Entrevista | “O dia 30 de abril foi um marco histórico”

Por Cláudio Magnavita

O Correio da Manhã entrevista Nicola Miccione, o secretário da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, responsável por aquele que é considerado o mais exitoso dos leilões, o das concessões ligadas ao saneamento básico do estado.

Cláudio Magnavita: Vamos começar por esse seu filho que mudou a questão e a percepção da confiança no Brasil e no Rio. É um leilão que eu tive a oportunidade, na fase anterior das nossas entrevistas, de conversar com Alexandre Bianchini, que aqui contou que cada lance que você inventou, de R$ 100 milhões, deixava o coração dele apavorado. O que representa para você pilotar um marco de virada na história do Rio de Janeiro?

Nicola Miccione: Primeiramente uma honra, obrigado pelo convite. Parabéns pela estreia da TVC (TV Correio da Manhã), o Rio de Janeiro e o Brasil ganham muito com mais essa iniciativa do Correio da Manhã. E parabéns de coração por esse trabalho que você e sua equipe realizam pelo estado do Rio e pelo país. O dia 30 de abril foi um marco histórico que eu acho que, daqui alguns anos, vamos relembrar. Foi um trabalho de equipe, comandado com a chegada do governador Cláudio Castro, ainda no fim de agosto e começo de setembro de 2020. Precisávamos, e ainda precisamos, de marcos que possibilitem que o Rio retome aquilo que ele perdeu, que é a credibilidade. A concessão do saneamento, a retirada de partes dos serviços da Cedae para a iniciativa privada, atendendo a uma lei, o Marco Legal do Saneamento, que tinha sido recém-aprovada, faz com o que o Rio mude de patamar. Faz com que o Rio, naquele momento, ainda no fim de 2020, com o edital lançado e com o 30 de abril, o leilão ocorrido na bolsa de valores de São Paulo, na B3, traga para o estado novas empresas, investimentos bilionários. Estamos falando de número já repassado, discutido na imprensa, aproximadamente R$ 30 bilhões em investimentos, chamados Capex. São mais de quase 80 bilhões em investimentos de operação, chamado Opex, e mais outorga estado e municípios. Com efeito multiplicador de investimento em saneamento, estudos apontam quase oito vezes para cada real investido em saneamento, quase oito vezes como um todo na economia circular, serviços, indústrias, enfim... novas indústrias que vêm para o Rio para prestar serviços. Estamos falando em investimento aí que aproxima ser R$ 1 trilhão de reais em 35 anos. Em uma relação que a gente chama de “ganha-ganha”, em que ganha a população porque passa a ter um serviço prestado sem o aumento real da tarifa.

CM: A garantia ao consumidor estava no contrato?

NM: Absolutamente. Você pega agora os reajustes do serviço de transporte, é IGPM, que deu 25%. No último ano, por contrato, teríamos que passar 25% e o estado está discutindo ainda com as concessionárias. Não é o que ocorre, por exemplo, com o saneamento, em que você vai ter a inflação do serviço específica. Então você garante ali que não haja esses saltos de crescimento para a população.

CM: Qual era a expectativa do leilão?

NM: Primeiro, antes disso, o governador Cláudio Castro e a Casa Civil tiveram embate muito duro com o BNDES, pois ele foi contratado pelo estado e quando eu chego nas primeiras reunião, o que é que vejo? O BNDES colocando as regras, e eu disse “opa” não é assim. Ele é contratado e nós não queremos dessa forma. Nós não queremos um preço de água a ser paga à Cedae, que inviabiliza uma empresa de décadas de serviços prestados à população. A Cedae continua, precisa ser uma Cedae rentável, uma Cedae forte, melhor e não menor. Para isso viabilizar, você começa com o preço de água e a gente chegou com o preço dado por alguém, anteriormente à nossa gestão, que foi lá e colocou a R$1,47. O preço que se quer é praticado na produção hoje para Niterói. Eu disse que não estava certo esse valor e o BNDES nos veio com a informação de que se não fosse R$1,47, inviabiliza a concessão ou reduz o preço da outorga. Disse “não, não e não...”. O preço técnico não pode ser aquilo que o mercado quer, tem que ser aquilo que é possível dentro dos números. Diante disso, a Casa Civil formou uma equipe técnica, que estudou, se debruçou sobre os números e encontrou um valor. Eu lembro até que o governador uma vez disse assim: “o valor é esse? (era R$1,70, algo assim) vamos começar a negociando por cima disso. Eu disse que não poderia negociar o que era técnico, o valor era aquele o correto. Então, colocamos ao BNDES que o preço era o correto era R$1,70, arredondando, e o banco: “Mas para cada centavo que você aumenta, você tem que reduzir a outorgas”. O governador disse “Não! Outorga é a expectativa que o mercado tem e que vai fazer frente a algumas indenizações que o estado tem. O preço técnico é esse, e outorga a gente compra”. Cláudio Castro teve pulso muito firme com o presidente Montesano, disse assim: “Vocês são contratados pelo estado, a Casa Civil fez os estudos técnicos que aponta ser R$1,70, nós lançamos o edital, e se o mercado precificar para baixo a outorga, ou se não tiver um ágio tão grande, isso não é o principal”. Resumo da ópera, no dia 30 de abril tivemos um leilão transparente, com mais de três mil visitas técnicas ocorridas entre final de dezembro de início de abril, um ágio de mais de 100% nos três lotes, uma disputa histórica.

CM: Porque esse gatilho dos R$ 100 milhões?

NM: O edital previa que se não houvesse lance superior a 20% entre uma e outra proposta, teria o viva voz. E quando começou uma situação viva voz, o responsável pela condução do leilão pergunta para a equipe: “Olha, tenho uma dúvida aqui que é qual o intervalo dos lances, porque vai ter viva voz”. Tinha essa pequena falha lá, pequena ausência desse item... O intervalo tem que ser entre x e x. Dados os valores na mesa, eles colocam um intervalo de R$ 1 milhão, por exemplo, e íamos passa o dia inteiro. A ordem de grandeza apontava para um número superior, e aí na hora ela disse R$ 100 milhões. Era razoável dentro da proporção. Eu lembro que o presidente da Caixa estava ao meu lado, ele me olhava, mas não me conhecia, falava “que isso, valores altos!”

CM: E mostrou, sobretudo, a transparência, que não havia jogo de cartas marcadas, quer dizer, a essência absoluta do processo da livre concorrência operando...

NM: Se você pegar gravações, a gente se quer cumprimenta os personagens que participaram, não conhecíamos ninguém, blindamos todo o processo de tal forma, o Rio precisa ainda e precisava de um cartão de visita da gestão de Cláudio Castro. Esse cartão foi dado.

CM: Aquele dia foi um dia histórico, porque se um roteirista fizesse um filme e colocasse aquilo, ou seja, entre o leilão da Cedae e o impeachment ocorrendo rigorosamente no mesmo dia.

NM: No momento do discurso do presidente Bolsonaro, acredito que foi o último voto do impeachment.

CM: Eu acompanhei, fiquei nas duas. Agora, vamos falar sobre você, sua formação... você é funcionário de carreira do Banco do Nordeste, chegou à diretoria, estava aqui no comando regional do banco. Me fala da sua trajetória profissional.

NM: Sou advogado de formação, fiz concurso para o Banco do Nordeste em 2000, tenho 21 anos de carreira concursado com a instituição. Assim que me formei, fiz Direito na Universidade Federal do Ceará. Nasci em Macapá, aos 17 anos meu pai fez o que o meu avô fez com ele, me expulsa para poder estudar fora, ganhar asas. Me mandou para Fortaleza, que tem um Ensino Médio muito forte.

CM: Seu pai primeiro vai para Berlim, correto?

NM: Isso, meu pai nascido no Macapá, meu avô imigrante italiano que veio depois da Segunda Guerra Mundial, tentando uma vida melhor . O seu Francesco Miccione era torneiro mecânico, veio para montar uma máquina para uma empresa. Ele vem no começo dos anos 50, se hospeda em uma pousada na qual se apaixona pela dona do lugar, que era viúva, dez anos mais velha e com cinco filhos.

CM: Família de dez.

NM: Sim, e meu pai é o penúltimo dessa segunda leva. Uma família muito unida. Recentemente perdi meu padrinho, que é o único que faleceu, e também foi o único que foi expulso para estudar fora.

CM: Então o Seu Francesco coloca seu pai para estudar... Estamos falando dos anos 60.

NM: Papai foi ainda um dos últimos comerciantes de Macapá quando vovô chegou muito forte falou “Isso não é vida, você vai ter que se formar”, e ele foi para Belém fazer direito. Papai se formou em 1990, hoje é advogado-geral da União de Macapá, mas eu lembro que já tinha 13 anos na época da formatura do meu pai, em março de 1990. Eu lembro do discurso do vovô na formatura, dizendo que poderia morrer em paz agora porque tinha formado todos os seus filhos, e o velho não poderia ser mais preciso. Morreu uma semana depois, no dia do aniversário dele, de um infarto fulminante, no dia 13 de março, em 1990. Novo ainda, tinha 61 anos, mas você olhava as fotos ele e parecia um senhor de 90. A dureza da vida é muito grande.

CM: Seu pai vai para Belém, estuda...

NM: E volta para Macapá em 1990, assim que forma o meu avô morre.

CM: E sua mãe?

NM: Minha mãe é comerciante, é costureira. Ela tem um ateliê.

CM: Ela conhece seu pai aqui?

NM: Em Macapá. Quando voltamos para Macapá, com ele já formado, eu passo quatro anos em Macapá, termino o 1º grau, começo do segundo e meu pai me manda para Fortaleza para estudar sozinho.

CM: E aí, como é que foi ganhar o mundo ... Com quantos anos na época?

NM: 16 para 17. Até hoje quando entro no banheiro abro um sorriso, por causa daquele TOC de chorar no chuveiro de saudade.

CM: Aí você se forma, faz concurso.

NM: Passo no concurso do banco para advogado. E não cumpro o ciclo lógico que era me formar e voltar para Macapá. Ter passado no banco me possibilitou ficar em Fortaleza, e um ciclo de encarreiramento no banco, e em três anos eu assumo a gerência jurídica do banco, assessorando diversos presidentes, conselho de administração, até que em 2016, já morando no Rio de Janeiro, sou eleito diretor de controle de risco do banco. É um ciclo longo de 21 anos.

CM: E essa migração para o estado do Rio. O garoto nascido em Macapá podendo hoje comandar essa retomada. É uma oportunidade de história, né? Eu sou baiano, você sabe, o Rio tem essa pluralidade de adoção que poucas cidades tem , porque aqui, como capital, era o centro. O Brasil se encontrava.

NM: Ainda é. O Rio é centro, é o Brasil em sua essência. E meu caso no Rio de Janeiro é um caso de amor, principalmente por conhecer minha atual esposa.

CM: A família da sua esposa é do Rio, com um pé em Petrópolis, inclusive.

NM: Isso, meu sogro e petropolitano, desembargador Binato de Castro. E eu conheço minha esposa e me apaixono, de modo que me mudo para o Rio. E quando o banco estava naquele processo de fechamento de agências extra regionais, eu mostro para o presidente do banco que o Rio era uma praça importante para ter um escritório de atração de investimentos, como ia se ter em São Paulo, e no Rio em uma proporção menor. E aí o presidente chega para mim e disse “mas o Rio é complicado, porque poucas pessoas vão querer ir para o Rio”. Eu disse: “Esse problema eu já solucionei para o senhor”. E o Rio faz hoje mais atração de investimentos para o Nordeste do que São Paulo. Faz o dobro da meta, uma praça muito importante.

CM: Eu como nordestino, esse viés de você ter a questão do fomento de facilitar a atração é fundamental para quem quer desbravar. Mas eu queria voltar um pouco a esse DNA seu do Seu Francesco, porque, como você, ele acaba sendo um cidadão do mundo. Nasce na Itália, vem para o Brasil, vai para Macapá. Você se sente como ele, um cidadão do mundo?

NM: Macapá é distante até hoje, imagine naquela época. A família se aproximou mais da Itália após a morte dele. Há uma proximidade muito grande com a família italiana, com a comunidade italiana. As pessoas até brincam que eu não tenho um sotaque próprio de um lugar ou de outro, porque eu acho que no Brasil nós somos cidadãos de um país só. Não é fácil carregar essa coisa de “você é de Macapá” ou “você é de Fortaleza”, isso tem um pouco o cunho pejorativo.

CM: Mas sobre essa questão pejorativa, eu brinco que você tem duas nações dentro do país chamado Brasil. São os gaúchos e os baianos. Porque o gaúcho primeiro é gaúcho e o baiano primeiro é baiano. É um regionalismo e um bairrismo muito acirrado. Mas o preconceito existe.

NM: No mundo todo, na própria Itália... Se você se refere ao calabrês como romano, ele não aceita. Romano é romano, e a disputa entre Milão e Roma é muito forte. Acontece em qualquer país do mundo.

CM: Gostaria de voltar a sua relação com essa turma de 40 que está fazendo história. O governador tem 42 anos, você tem um secretariado também dessa faixa. Como você se articula, como é conviver com pessoas que estão com os hormônios lá em cima.

NM: Você tem secretários mais experientes, outros menos, eu tenho 44 anos. A gente com 44 às vezes se sente com 20 e pouco. Essa velocidade do mundo faz a gente esquecer da idade. Eu lembro que quando eu era mais novo e meu pai tina 44 eu achava ele um velho. E aí, com 44, eu não me acho assim. É o momento de uma turma que quer voltar a ver o Rio crescer, e eu acho que aquele ditado chinês, de que o melhor lugar para poder crescer é o fundo do poço, onde se toma impulso. O Rio chegou a esse ponto. O fundo do poço, e é uma turma na faixa dos 40, mas tem gente mais nova e mais velha que tem um animo muito forte. Uma coisa que sempre digo para a equipe. Eu poderia estar muito tranquilo e sossegado na minha atividade enquanto executivo do banco, na minha atividade de advogado, mas eu colocaria em risco uma coisa que para mim é muito cara: a paixão que tenho pela minha esposa é a paixão que eu adquiri pelo Rio de Janeiro. É um estado absolutamente maravilhoso. É uma oportunidade de vida estar no Rio. Tive a oportunidade, quando eleito diretor do banco, de voltar para Fortaleza e a opção foi pegar voo domingo, voltar na sexta, às vezes quinta à noite, custeando a despesa do bolso, porque amei o Rio de Janeiro de forma absurda. E eu não quero que meu filho não tenha a oportunidade de escolher ficar. Se vai ficar ou não é outra questão, mas ter que sair do Rio por falta de opção é algo que entristeceria muito. Então, o Enzo, meu filho mais novo, que tem cinco anos, já nascido no Rio de Janeiro, eu quero que ele tenha essa oportunidade, de dizer aos 22, 23 anos, quando já estiver formado, que quer ficar no Rio, porque tem essa oportunidade. Precisamos fazer isso hoje para que um trabalho de geração ocorra e o Rio volte a ser um estado do ponto de vista econômico de estabilidade social, financeira, política, similar ao que é um pouco São Paulo. Não precisa passar São Paulo, mas não tem o menor cabimento o Rio disputar posição com outros estados da federação que não seja São Paulo. Pelo protagonismo histórico, importância do capital...

CM: Pela importância política no cenário nacional e eu diria que o Rio acaba tendo um protagonismo nacional até mais relevante,

NM: No mundo, muito maior. Acho uma oportunidade e uma obrigação dessa geração.

CM: Você fala de viagem e acaba de retornar de uma maratona de reuniões, a palavra é essa, tem secretário dizendo que não viaja mais com você porque você adotou uma agenda que não dava mais pra ninguém respirar, mas vocês deram um exemplo, porque veio todo mundo de classe econômica. Há quanto tempo a gente não vê secretário e até governador e estado viajando em classe econômica...

NM: Embora o decreto autorize. Eu acho que temos que dar o exemplo. Se você quer ter algum privilégio, que você utilize com seu recurso particular, mas é preciso e o governador Cláudio Castro implementou essa austeridade desde que chegou.

CM: Mas o embaixador Hélio Ramos, um dos mais importantes do Itamaraty, nosso embaixador em Roma, ficou impressionado com a qualidade da agenda do grupo do Rio de Janeiro, tanto que fez, inclusive, questão de divulgar essa qualidade para mim. Faz um balanço dessa viagem.

NC: A gente teve reuniões com grandes empresas que atuam no Brasil, Tim, Leonardo, a “Embratur” da Itália, visitamos o centro espacial localizado no interior da Itália, uma hora de viagem, fomos de carro até lá. E que vai ser replicado aqui no Brasil, em Maricá, com a pedra fundamental que será lançada nas próximas semanas. E tivemos uma reunião muito importante com a vice-ministras de finanças da Itália. O governador foi muito bem recebido, como um verdadeiro estadista falando do Rio de Janeiro. E qual a importância dessa reunião? O ministério de finanças da Itália é dono de todas as empresas, seja por participação minoritária, seja por participação de outras empresas, que também te dão controle. Então todos os investimentos de Enel, Tim... A operação da Tim no Brasil é maior do que na Itália, então tem um faturamento maior. Leonardo, que tem um faturamento de 16 bilhões de euros, é praticamente a receita anual do Rio de Janeiro, esses investimentos são autorizados pelo ministério das finanças. Então, quando o governador conta todo o saneamento das finanças que ele faz no Rio de Janeiro, o saneamento político, ele dá credibilidade ao investimento. Investimento que pode ocorrer agora, daqui a um ano ou daqui a dez anos. Quando estiver na mesa desse ministro italiano o aumento desses investimentos de grupos italianos, ele vai lembrar que ali no Rio de Janeiro tem credibilidade e tem um processo em andamento. E isso é fundamental.

CM: Nessas viagens, às vezes o deslocamento físico da rotina no dia a dia, se bem que, hoje, com o Whatsapp, isso é quase impossível, permite uma reflexão e uma leitura. Nesses encontros agora com o governador no exterior, vocês tiveram alguma chance de fazer uma releitura, com esse distanciamento, do que vocês estão fazendo com o estado do Rio?

NC: A gente dá aquele passo atrás para ver o quadro mais amplo. E quando a gente vê a forma como a gente viaja, de maneira mais econômica, a forma com que as agendas são impostas, com eficiência e trazendo cada agenda um cuidado. Lembro que ficou vago um horário em Barcelona e eu fiz questão de encaixar uma nova agenda, e poderia ter aproveitado ali uma horinha com algo banal. Não, nós vamos encaixar. Durante o dia, não temos o direito de não ter agendas institucionais. Estamos aqui trabalhando. E quando era feriado no Brasil. Dias úteis foram pouquíssimos. Fins de semana também. Então, em Barcelona, o embaixador geral nos buscou no aeroporto e viemos numa reunião durante o caminho todo, vendendo o Rio de Janeiro. Esse é o grande ponto, a oportunidade de vender. Quando vende o Rio de Janeiro, mostra-se o momento, a gente começa a blindar o Rio da má fama. Isso influencia na decisão de novos investidores. E olhando de fora pra dentro, a gente consegue ver com muita tranquilidade que a gente está no caminho certo. E dá um regozijo diferente.

CM: Os sinais chegaram lá. Quando se tem um leilão bem sucedido desses...

NC: O segundo maior da história. Se você olha o do 5G agora, o do saneamento foi maior. Sem questionamentos, com muita transparência. E dá um regozijo diferente saber que pode construir um Rio diferente. A gente tem, repito, essa obrigação e eu acho que a população não pode perder a oportunidade de ter o governador Cláudio Castro nesse processo contínuo. É um governador que procura não só pacificar, mas ter um diálogo com todos diferente.

CM: Eu queria que você mergulhasse nisso, porque Casa Civil, pra qualquer governante, é o braço direito, é o secretário mais íntimo, como se fosse o vice-ministro ou vice-governador, porque acaba coordenando todo o governo. A Dilma foi ministra da Casa Civil no governo Lula. Como é que é o Cláudio Castro na sua intimidade? Ele é um bom ouvinte? Ele é transparente? Eu queria que você revelasse aqui, se puder, lógico, sobre aquele Cláudio desconhecido pela mídia.

NC: Não existe uma Casa Civil autônoma. Existe uma Casa Civil do governador Cláudio Castro, não existe uma vontade do secretário Nicola, nem ação política, até porque não sou e nem pretendo ser político, eu sou um executivo da vontade do direcionamento do governo Cláudio Castro. Eu falo pelo governador em questões administrativas, mas nada sem conversar com ele. E ele é um excelente ouvinte.

CM: E ele é muito preciso nas orientações?

NC: Muito! E ele tem uma perspicácia absurda. O Cláudio, me permita utilizar o termo aqui, já que você falou em intimidade, o Cláudio é uma pessoa inteligentíssima que você fala com ele um assunto por cinco minutos e, logo em seguida, ele discorre sobre o mesmo assunto por dez minutos. Então ele tem tiradas e pega assuntos de maneira muito rápida. Não à toa o estado está nessa crescente.

CM: Ele tem um lado pitbull que poucas pessoas conhecem, né?

NC: Ele é muito duro. Tem que ser muito duro comigo, com outros secretários. Mas logo em seguida ele te dá um beijo no rosto e diz: “Vamos juntos!”. É uma pessoa humana na acepção da palavra cristã precisa. Que te dá um beijo no rosto, mas ao mesmo tempo coloca a pressão por resultados. Ele exige resultados. Não à toa o estado do Rio tem buscado resultados por essa correção. E internamente, no clima, a gente consegue também ter esse lado humano.

CM: Porque ele vai ser julgado agora pelas urnas com a possibilidade de... É fundamental mais quatro anos para concluir ou para aumentar esse trabalho que vocês estão realizando?

NC: Eu acho que o Rio merece mais quatro anos de governador Cláudio Castro. Merece. Por todo esse saneamento que ele tem feito, ele não olha a diferença entre matriz política, entre municípios administrados por um prefeito ou por outro, ele é um político diferente, porque sabe que foi escolhido e está tendo a possibilidade de fazer.

CM: Mas ele é um político diferente ou está sendo formado, criado uma persona para essa questão?

NC: Ele não é um político novo. Ele já está nessa vida há muitos anos, ele já tem duas décadas de assessoramento político. Quem acha que ele chegou agora se engana. Às vezes, chega alguém lá para apresentá-lo para alguém e ele já conhece. Então assim, se engana quem acha que o governador Cláudio Castro é um governador novo na política partidária ou na gestão, ele é uma pessoa muito experiente, com tiradas fantásticas. A formação de advogado dele permite também que ele saiba das técnicas importantes, e eu acho também que o Rio precisa de mais quatro dele.

CM: Você vê que esse lado religioso dele também é importante. Me fala desse lado.

NC: Ele é uma pessoa de família, um homem que ama a família mais do que tudo. E uma pessoa de hábitos muito simples, que gosta de fazer o churrasco dele. E mesmo sendo uma pessoa que, às vezes, a agenda exige certa distância da família, no fundo, não deixa de ir à Igreja aos domingos e que não abandonou sua vocação como cantor católico, uma pessoa muito preocupada com o próximo, uma pessoa que trata a todos, e isso é uma marca que quem está ali com ele o dia todo vê, ele não faz distinção entre o mais rico e o mais pobre, entre a mais alta função e a menor função, e nunca vi um estrelismo da parte dele, algo diferente...

CM: Ele não se embriagou com a chegada ao governo do estado.

NC: Não. Às vezes, é até uma pessoa mais simples do que quando chegou no começo. Porque, às vezes, no começo, você tem que se proteger com alguma liturgia, mas hoje é uma pessoa mais simples.

CM: Eu gostaria de dar um testemunho. No dia anterior a nossa gravação, eu acompanhava a inauguração do Park Jacarepaguá, e o governador foi se aproximar para cumprimentar o Isaac Perez, que é um empreendedor responsável por 4 mil empregos diretos, na veia, que a Multiplan trouxe só nesse empreendimento. O Isaac estava conversando com alguém e não percebeu que, parado, estava esperando o governador. Então eu sinalizei ao governador, e ele fez o sinalzinho de “eu aguardo”, numa simplicidade... Eu confesso que não me contive, e avisei ao Dr. Isaac do governador, porque evidente que era um chefe de estado que estava ali. Mas essa atitude...

NC: Nessa viagem que fizemos agora, eu vi o governador carregar sua mala e ajudar os outros a carregarem suas malas. No check-in, na volta de Barcelona, foi ele quem ficou carregando as malas pra pesar. É uma coisa impressionante do gestor do segundo maior estado do país, de uma figura que é um player nacional, do ponto de vista política, embora voltado exclusivamente pro Rio de Janeiro, mas que é de uma simplicidade total. E isso não é teatro, é ele na essência.

CM: Eu gostaria que você comentasse um pouco a estrutura da Casa Civil

NM: A Casa Civil acaba tendo alguns vínculos com alguns órgãos. Mas eu sempre que não são vínculos de subordinação, por exemplo, a Cedae está nesses vínculos, mas uma vez o presidente anterior ao que está hoje me ligou um dia dizendo que precisaria se ausentar um dia por problemas pessoais. Eu avisei que a Cedae é um órgão de governança própria e que ele não me deveria esse tipo de satisfação e que deve responder pelos seus atos.

CM: Aliás hoje você está com um presidente de qualidade na Cedae.

NM: Excelente. Leonardo Soares tem uma larga experiência em inovação e desenvolvimento, tem feito um trabalho brilhante de renovação na Cedae com muito respeito pelo corpo funcional. Se o Rio de Janeiro tem um abastecimento de água no estado, por mais que possa ser melhorado, isso é fruto das visões de pessoas que nos anos 1960 que tiveram essa visão na Cedae. E é exatamente isso que sempre peço ao Leonardo de ter uma visão de olhar para frente, para que sejam melhoradas as coisas para não termos problemas futuros.

CM: O verão esse ano vai ser um teste de fogo para Cedae, não acha?

NM: Nós temos o compromisso da diretoria da Cedae de que todas as ações já estão sendo tomadas desde o começo para que não haja problema algum. Ainda que em 2021 tenha ocorrido problemas mais brandos do que acontecia em 2020. Mas voltando a pergunta anterior, a Casa Civil tem outros vínculos que existem de maneira tênue. O que temos é uma responsabilidade que o governo tem de fiscalizar para que órgãos como o Detran e outros órgãos que façam serviços descentes para os cidadãos. A Casa Civil tem o Diário Oficial, a Gráfica Oficial, a rádio Roquette-Pinto como um instrumento de comunicação com uma rádio mais comunitária, aliás, muito apoiada pelo Correio da Manhã. Quero deixar nosso agradecimento pelo seu trabalho no conselho editorial da Roquette-Pinto, onde estivemos juntos inaugurando a placa do novo local da rádio. A Casa Civil tem então um trabalho de coordenação muito forte hoje com o Thiago Gomide com a sua larga experiência dentro das comunicações e que vai crescer muito ainda.

CM: O Proderj está inserido nessa estrutura?

NM: Sim, está dentro dessa mesma logica com independência de atuar de maneira livre que permite a cobrança de resultados.

CM: Me dá a sua visão do interior do estado.

NM: Quanto mais rico o interior, mais rico o estado. Quando você olha São Paulo e se pergunta o motivo dele ser assim, é porque o interior é rico. Essa visão que o governador Cláudio Castro está tendo vai ser fundamental para essa virada de página no estado do Rio de Janeiro. Em janeiro o governo inaugurou o que chamamos de governo itinerante, presente nos municípios como homenagem aos dez anos do desastre da Região Serrana, onde ele trabalhou antes de sequer ser governador do estado. Fizemos questão de estar por três dias naquela região de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Areal, a região como um todo. Afinal, é muito simbólico a Região Serrana para o estado. É um ponto com prédios históricos, é a saída e entrada para o Rio de Janeiro no corredor Minas e Bahia.

CM: Queria te interromper para você falar sobre a 040, como você tem visto o problema da Concer?

NM: A Casa Civil hoje absorve toda a questão do Pacto RJ, que é um conjunto de investimento de R$17 bilhões nos próximos três anos. E algumas concessões estão com a gente. Nosso papel é de diálogo. Eu tenho uma formação na economia e sei da importância dos investimentos que podem ajudar ao desenvolvimento do estado. A diferença de uma estrada, um porto, de um aeroporto ser trabalhado ao longo prazo pelo estado, se não for feito direito, ele não gera efeitos daqui a dez anos. Muitas das sementes plantadas hoje serão colhidas por governadores que nem sequer são pensados hoje. A Concer é um elemento importante, é um corredor importantíssimo, tem uma lógica turística, é impensável não ter a Região Serrana como um polo turístico, muitas vezes até maior que Gramado, é impensável termos uma Gramado maior que a Região Serrana.

CM: E é tudo real, o Imperador está lá.

NM: Exatamente, cada rua tem uma história. Pegamos as vezes um avião viajamos dez horas até a Europa para ver ruas e prédios que temos aos montes em Petrópolis ou no centro do Rio de Janeiro. Então é inadmissível que não tenhamos uma capacidade de deslocamento e de logística para o turista e faça com que Petrópolis fique em praticável no ponto de vista do cidadão.

CM: Sua sogra mora em Petrópolis não é?

NM: Mora sim, na frente da casa de Santos Dumont, ela é de uma família tradicional de Petrópolis, uma figura absolutamente maravilhosa. Ela é uma figura apaixonante, ex-campeã nacional de tênis de mesa.

CM: Eu queria falar do lado pessoal, o que irrita a pessoa Nicola?

NM: Olha, são quase 15 meses de governo do estado. Eu mudei muito e aprendi muito, você cresce o seu poder de paciência. Eu posso até brigar com a pessoa, mas se precisar de mim às quatro da manhã de sábado para domingo, ela pode me ligar que eu vou ajudar. Eu tenho um cuidado com o próximo muito grande, e gosto de ajudar. Sou muito duro em relação ao trabalho, mas termina a reunião eu serei o melhor amigo daquela pessoa.

CM: Qual o seu tipo de lazer?

NM: Gosto muito de cinema, era um cinéfilo absurdo. De ver e estudar coleções e diretores antigos.

CM: Pensou em trabalhar com cinema?

NM: Sim pensei, gosto muito de fotografia, na faculdade tinha isso como hobby, mas hoje como chefe da Casa Civil é impossível. Mas eu tinha diversos filmes vistos e catalogados em anotações.

CM: Como é a vida de casal, você tem o Enzo e uma filha mais velha.

NM: Sim tenho uma filha de 19 anos, que estuda psicologia lá em Macapá, mora com a minha mãe há muitos anos. Tenho também o Pietro, de 15 anos, e Enzo, de 5 anos. Um flamenguista e um tricolor, apaixonados por seus clubes, que brigam muito com uma rivalidade saudável e divertida.

CM: Você já viu características suas nos seus filhos?

NM: Já sim, a paixão pelo futebol que eu tenho está no Pietro, mas o Enzo joga muita bola. Eu jogava bastante na infância, cheguei a jogar no Payssandu em Belém, e o que ele faz com a bola é interessante. Além disso, ele puxou à minha concentração. Me vejo muito no Enzo nessas questões de trabalho e, nas paixões, me vejo no Pietro.

CM: O Marimbás é o seu porto seguro no Rio?

NM: O Rio me acolheu de uma maneira muito especial, desde a família da minha esposa como os amigos que eu fiz no Marimbás. É uma família que me acolheu, o meu chefe de gabinete é do clube, eu não posso reclamar do Rio. Fiz amigos aqui que não tive em 20 anos vivendo em Fortaleza. Por isso eu posso dizer que o Rio é uma cidade cosmopolita, que abraça quem vem de fora com muito carinho. O Marimbás é um porto seguro de fato, o trânsito às vezes atrapalha, mas o Marimbás era aquele lugar que você chegava depois do trabalho e só saía quando o transito diminuía.

CM: Você passou pela pandemia e pegou a covid, isso mexeu com a sua cabeça?

NM: Eu tive duas vezes,. Na segunda mexeu mais comigo, acabei engordando. Mas voltei a correr, que é um outro hobby que eu tenho. Corri sete maratonas, e correr na rua me dá muito prazer. Aliás, isso me fez ficar ainda mais apaixonado pelo Rio. Só quem corre na rua sabe alguns pontos que não vemos quando estamos de carro. Só quem corre na rua sabe que o Rio Carioca tem uma parte aberta do Largo do Boticário onde terá um hotel do Grupo Accor, ou no Cosme Velho, onde eu moro. Poder passar por aquelas ruas subindo e descendo permite a você ver quão o Rio de Janeiro é rico e como a gente ainda precisa fazer por ele. Mas, sem dúvida, a segunda leva da covid me deixou com a saúde ruim. Mas estamos nos recuperando.

CM: Você já disse que não é candidato a nada, mas da gosta de viver os bastidores da boa política?

NM: Dá muito gosto saber que o que você faz hoje influencia na vida de cada pessoa. É muito bom trabalhar uma lei para evitar que uma empresa saia do estado, mesmo que ela preserve poucos empregos, pois isso ajuda a família daquela pessoa a ter plano de saúde e as crianças iam à escola. Então, o governante precisa olhar mais o indivíduo, antes de olhar o todo. Eu acho que essa visão humanística que a equipe do governador tem hoje, da boa política, é fundamental, pois se olharmos o quadro como todo, perdemos a noção do indivíduo e do ser humano.

CM: O que representa a Itália para você?

NM: Itália é o berço, mas o Brasil é muito mais importante, pois foi onde meu avô teve a oportunidade de crescer e criar os seus filhos. A Itália tem sua importância na formação, mas temos que dar o valor a quem nos acolhe. Assim como eu acolho o Rio de uma maneira especial, o meu avô acolheu o Brasil de uma maneira apaixonante. E dizia que, na Copa de 1982, torcia mais pelo Brasil do que pela Itália. Mas ninguém sai de um lugar sem suas raízes e origens, e a Itália tem essa coisa da organização e da força de trabalho.

CM: Direito?

NM: Direito é a minha base. Embora, em Fortaleza, eu tenha feito Engenharia Civil, o afastamento do meu pai me levou para o Direito, que é minha base e minha formação. Mas, o direito em si, não vale nada. Pontes de Miranda dizia que “quem só direito sabe, direito não sabe”. Então, o direito é só um instrumento das coisas mais importantes que acontecem no dia a dia. O direito tem o seu papel, mas ele não pode ser o fim de si próprio.

CM: Solidão é reflexão?

NM: Sempre. Se o homem não se tem sozinho uma boa companhia, ele não é boa companhia para ninguém.

CM: A força da água?

NM: A força da água do saneamento do Rio vai ajudar a Baía da Guanabara.

CM: Maturidade?

NM: Maturidade é aprender com os erros. Acho que ninguém pode se arrepender de nenhum erro porque sempre teremos novos. Maturidade é entender que estamos em um processo que pode acabar a qualquer momento. Não podemos terminar o dia com desavenças. O dia a dia é complexo, o que faz com que a gente tenha problemas, mas a obrigação do bom cristão é entender, conversar, explicar, dialogar, mudar a perspectiva e dar a mãos sempre, porque nós somos muito passageiros.

CM: Ser pai?

NM: Ser pai é tudo, é ser um bom amigo, um bom filho, se ver naquela que está em formação, poder saber que a gente não é nada. Quando olhava o meu pai, na minha idade, eu via um senhor de idade e hoje eu entendo que tem muita coisa para ser feita ainda.

CM; Ser filho?

NM: Eu devo tudo ao meu pai. Ele se sacrificou muito por nós. Eu lembro que quando fazia faculdade em Belém eu fui assaltado próximo do campus e minha mãe ficou em carro em Macapá. Ser pai é sacrifício, é saber que, nos momentos mais difíceis, os filhos são mais importantes que nós mesmos. Meu pai hoje é uma pessoa muito reclusa, perdeu um neto em uma tragédia há dez anos, mas ele é muito carinhoso e simples.

CM: Ele está orgulhoso em ter ver fazendo história aqui no Rio?

NM: Ele se assusta, chora sozinho de orgulho, e está assustado com isso tudo.

CM: Relação conjugal?

NM: A Tatiana é a responsável por tudo. Quando recebi a Medalha Tiradentes, eu disse que a medalha era dela, não minha. Ela é uma grande advogada, uma pessoa muito independente e se tem uma pessoa que é bastante humana, é a Tatiana. Ela é mãe no sentido amplo da palavra, tanto que o Pietro, filho do meu primeiro casamento, quando chega a casa, abraça ela primeiro.

CM: Uma frustração?

NM: Eu queria ter feito um pouco mais pelo meu estado, Amapá. Acho que até comecei isso, pois o modelo de concessão do saneamento do Rio foi copiado por lá.

CM: Um sonho?

NM: Que meus filhos, Enzo e Pietro, na vida adulta, possam dizer que o Rio de Janeiro é o estado que eu quero ficar, porque eu posso ficar.

CM: Miccione por Miccione?

NM: Eu não penso muito, acordo e trabalho o dia inteiro. Tenho muitas superstições e sou muito intuitivo. Mas, em nome das boas intuições, até forço amizades para aproveitar o que elas têm de bom também. Todos nós temos qualidades e defeitos, então, a intuição negativa pode ser construída com boas coisas. Seu pior inimigo, pode se tornar um bom amigo.

CM: Agradecimentos finais.

NM: Queria parabenizar o trabalho que o Correio da Manhã faz pela imprensa e pelo estado do Rio e agora com a TVC, me permita dizer, de Petrópolis para o mundo. Você, sem dúvida, é o colunista mais lido no meio político e empresarial no estado.

CM: Muito importante a gente mostrar essa turma, os quarentinhas que estão fazendo história aqui no Rio. Mas, sem dúvida, o grande papel do jornalismo é ser informativo e construtivo.

 

Você pode conferir ao vídeo da entrevista através deste link.