Má qualidade do sono pode ocasionar a enxaqueca

Cerca de 66% dos brasileiros dormem mal, aponta uma pesquisa recente publicada na revista Sleep Epidemiology (Epidemia do sono) e, entre esses, as mais afetadas são as mulheres, que podem ter um sono até 10% pior do que o dos homens. O que muitos não sabem é que noites mal dormidas podem causar diversos problemas, incluindo a enxaqueca, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é um dos distúrbios mais comum em todo o mundo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas.

A enxaqueca é uma condição neurológica caracterizada pelos recorrentes episódios de dor de cabeça intensa, ela também pode vir acompanhada de vômitos, náuseas e até dormências no corpo. A versão crônica afeta cerca de 31 milhões de brasileiros, a maioria entre os 25 e 45 anos.

“Essa doença pode estar relacionada a alterações nos neurotransmissores, na genética, nos hormonais ou no Peptídeo Relacionado com Gene da Calcitonina, que é uma molécula presente em todo organismo, mas que em alguns indivíduos pode causar as crises”, explica o neurocirurgião Haroldo Chagas, membro do SBN E SBC e chefe da neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro.

Alguns hábitos, se deixados de lado, podem amenizar ou até melhorar as dores de cabeça constantes presentes no nosso dia a dia.

“O excesso de sono está claramente relacionado a crises de enxaqueca. Portanto, é importante manter uma rotina mesmo nos fins de semana.

Perfumes fortes também são apontados como os principais vilões para as crises de enxaqueca, mas produtos de limpeza e itens de higiene também estão na lista. Optar por produtos sem perfume e manter sempre o ambiente ventilado devem ajudar”, indica Dr. Haroldo Chagas.

O neurocirurgião explica que alguns alimentos são conhecidos por desencadear crises de  enxaqueca. “Já que eles aumentam os níveis de serotonina no sangue, um neurotransmissor que está relacionado com as crises”. Entre eles estão o chocolate, sorvete, queijo, frutas cítricas, além de bebidas alcoólicas e outras, ricas em cafeína.

“Não se automedique! O uso de remédios incorretos podem levar a piora da doença. Os sintomas não se manifestam da mesma maneira em todos, por isso é necessário procurar um médico caso os sintomas se agravem”, finaliza o Dr. Haroldo Chagas.