella com chance efetiva de ganhar, como ganhou, e tinha o desafio, que é o meu permanente, que é de não permitir que o Marcelo Freixo ocupe qualquer cargo no Executivo. É uma temeridade, uma aberração para o Rio, um contrassenso. Então, nessa lógica foi montada uma chapa competitiva e aí resistimos às ofertas da política tradicional, o toma-lá-dá-cá da política tradicional.

Isso fez com que eu fosse cacifado para uma disputa de vice-prefeito, estava tudo acertado para a disputa e na véspera, na semana do registro de candidatura, o deputado Otávio Leite, dirigente do PSDB chega ao Rio, Osório era do partido, e ali o acordo foi desfeito porque, segundo ele, era necessária uma composição da chapa proporcional de vereador.

CM: Você tinha prometido que na chapa de vereador não ia agregar nenhuma estrela, ninguém com mandato, certo?

Rodrigo: Para a nominata se tornar competitiva e eu reportei o acordo e fui para a casa pensando... Tão indignado, fui até à Tijuca andando, pensando na vida, e na madrugada recebo um telefonema de um amigo querido que estava participando da organização da campanha do Flávio, que é uma figura carismática, era muito querido e tijucano como eu. A gente não tinha feito política junto, mas já havia, além da relação de admiração, a perspectiva de o Flávio embarcar em uma candidatura de prefeito e foi decidido também no final, nas vésperas da eleição. Justamente quando eu tinha recebido não de um projeto que estava consolidado e montado, eu fui com Flávio Bolsonaro e foi a melhor decisão. Uma afinidade ideológica profunda e uma pessoal de um cara que admiro, que tenho minha gratidão, foram 140.666 mil votos, eu sempre faço questão de frisar o 666, cada voto é voto, e na verdade eu devo ao senador minha gratidão, naquele processo que vivemos em 2018 que acabou deflagrando todo um processo que todo mundo conhece. Como o Rogério bem disse, a expressão de um desejo da população de romper como sistema, com a política tradicional, e só completando o que você tinha dito anteriormente, eu sou acusado na Assembleia de promover e sou absolutamente fiel às pautas que nos elegeram em 2018. Sou um dos deputados que mais enfrenta o PSOL, a esquerda na Alerj. Sou acusado dessa guerra que eu acho muito salutar para a democracia.

CM: Agora, falando em guerra, você (Rogério) entrar na questão da placa da Marielle. Ali você começa a ter um engajamento quase que absoluto, nas respostas dessa questão, correto?

Rogério: É exatamente! Até porque no primeiro momento houve uma tentativa de associar o ato da quebra a duas coisas que, sinceramente, não foi a intenção do deputado. Primeiro a destruição do patrimônio público, aquilo não era patrimônio público, isso foi muito importante porque em um primeiro momento era uma placa fake colada sobre uma placa em uma praça tombada do Rio de Janeiro, que é a Marechal Floriano Peixoto. Então, se houve algum ato de vandalismo, foi inicialmente eles terem colocado uma placa em um patrimônio da cidade. Já o segundo, tentar associar essa atitude como se fosse um ato machista, ato racista pela vereadora ser negra, mulher, quando na verdade não foi isso. Não foi essa a intenção, foi romper realmente com o sistema, mostrar que a narrativa do grito e a imposição de valores não cabiam mais. A população do Rio e do país não queriam mais aquilo! Foi como ele coloca muito bem, restauração da ordem.

CM: Não dá para questionar e nem se confrontar com fantasmas. Ali você tinha uma pessoa que morreu, em uma tragédia, foi assinada, uma chefe de família. Aquele ato, tudo bem, eu compreendo o seu simbolismo, mas aquele ato ficou emblemático e acabou sendo questionado dentro da utilização de quem conta a história, ou seja, eu tomo muito cuidado em colocar isso, até porque o Correio da Manhã o Correio da Manhã coloca na capa um selo com a contagem de quantos dias tem de impunidade do mandante da morte da Marielle. E no lado direito do jornal, tem um selo sobre a facada do Bolsonaro, em que mostra a quantidade de dias em que nós temos de impunidade. É preciso também achar o verdadeiro mandante. Você tem os dois lados, você tem uma isenção, mostra uma preocupação. Tudo que eu questiono é o seguinte: você como médico não sentiu que estava com uma postura que poderia enviar para história um tipo de constrangimento de estar falando de uma pessoa que não podia se defender porque morreu?

Rogério: De maneira nenhuma.

CM: Porque pelo o que eu entendi, você e a atitude do seu irmão era em cima de uma placa, quem quer que fosse colocado em patrimônio público, colocado em uma imposição de transformar em mártir uma pessoa que foi brutalmente assassinada e que aquilo ali foi feito como se fosse uma rejeição à visibilidade da esquerda de tentar utilizar o nome da Marielle.

Rogério: Correto, na verdade, mais até um pouco do que isso. Não é só utilizar a imagem da vereadora, mas a imposição da narrativa e do fato como eles querem. Eu acho completamente justa a homenagem, mas que façam da maneira correta. Eu não posso ao bel prazer, a homenagear alguém colar uma placa em um bem público como foi feito.

CM: Mas você entrou nas redes sociais e fez um contraponto?

Rogério: Um contraponto a isso. Essas duas narrativas. A democracia estamos aí defendendo e eu acho que todo mundo tem o direito de criticar, achar correta a atitude ou não. Mas esses pontos precisavam ser combativos. Primeiro que era um ato de vandalismo e segundo que era um ato de racismo.

CM: É só ver o que acontece em Cuba, em relação à versão da democracia ou com a versão de querer funcionar em comum ritmo. Se eu chegar em uma praça em Havana e disser “morte a Fidel”, eu estou preso na mesma hora. Eu gostaria de voltar a falar um pouco de vocês, pois tiveram um golpe muito duro. Rodrigo com 17 anos e Rogério com 13, perderam o pai, o chefe de família.

Rodrigo: Foi um câncer avassalador, descobriu e morreu logo.

CM: Esse momento de dor e luto familiar uniu mais vocês?

Rodrigo: Sem dúvida. Somos nós dois. Perdemos nossa mãe no ano passado em meio à pandemia. Não foi covid, ela fez uma cirurgia e teve uma embolia, e cada vez mais a nossa família somos nós, nossos filhos, porque meus filhos são filhos do Rogério e vice-versa.

CM: Como se chamava seu pai?

Rodrigo: Jorge Amorim e minha mãe Jana, descendente de libanesa. Somos maronitas do Líbano.

CM: Seu pai era advogado?

Rodrigo: Advogado e professor universitário, assim como minha mãe. Ele tinha uma vida na iniciativa provada. E o engraçado é o seguinte: comentando sobre o Rogério e nossa vida, quando tenho alguma briga com a minha esposa, o paradigma é o Rogério. “Seu irmão nunca faria isso”. Com a minha mãe, que eu tinha uma relação muito próxima, éramos muito cúmplices um do outro, minha companheira. Mas o Rogério era o filho zeloso. Estava todo dia, toda hora, almoçava junto, passava lá de manhã. Eu às vezes passava uma semana e não ia na casa dela, ela me ligava e me dava uma bronca. “Seu irmão já passou aqui hoje, já almoçou comigo”. O paradigma era ele. E pior, o meus filho, junto com os filhos dele, em um fim de semana, aprontaram e eu fui muito duro com ele. Ele chorou e falou “Deus é muito injusto”. Eu perguntei: “Por que você está falando uma bobagem dessas?”, ele disse: “Meu pai deveria ser o tio Rogério”. Ou seja, o Rogério é o tio querido, o filho querido, e meu irmão, meu melhor amigo, é um cara que me completa muito.

CM: Como foi, com 13 anos, entender que seu irmão passaria a ter uma função parental em relação a você ou foi ao contrário no momento do luto?

Rogério: Na verdade, não teve essa ação paternal, mas de cumplicidade, eu acho que é a melhor definição. Vimos ali que nós três devíamos nos unir.

CM: Sua mãe foi franca com vocês , foi um marco “a partir de agora somos só nós três”?

Rogério: Minha mãe sempre foi muito transparente, assumiu esse papel, de pai, mãe e financiadora da casa, de educadora, de todo esse papel e nos uniu muito. Não se criou uma relação de hierarquia, mas de cumplicidade e amizade. “Estou com esse problema, me ajuda a resolver”. E vice-versa. Nos momentos ruins financeiros que atravessamos nessa fase, de você me dá uma calça e você me dá uma camisa, me empresta um tênis que eu vou à uma festa. Esse tipo e cumplicidade em todos os sentidos.

CM: E como vocês transferem isso para os filhos?

Rodrigo: São os melhores amigos. É um casal de filhos meus e dois filhos do Rogério. Os nossos mais velhos são muito amigos, muito próximos e tem características parecidas. E tem a menina, a Duda. Nosso xodó. E o filho mais novo do Rogério que é muito parecido comigo, na postura e vai ser o nosso herdeiro político sem dúvida nenhuma. Ele fala com todo mundo, bom de papo.

CM: Esse DNA político dos Amorim vem de seu pai ou da sua mãe?

Rogério: Nenhum dos dois. A minha mãe tem um relacionamento muito fácil de lidar com as pessoas, ela tinha essa característica de agregar, mas nunca fez política partidária.

CM: E como ela viu a sua entrada e do seu irmão no mundo da política?

Rogério: No início, como em todos nós, foi aquela sensação de desconfiança, no sentido do Rodrigo ser advogado, será que vai largar isso para seguir uma carreira que não dá garantias e nem segurança. Mas teve o apoio de todos nós.

Rodrigo: Eu estava me preparando para um concurso público de juiz do trabalho, Magnavita. Fiz Escola de Magistratura e estava pronto para fazer o concurso e quando você envereda para a seara política é uma dedicação. Essa mística de que político não trabalha é uma mentira . Há uma dedicação muito grande e eu me preparei e muito para isso. Estudei de forma acadêmica, de fato.

CM: Eu falo muito aqui no programa que criei o termo “quarentinhas”. Uma geração de 40 anos que está fazendo uma mudança no Rio. Como você se sente sendo um quarentinha preparando um amanhã?

Rodrigo: Muito satisfeito com essa geração, independente do viés ideológico. Claro que você cita grandes amigos que estão no governo do estado hoje, todos com viés ideológico bem definido, mas é uma geração, antes de mais nada, muito capacidade, que se preparou de forma acadêmica para esse processo de mudança. Se você olhar o Rio de Janeiro hoje, tudo que a gente viveu na história recente, essa geração tem a missão de resolver o problema. O Cláudio Castro tem essa missão. É um governo que chegou ao poder da forma que chegou, diante de uma crise política e o Cláudio Castro tendo que ser o bombeiro, precisando apagar o incêndio, mas ele foi além e começou a preparar o território para, se Deus quiser, o próximo governo, que eu tenho convicção que o Rio de Janeiro vai avançar muito. É um cara abençoado antes de mais nada. Tem que ter uma dose de competência sorte e proteção divina. O momento que o Rio de Janeiro está vivendo, que eu chamo de retificação do Rio de Janeiro, é protagonizado por essa geração de pessoas competentes, dentro de um novo modelo, que não cabe mais dentro daquele toma lá dá cá e as práticas antigas que tentaram reinventar, mas que definitivamente está expurgado de uma vez por todas da política.

CM: Rogério, você como médico, sente na ponta os problemas em relação à saúde. Mas, como vereador, pode agir, e dar a solução para esses problemas. Por que a saúde não recebe a atenção que merece dos governantes?

Rogério: A saúde é um dos principais problemas da cidade do Rio de Janeiro e também do estado. Essa fila doida de SISREG, ninguém consegue uma consulta. A moeda política acabou virando a saúde. Conseguir um exame, uma cirurgia, acabou virando uma moeda de troca política, o que é definitivamente deplorável. Como vereador eu venho justamente no intuito de olhar para esse lado de verdade. Não são os recursos que estão faltando, é uma questão de gestão integrada. Não tem como resolver o problema da saúde no estado, no município e na federação.

CM: Quando você é médico e tem um óbito na mão, mexe com a cabeça. Aconteceu isso com você?
Rogério: Aconteceu. Foi muito difícil. O primeiro óbito sob minha responsabilidade foi um paciente no plantão do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, de Saracuruna, vítima de um acidente de carro. Isso é algo que marca muito. Na verdade, eu como pai de dois filos, ver o sofrimento dos filhos, da esposa, marca muito. Costumo dizer que isso do Rogério ser um cara mais sério vem muito disso. A medicina faz você amadurecer muito. Lidar com o sofrimento alheio exige muita habilidade. Você tem que ter a dose certa de humanidade, mas esse conceito de que o médio é frio e isso não importa para ele é um grande erro. Porque a partir do momento em que você perde essa dose de humanidade você não exerce a medicina de forma correta. Mas você tem que se envolver sabendo dar um suporte para família, ser aquele braço de afeto e carinho.

CM: Você é professor, estuda na Uerj e volta depois para a Uni-Rio , formado, para fazer a residência de neurologia.

Rogério: Isso, aí fico como voluntário por uns anos e depois eu volto como professor da neurocirurgia e chefe de clínica neurocirúrgica. Quando eu falo com meus residentes que vão se formar em neurocirurgia, muitas vezes com doentes em estado terminal, ou com doentes de acidentes que já chegam praticamente mortos às nossas mãos. E muitas vezes os alunos me perguntam: “Rogério, o que eu faço”? Eu falo para ir lá e abraçar a família e mostrar que tudo que poderia ser feito pelo paciente foi feito, porque isso vai confortar no futuro. “O meu parente morreu, mas foi assistido, foi dignamente tratado, nós fizemos tudo o que poderíamos ter feito por ele “. Não digo nós médios, mas a família, para que não fique na família aquela mácula de “será que se eu tivesse feito algo a mais eu teria salvado meu parente?”. Então eu digo muito isso, que muitas vezes o grande ato médico é o abraço.

CM: E você seguiu trabalhando na pandemia. Como é que foi enfrentar uma pandemia pela ótica de um médico?

Rogério: Foi difícil, Magnavita. Principalmente por essa questão. Eu não fiz de aglomeração. Estar nas ruas, no início da pandemia, era algo que nós não fazíamos, porque era proibido. Então, foram várias reuniões por zoom. E eu, em certo momento da campanha, peguei Covid e tive que me afastar por 15 dias das ruas.

CM: Quando você pegou Covid, como médico, qual foi o filme que passou na sua cabeça?

Rogério: Na verdade, eu não tive sintomas graves, mas tive bastante febre, falta de ar... Você fica sempre receoso, passa o filme, porque eu já tinha meus dois filhos e quando a gente vira pai, a preocupação é enorme.

CM: Qual é a profissão da sua esposa?

Rogério: Minha esposa é bancária. Advogada também, mas é bancária do Banco do Brasil.

CM: E você, Rodrigo, teve Covid?

Rodrigo: Tive Covid, mas fui assintomático. Eu tive na sequência. A família inteira pegou. Aí, um belo dia, eu fiquei sem paladar e graça a deus, recuperei bem. Eu respeito muito a doença.

CM: Eu tive Covid. No dia 1º de abril, eu espirrei, no dia 2 eu testei, era Sexta-Feira Santa, eu estava fazendo compras. Eu adotei um protocolo de fazer testes periódicos, a cada 15 dias, até porque eu sou obeso e tenho 62 anos de idade. Fiz o antígeno, que é pelo nariz, e foi quando recebi o positivo. Vou confessar que tomei cloroquina, ivermectina e tudo que tinha. A única coisa que eu troquei, depois das primeiras doses de ivermectina, foi tomar Annita. Você tomou cloroquina?

Rogério: Eu não tomei cloroquina, mas foi bom você tocar nesse assunto porque, durante a pandemia, essa demonização, como você coloca muito bem, fez uma coisa que, como médico, me incomodou demais. Assim, o tratar o seu paciente é uma incumbência nossa como médico.

Rodrigo: Cada um tem que ter liberdade para escolher como quer ser tratado.

Rogério: Lógico. O meu carimbo não é um carimbo simplesmente, é o meu instrumento profissional para fazer aquilo que eu julgo melhor para o meu paciente.

CM: E eu tive um médico que me fez trocar por Annita, por estudos, e eu fiz, mas não me arrependi. Falando com você, como médico, eu poderia ter alguma sequela amanhã, mas preferia ter do que não ter tentado. E você, Rodrigo, tomou cloroquina?

Rodrigo: Acabou que eu não tomei nenhum medicamento porque eu passei muito bem, tava assintomático. Quando eu fui descobrir, eu tava com a doença há algum tempo, sem sintoma nenhum. Agora, da mesma forma que a gente conversava anteriormente de fazer palanque político em cima de uma tragédia, que foi a morte da vereadora Marielle, do motorista Anderson, que alguns se esquecem, tem gente que faz até hoje palanque em cima da Covid, sendo que o Brasil é um dos países que mais vacinou, o governo federal entregou vacina pra todos os estados da federação. E na época, quando ninguém tinha resposta pra nada, a cloroquina era a alternativa apresentada. E o médico tem que ter a liberdade de receitar o que ele bem entende. Nós tínhamos em casa, guardado para caso fosse preciso, cloroquina.

CM: O Correio da Manhã tem sido o jornal que tem dado espaço diário para essa questão da CPI do RI Norte, que eu chamo do Rio Grande do Norte, porque essa CPI tá abrindo a caixa preta do maior golpe que teve durante o episódio da Covid, que foi a compra de 48 bilhões de reais, em uma empresa que era representante de produtos de maconha, não tinha nenhum tipo de tradição e nenhum tipo de histórico que comprovasse que tinham ventiladores, feito por um grupo de ex-ministros do PT, esse grupo é o senhor Carlos Gabo e o Edinho Silva, junto com o ex-diretor da OAS, e todos investigados pela Lava-jato, viram a oportunidade de fazer um grande negócio, contrataram 48 milhões na véspera, a nota fiscal foi emitida no dia 9 de abril de 2020, na véspera, no dia 8, o senhor Carlos Gaba autoriza a transferência de 48 milhões para uma empresa com capital social de 100 mil reais. Roubo!

Rodrigo: Um assalto isso.

CM: E pense na quantidade de pessoas que morreram porque esses respiradores não chegaram. E a CPI ignorou, fez pior, negou o requerimento do senador Girão, que queria investigar essa quadrilha. E esse dinheiro não foi achado. Então você tem um caso concreto, mas por que? A nota, deputado, entra pelo consórcio, no final eles fazem a escolha política de dizer que estão contra o negacionismo. Ou seja, é um ente totalmente político. Então é inacreditável, e eu aproveito que esse programa está sendo compartilhado nas redes sociais de vocês, que a gente faça uma reflexão sobre a utilização da política para atingir interesses eleitorais ou eleitoreiros, em detrimento do povo. Aliás, a sua atuação [Rodrigo] nos desmandos que teve aqui, sacrificando uma relação de amizade familiar que você herdou, com os filhos do ex-governador, Wilson Witzel, você colocou essa amizade de lado e enfrentou a questão.

Rodrigo: Lógico. Em primeiro lugar, a fidelidade às pautas que me elegeram e sobretudo, fidelidade à imagem do senador Flavio Bolsonaro, que é minha liderança política, e por quem eu tenho gratidão por tudo que tenho vivido desde 2018.

CM: E um governador impeachmado, que tentou de todas as formas criar situações esdrúxulas para o senador, utilizando ministério público, polícia civil...

Rodrigo: Exatamente, fazendo ilações desnecessárias, falaciosas, e sobretudo essa questão pontual da utilização da pandemia como palanque eleitoreiro, quando nós tínhamos um desafio muito grande. Em primeiro lugar, salvar vidas, em segundo lugar proteger a economia. Se fizéssemos o que essa turma queria, de lockdown permanente, o Rio de Janeiro e o Brasil iam quebrar. É um desafio constante e paralelo. Preservar a economia e salvar vidas.

CM: O governador Claudio Castro sofreu com isso porque reuniu os empresários...

Rodrigo: Eu estava ao lado dele, Magnavita, no Palácio Laranjeiras.

CM: Teve aquela reunião no dia seguinte, quando o prefeito entrou furioso, disse desaforos ao governador, junto ao prefeito de Niterói, falou até do Correio da Manhã, bateu em retirada porque o Cláudio estava ali salvando empregos.

Rodrigo: Ele estava conversando com setores vitais do Rio de Janeiro e dando garantias de que o setor seria produtivo, que as medidas seriam estudadas e realizadas a quatro mãos pelo setor produtivo, de modo a preserva empregos, a economia. E o governador Cláudio Castro se saiu muito bem nessa condução da pandemia, como vem conduzindo até hoje. O Rio de Janeiro é o estado da federação que comprou os insumos, recebe a vacina do gvoerno federal, mas o Rio fez o dever de casa com o governador Cláudio Castro e comprou os insumos mais baratos do Brasil, economizando.

CM: As seringas para as injeções foram compradas a centavos, enquanto teve estados aí da esquerda...

Rodrigo: Sem falar da logística.

CM: Aliás, o Chaves, o saudoso Dr. Chaves, que foi um herói, morreu em combate, fazendo uma operação de guerra.
Rodrigo: Para entregar em todo o território do Rio de Janeiro e proporcionar essa vacinação em massa.

CM: Aliás, já que estamos falando em estado do Rio, deixa eu te perguntar uma coisa sobre o Doutor Luisinho, nosso eterno secretário de saúde, deputado federal.
Rodrigo: Estava também na reunião das Laranjeiras.

CM: Rogério, como é que você vê essa questão das OS, principalmente na questão do Viva Rio na Prefeitura?

Rodrigo: Magnavita me permite, já que você está tocando nesse assunto, o Viva Rio tem contratos com o governo do estado. Governo diz que essa relação de emprego dos contratos de profissionais da saúde nessa dinâmica peculiar é muito complexa. Obviamente como muito acontece, é necessário ser lançado um contrato com uma OS para que se coloque o serviço na rua. Eu tive a oportunidade, como vice líder do governo e amigo pessoal do governador Cláudio Castro, de conversar com ele sobre isso.

Posso afirmar que não é essa a visão dele para o que está acontecendo no âmbito das OS que vem acontecendo, mais precisamente em algumas UPAs. Fomos até a UPA da Tijuca, na região onde nós moramos, ali quem cuida é a Viva Rio, vimos pessoas aglomeradas em meio a pandemia, uma senhora chorando por mais de quatro horas sem ter atendimento na UPA da Tijuca. Estava ali como cidadão, fui até o departamento pessoal e então exerci a minha vez como fiscalizador e constatei aberrações.

Como a inexistência de um responsável médico, apenas plantonistas. Mas não quero fazer sensacionalismo com isso, a culpa não é de quem esta na ponta, mas sim falta de organização de quem administra a OS. A folha de ponto era feita em uma folha de pão colocada embaixo do teclado com uma funcionaria digitalizando no computador naquele momento. Ou seja, quem garante que o ponto esta sendo feito nos horários certos realmente? Então estou de olho nessas questões.

CM: Até porque o estado esta literalmente adimplente com as OS.

Rodrigo: Perfeito, governo esta pagando e não essa politica que ele quer. Não é problema de gestão.

CM: Agora você, Rogério, como você vai botar a lupa para esses problemas, como seu irmão esta fazendo? Afinal, sendo médico, da uma bagagem de fiscal privilegiada.

Rogério: Sem dúvidas, eu entendo como funciona e sou vice-presidente da Comissão de Saúde e na realidade a lupa é verificar contrato e ver se o serviço está sendo prestado na ponta. Não existe outra forma. Concordamos que tivemos nos últimos quatro anos muitas dificuldades na saúde, tanto financeiro como gestão. Entendemos que essa fase inicial esta sendo utilizada para colocar a casa em ordem. Mas a cidade precisa das respostas e precisamos entregar isso para a população.

CM: Eu disse, uma vez, num editorial do Correio da Manhã é que o grande problema do Brasil, além da impunidade, é a impunidade para crimes hediondos. Em uma pandemia fazer o que o Sr. Edimar fez, e as coisas realizadas no governo Witzel, o que falta é a pena de morte. Isso eu coloquei e assinei no jornal. Se fizéssemos como se faz na China, que você ainda manda a conta da bala para a família pagar, esse tipo de problema estaria resolvido. Como vocês veem a eleição de 2022?

Rodrigo: Estamos em um momento de polarização ideológica, mas tenho convicção que os resultados das urnas serão iguais à 2018. O povo não aguenta mais e quer mudança. Nós estamos de ‘saco cheio’ dessa guerra de narrativa que tenta nos jogar para baixo o tempo inteiro com uma ditadura do politicamente correto, feito exatamente por pessoas que defendem uma bandeira e comentem essas atrocidades como você citou.

CM: Eu escutei vindo, para a redação, a Miriam Leitão sendo entrevistada na CBN, onde ela falava impropérios dos mais diversos contra o governo Bolsonaro. Você não acha que a direita não sabe fazer oposição? Afinal, no caso do Witzel, nós, do Correio da Manhã, batemos em uma direção que ninguém estava batendo. Trouxemos tantos erros amostra que os demais veículos não puderam deixar isso de fora.

Rodrigo: A historia do Brasil revela que de 30 em 30 anos o país passa por uma grande transformação. A Constituição de 88, a eleição de 2018 a gente viveu grandes transformações com o desejo da população por mudanças. O governo veio para mudar a historia do Brasil, o que pode estar faltando, talvez, é a maturidade de se contrapor com organização e competência.

CM: Eu tenho achado a direita meio envergonhada.

Rodrigo: Não adianta fazer barulho só. Tem que ter competência e trabalhar, eu trabalhei com um colombiano que falava assim: “O Brasileiro é muito bom com iniciativa, mas muito ruim com ‘acabativa’”. E é isso, as coisas precisam acontecer assim, começar e seguir em frente. A outra questão é uma autofagia. Nós não podemos mais nos destruir como deputados eleitos com medo de perder a eleição ficar atacando o outro.

CM: Olha, eu juro que não ia perguntar, mas o que aconteceu com você e o Alexandre Knoploch?

Rodrigo: Foi agora na eleições de 2020 que acabamos indo para caminhos distintos. Eu foquei nas eleições do Rio de Janeiro, a eleição de deputado é glamoroso até certo ponto, mas tem pouca efetividade na vida do cidadão, até porque o que mais afeta o cidadão está no âmbito municipal. Então era fundamental até como estratégia política ter um vereador dentro do nosso grupo político e isso esta sendo feito de maneira brilhante pelo Rogério, estamos nos complementando. O Rogério é o relator do plano Diretor, maior ato da Câmara Municipal. Mas ali tivemos uma divergência de ideias naquele momento.

CM: Mas ele levou para o pessoal, isso é culpa de qual lado?

Rodrigo: Virou, mas eu continuo com a cabeça tranquila e sendo fiel as minhas pautas desde 2018 sem mudar nenhuma vírgula das minhas ideias e forma de tratar as pessoas.

CM: Rogério, a direita está envergonhada?

Rogério: Não sei se envergonhada, mas o Rodrigo colocou muito bem quando essa autofagia acanhada, com medo talvez dessa tentativa de um tentar destruir o outro, isso acabou prejudicando o processo político como um todo.

CM: Voltando para o Rio de Janeiro, a Alana Passos era muito ligada ao Gutemberg Fonseca, que virou secretário de Esportes. Mas a Alana vem batendo forte contra o governo do estado, como você vê esse paradoxo?

Rodrigo: É uma falta de maturidade nessa organização que a direita devia ter assumido. Temos muita força no Parlamento Fluminense, por exemplo, mas pouca organização. Temos que ver quem é o verdadeiro inimigo, a gente não pode deixar a esquerda ganhar em 2022.

CM: Eu queria colocar que você não é um “paraquedista político”, você revela aos espectadores sua trajetória como secretario, vice do Flavio Bolsonaro, organização partidária e tudo mais. Mas temos muitos nomes que surgiram no “rabo do cometa Bolsonaro”. Você acha que isso se repete em 2022?

Rodrigo: Sem dúvida que em uma eleição de extremos, aliás, necessária para que a gente consiga manter o que conquistamos em 2018, isso é natural e tomara que quem se eleja com um espectro ideológico definido voltem a ter sucesso e êxito. Mas dessa vez, espero que com mais maturidade e organização para cumprir o papel. Tem pautas na assembleia legislativa que a esquerda se organiza e nós que somos a maioria fisicamente, não estamos lá para debater.

CM: Nesse aspecto, vamos abrir um parêntese pela conduta do deputado André Ceciliano, que não deixou as audiências públicas serem usadas como palanque...

Rodrigo: Eu presidi algumas dessas audiências, como presidente da Comissão de Servidores Públicos, e o André Ceciliano deu uma aula de política no dia da votação, que não permitiu palanque para uma plateia ou militância presente. Mas eu vou além a temas, como numa lei recente do deputado Carlos Minc , que, ao contrário do que a direita sempre discutiu, que é o escola sem partido, aprova-se uma lei de escola com partido e a direita não estava tão presente para combater isso.

CM: Isso não é um exemplo de “direita envergonhada”?

Rogério: Não sei se é direita envergonhada ou se eles algumas pessoas se transformaram em direita por conveniência política e momentânea.

CM: Como é sua relação com o prefeito Eduardo Paes?

Rogério: Uma relação de independência, pois apoio as pautas que são boas para a cidade, como a reforma da Previdência, que nada mais foi do que uma regulamentação da reforma que veio de Brasília, o Reviver Centro, que é tentativa de resgatar o Centro da cidade, e aquelas pautas nas quais sou contrário, marco minha posição.

CM: Um bom relacionamento com o Caiado não significa ser subserviente, certo?

Rogério: De jeito nenhum. Temos um bom relacionamento, mas sou independente. Tanto que consegui a relatoria do Plano Diretor, sou presidente da Comissão de Ordem Pública, vice-presidente da Comissão de Saúde, primeiro secretário da Comissão de Ética.

CM: Você tem uma amiga de infância que também virou vereadora, correto?

Rogério: Sim, a Tainá de Paula, do PT. Estudávamos na mesma sala do Pedro II do Engenho Novo. Temos uma convivência muito boa, continuamos amigos. Não votamos juntos, mas continuamos muito bem.

CM: Queria encerrar a entrevista falando do futuro, mas, sobretudo, dessa questão ideológica. Eu vou por um assunto importante, que é não deixar a esquerda chegar ao poder. Você acha que todo esse passivo deixado pela Lava Jato, Petrobras, corrupção com empreiteiras, OS, entrará em pauta, ainda mais tendo um ex-presidente, que foi preso, podendo ser lançado novamente para comandar o país?

Rogério: Sem dúvida nenhuma é uma obrigação nosso trazer essa discussão de tudo que aconteceu no Brasil, e mais do que isso, falou-se aqui da pandemia e da politização, pois acho curioso que hoje eles usam dados econômicos, como do baixo crescimento do PIB, para culpar o presidente, e não da pandemia que vivemos e que ainda está em curso. Caso tivéssemos feito o que eles queriam, a economia estaria muito pior hoje.

Rodrigo: E com dados equivocados, pois divulgaram pesquisas comparando Brasil e Argentina, com números equivocados, deturpados. O Brasil perdeu pouco nesta pandemia, conseguindo um PIB maior que o do Japão neste ano.

CM: Essa modulação ideológica, inclusive para contrapor com a vontade do povo, quase liquida o Paulo Guedes, que declarou sua offshore no exterior, tudo absolutamente legal, e foi transformado em manchete e o Correio da Manhã foi o único jornal que fez dois editoriais defendendo o Paulo Guedes e o Campos Neto, do Banco Central, pois não fizeram nada de errado. Ou seja, estão querendo matar a perspectiva de reeleição do Bolsonaro?

Rodrigo: Nós temos uma missão muito grande quando qualifico a esquerda com essa cleptocracia que assaltou o Brasil. Nós tínhamos uma Guerra Fria, ideologicamente falando, na questão macroeconômica. A gente combate o modelo socialista que impetrou no Brasil, essa política de separar negros de brancos, homens de mulheres, homossexuais de heterossexuais, que é uma pauta que abomino na Assembleia Legislativa e coloco o dedo no cara. Até hoje pergunto para a deputada Renata Souza quem lucrou com a morte de Marielle Franco. Há rumores de que a família do Marcelo Freixo lucrou milhões de reais vendendo as inconfidências e a memória de Marielle Franco, para uma grande empresa de comunicação, para fazer uma série e exportar essa série.

CM: Aliás, eu tenho brincado que é Marcelo (Caviar) Freixo, pois agora só vive no Copacabana Palace, condomínio de luxo no sul na Bahia, por isso até que ele mudou de partido, isso até escrevi, porque ele hoje no PSB está mais palatável ao estilo sofisticado, pois o padrão de vida dele hoje é para arrepiar qualquer militante do PSOL. E o Rodrigo Neves, que estava em Portugal, acaba de ser considerado réu. Para encerrar, você acha que o Freixo será o candidato que enfrentará o Cláudio Castro nas urnas?

Rodrigo: Eu acho que ele é frouxo até para ser candidato. Talvez nem venha. Está tentando abraçar a polícia, quando se deixava tirar foto com os piores traficantes do estado. Está tentando fingir que gosta da polícia, quando pediu a desmilitarização da corporação. Aliás, queria te parabenizar por tocar no assunto da equipe de segurança do Freixo, pois quero saber quais são os policiais que estão à disposição dele. Eu tenho convicção de que são policiais da clandestinidade. Eu quero saber quem são esses servidores, os motivos pelos quais foram cedidos para o Freixo, quais são os armamentos que levam consigo e que carros blindados utilizam.

CM: Seu encerramento, Rogério

Rogério: Queria colocar que precisamos manter o que começamos em 2018. É necessária essa mudança no Brasil, no estado e na cidade do Rio de Janeiro, barrar toda essa cleptocracia, como vocês bem colocaram.

CM: Você sabia que tem um editorial no Correio da Manhã que fala sobre a cleptomania epidêmica da esquerda, pois eles não podem ver um pode de ouro, que querem meter logo a mão.

Rogério: É hora de olhar o passado, ver tudo que aconteceu, para fazer as escolhas corretas, para manter nosso país e nosso estado na linha do desenvolvimento correto que essa pandemia impediu, pois tenho certeza que o cenário nacional seria diferente s e a gente não tivesse vivido essa pandemia.

CM: Foi muito bom ter os dois, pois um complementa o outro. Você como médico cuida da nossa cidade que está doente, quase na UTI, e você como advogado, faça cumprir a lei e a ordem no estado.

 

Assista à entrevista através deste link.